Bravely Default II, depois de duas excelentes incursões pela Nintendo 3DS, faz a sua estreia na Nintendo Switch, dando o passo geracional necessário para o crescimento da franquia.
Gostei tanto de Bravely Default como de Bravely Second: End Layer. Ambos apresentavam uma mistura de mecânicas clássicas com alguns detalhes mais actuais. Todo o aspecto visual e sonoro era também de grande qualidade e a história, apesar de algo genérica ou mais previsível em alguns momentos, conseguia agarrar-me para querer jogar um pouco mais.
Tudo isto, acontece novamente com este Bravely Default II. Não sendo um jogo que reinventa o género ou que introduza uma série de novas funções, consegue fazer tudo bem, e isso já algo muito positivo.
Já tinha experimentado a Final Demo, que está disponível de forma gratuita na eShop, e as primeiras impressões tinham sido óptimas. Nesta versão completa, muitas dessas impressões tornaram-se certezas.
A premissa começa de forma simples, mas acaba por ter alguns elementos surpresa bem cativantes. Os personagens contam com a estrutura habitual de um RPG da Square Enix, mas alguns conseguem ser divertidos ou bastante sábios nas suas intervenções.
Um dos aspectos que sobressai mais, assim que começamos o jogo, são os gráficos. Apesar de manter a mesma linha visual dos antecessores, o salto para esta geração é bastante visível. Os modelos dos personagens e inimigos estão muito mais detalhados e as animações durante os combates estão mais credíveis e bonitas. Também as cidades, vilas e outros locais estão deslumbrantes e recheados de cor. Além disso, consegue manter um certo estilo que relembra alguns clássicos dos anos 90 e da PlayStation, com um toque de modernismo bem encaixado.
A banda-sonora continua divinal, tal como nos títulos anteriores. As músicas são encantadoras e fazem lembrar as grandes orquestrações de Final Fantasy. Além disso, todo o voice-acting está bastante bom, com alguns sotaques bem introduzidos, sem ser tornarem desnecessários.
Os combates seguem o mesmo esquema de uso das funções de Brave e Default. A primeira faz com que tenhamos uma ação extra no nosso turno, sendo que somos penalizados no turno seguinte, e a segunda acumula estas ações, que podemos, ou não utilizar todas de uma só vez. É uma mecânica simples mas que torna os combates mais divertidos e estratégicos, sendo fundamental saber quando devemos guardar várias ações para desferir vários ataques seguidos ou quando devemos arriscar um pouco mais, sabendo que poderemos estar alguns turnos sem reagir e indefesos.
Outra característica interessante de Bravely Default II é o seu sistema de Jobs. O jogo dá-nos a liberdade de trocar as profissões de cada um dos personagens, de forma a não termos de ficar agarrados a uma só classe. Cada mudança de profissão afecta os nossos atributos bem como as habilidades disponíveis.
Este é mais um ponto de personalização eficaz e que torna cada equipa única e cada personagem diferent, uma vez que existem mais de 10 classes que vamos descobrindo ao longo do jogo e cada personagem pode ter uma profissão principal e secundária.
Conclusão:
Bravely Default II é daqueles jogos que faz tudo de forma exímia sem apresentar nada de muito inovador ou único. E não há mal nenhum nisso, uma vez que é um excelente RPG que mistura elementos mais clássicos com alguns mais modernos, sendo uma opção bastante aliciante para qualquer fã deste género.
Descobriu os videojogos através do Game Boy mas foi com a PlayStation 2 que percebeu a importância desta arte. Enorme fã de RPGs e jogos de plataformas, acha que o Final Fantasy X é a perfeição em formato jogável.