O jogo favorito dos Manowar

Ainda antes de ter uma Mega Drive, o primeiro Golden Axe já me era conhecido na sua versão do DOS.

Admito que quando recebi a Mega Drive com a compilação Mega Games II, o Golden Axe ficou obscurecido pelo Streets of Rage e pelo Revenge of Shinobi. No entanto é um jogo que sempre me dirá imenso, só aquela música de entrada dá logo cabo de mim, tal como a banda sonora inteira, que é excelente. Mas tal como na série Streets of Rage, sempre adorei os primeiros jogos da série mas nunca explorei muito os seguintes. Só o mês passado é que decidi jogar até ao fim o Streets of Rage 3 para terem noção, o segundo já o tinha feito, mas nem se compara com o tempo que perdi com o primeiro.
Golden Axe é igual, muito joguei eu o primeiro no meu velhinho 386 e depois na Mega Drive, já o segundo e o terceiro são para mim razoavelmente desconhecidos. É daquelas coisas que obviamente já experimentei mas nunca me sentei e passei o jogo do início ao fim. Bem, hoje foi a vez de fazer isso com o Golden Axe II, foi dia de explorar a macheza em jogo.
Golden Axe II, tal como o primeiro, transpira por todo o lado o conceito de Man Power, tornado famoso por comics como Conan ou por bandas como Manowar. “Mas existe uma mulher no jogo” dizem vocês. Sim, é verdade, mas está de biquíni, não sei quanto a vocês mas cá para mim se o jogo fosse de 2020 ela estava de burca… just saying. Isto é importante não por irreverência, ou por gosto pelo tema (que até nem se aplica sinceramente), mas porque isto lhe confere um estilo muito particular. Sendo que em 1992 já não estava na moda, e nunca voltou a estar, era algo mais do fim dos anos 70 e anos 80. Em termos gráficos, além do estilo muito particular, estes não fogem em nada àquilo que havia sido feito no primeiro da série. É praticamente o mesmo, nota-se melhorias nos cenários e os modelos dos personagens foram ligeiramente alterados, fora isso é ela por ela.
E devo dizer que isso é a norma com Golden Axe II, é praticamente a mesma coisa que o primeiro. Mesmo a jogabilidade acaba por ser praticamente igual. Logo à primeira tentativa acabei o jogo sem grande esforço, isto porque apesar de haver inimigos novos, as técnicas que resultam no primeiro também resultam aqui. Estando tão familiarizado com elas foi bastante fácil. Até na longevidade é parecido ao primeiro, são 6 níveis e o boss final, que demora entre 30 a 40 minutos a concluir.
A única diferença que notei na jogabilidade foi a utilização da magia. Tal como no título anterior temos vários níveis de magia, quanto mais recursos tivermos disponíveis, mais potente será a magia. No entanto, no primeiro, se tivéssemos acesso à magia mais poderosa éramos obrigados a gastar os recursos todos. Aqui isso não acontece e é bastante útil, ou seja, podemos utilizar apenas a magia mais básica guardando ainda recursos mais para a frente, e tendo em conta que existe a possibilidade de apanhar mais magia durante o nível, faz todo o sentido que assim seja. Por fim gostaria de referir é que a banda sonora, infelizmente, não faz justiça à do primeiro, que é, na minha opinião, muitíssimo mais catchy.
No geral Golden Axe II é mais do mesmo, e isso não é mau, o primeiro era um excelente jogo e este acaba também por o ser. Embora não traga quase nada de novo, apenas umas melhorias gráficas e um ou outro tweak na jogabilidade isso não é de todo um problema. Agora fica a faltar o Golden Axe III que por algum motivo que me ultrapassa apenas saiu no Japão. Felizmente, não é certamente preciso saber falar a língua para jogar um beat’em up, portanto vou ter de importar uma cópia, porque depois deste, quero ver o resultado do seguinte.