Liberated – Luta contra e a favor do Big Brother

Já havia experimentado uma demo de Liberated, mas o jogo completo é muito mais que esperava.

Estamos em 2024, numa sociedade claramente inspirada em 1984 de George Orwell, onde um acontecimento terrível ditou que as vidas privadas dos cidadãos se tornassem acessíveis às forças policiais e governamentais. O governo tem acesso à presença online, extratos bancários e movimentações de todos, numa implementação moderna de um Big Brother controlador.

Já havia ficado surpreendido com a demo, mas o jogo está, sem dúvida, muito bem conseguido. E embora a jobagilidade esteja bem resolvida, é com a história que Liberated realmente brilha. A abordagem estilo BD funciona extremamente bem, jogamos 4 capítulos, que correspondem a 4 momentos da história, vividos por personagens diferentes e dos dois lados opostos do conflito.

Nestes fascículos vamos tendo noção do que se passou para que o governo tomasse uma posição controladora e opressiva sobre os seus cidadãos. Gradualmente, vai-nos sendo revelado o passado mais recente até chegarmos ao antes do incidente, onde finalmente teremos uma compreensão global da história, num momento apoteótico e bastante satisfatório.

A nível de gameplay temos tiro, furtividade e plataformas, sendo o primeiro em que senti mais adrenalina, a furtividade acaba por ser opcional e, na minha opinião, demasiado lenta. No que diz respeito a plataformas coloco-as junto com os pequenos puzzles, existem mas não são, de todo, o foco do jogo, não é difícil aceder às diversas áreas ou superar os pequenos desafios.

O sistema de controlo mantive-se o mesmo do que experienciei na demo, sendo melhor descrito como um twin stick shooter mas em versão side scrolling de plataformas, analógico esquerdo para mover e direito para apontar, sendo que disparamos com o gatilho direito. Rapidamente a estranheza passou e percebi que a opção de controlo fazia todo o sentido. Adicionalmente havia um sistema de resposta rápida, em que o jogador pressiona os botões A, B, X e Y nas sequências apresentadas no ecrã, tendo um tempo limitado para o fazer. Estas representam respostas rápidas e enquadram-se muito bem nas situações em que são aplicadas.

Negativamente, apenas tenho a apontar a lentidão com que algumas vinhetas fazem a passagem de uma para a outra, é necessário pressionar o botão A para irmos avançando na BD e algumas vezes dei por mim a tentar perceber se deveria ou não pressionar o botão pois alguns balões de fala são automáticos e acabava por perder a leitura de um ou outro.

Talvez por vício de outros jogos do género, acabei por achar que em certas situações o tempo de reacção é muito curto e o meu personagem acabava por morrer por não conseguir reagir a tempo. No entanto nada disto é o suficiente para que não tenha usufruído do jogo em pleno.

Liberated está disponível para Nintendo Switch e PC.

Conclusão:

Com poucas arestas em bruto, Liberated é um jogo que vale a pena jogar. É muito interessante ir desvendando a história e o sistema de controlo torna-se rapidamente viciante, permitindo uns Head Shots muito satisfatórios. A abordagem BD é refrescante e funciona muito bem. Este jogo é sem dúvida um pequeno grande título, apenas pecando por ser relativamente curto.