Fallen Legion: Revenants – Um JRPG que pede paciência

Bem vindos a Fallen Legion: Revenants! Um JRPG que exige uma boa dose da nossa paciência!

A NIS America traz até nós Fallen Legion: Revenants, o terceiro título de uma série que começou com Fallen Legion: Sins of an Empire e que viria a ter a sequela Fallen Legion: Flames of Rebellion.

Antes de mais, quero salientar que a curva de aprendizagem deste jogo é um pouco “enganadora”, pois ou temos momentos que tudo parece fácil e derrotamos os inimigos como se nada fosse, ou na vaga imediatamente a seguir somos aniquilados num ápice. E falo de inimigos “banais”, esperem até chegar aos Bosses… onde tive combates a rondar os 25 minutos… e perdi.

Mas vamos lá tentar perceber um pouco da história de Fallen Legion: Revenants, que até é cativante, depois de começamos a entender os motivos dos dois principais protagonistas.

O planeta foi coberto por uma neblina estranha e que transformou a humanidade em criaturas nada simpáticas. O único local seguro que ainda existe é o castelo Welkin, que se encontra suspenso no ar. É aqui que vamos jogar com Lucien (um dos protagonistas), um político astuto que está a planear um golpe para tirar do poder, Ivor, que governa o castelo com mão de ferro e que também se suspeita de estar por trás do aparecimento da estranha neblina.

A outra protagonista é Rowena, a ex-governante do castelo, que se viu traída por Ivor e acaba por pagar com a vida um crime que não cometeu. O seu filho acaba depois por pagar pelos “pecados” dela e acaba nas prisões do castelo.

É aqui que os caminhos de Lucien e Rowena, (agora na forma de um Revenant) se cruzam. Lucien promete a Rowena que usará toda a sua influencia para derrubar Ivan do poder e tirar o filho dela da prisão.

Foi interessante como o estúdio pensou em desenvolver a história de Fallen Legion: Revenants, pois quis passar a ideia de ter dois jogos num só. O “jogo” de política de Lucien, que com a sua inteligência e astucia pretende influenciar as decisões de outras personagens importantes do castelo Welkin. Vamos andar assim por algumas áreas do castelo, tentando fazer alianças com os restantes Councilmembers (e alguns são bem leais a Ivan, por isso preparem-se), para assim ajudar Rowena.

Já o “jogo” de Rowena e os seus aliados Exemplars, é passado no exterior, e é aqui que iremos combater tudo o que é criatura (até uma baleia voadora… ah pois).

A mecânica do jogo como já referi, até prometia ser acessível, mas quanto mais tempo passava a combater monstros, comecei a ver que ia ser um desafio… um desafio que se estava a tornar bastante repetitivo.

As personagens da nossa equipa são controladas por input dos botões no comando. Ou seja, temos os três Exemplars, que estão associados ao botão do quadrado, X e círculo, e temos Rowena e a sua panóplia de feitiços associados ao botão de triângulo. Por isso como é de imaginar, passei muito tempo a “martelar” nos botões, e é aqui que o fator repetitivo começa a ser uma constante.

Nos combates, temos de usar ataques que demoraram diferentes períodos de tempo a carregar depois de terem sido usados. Quanto mais poderoso, mais tempo demorar a carregar. Para além de atacar, ainda temos de ter em atenção a defender, que por vezes é complicado devido a tanta coisa a acontecer no ecrã. Acho que nunca usei tanta vez num jogo o botão L1 para ser sincero.

Achei interessante um pormenor na mecânica de jogo, a forma de reanimar dos Exemplars, que só pode ser feito por Rowena, bastando para isso pressionar por uns segundos o botão triângulo, até a barra de revive encher. Contudo, e para acrescentar um pouco de dificuldade neste processo, sempre que um Exemplar “cai” em batalha, torna-se mais difícil usar a habilidade de Rowena, demorando mais tempo a encher essa mesma barra.

Este é apenas mais um fator que temos de considerar com tanta ação a decorrer no campo de batalha como já mencionei (tanto que achei se este jogo fosse Turn Based, só tinha a ganhar), por isso estejam preparados em usar alguma estratégia (e paciência) para fazer revive e ao mesmo tempo manter os restantes Exemplars vivos, ou vão passar por alguns Game Over tal como eu.

Sendo um JRPG, vamos também ter acesso a melhorias de equipamentos e de mestrias.

No que toca a equipamentos, ou “Archeus”, eles quando equipados, garantem algumas habilidades extras aos Exemplars. Um bom exemplo, e que eu usei bastante, foi ganhar dano de fogo após ter defendido um golpe no botão L1 no momento exato. E existem diversos equipamentos, algo bom de ver, pois dá assim alguma diversificação.

Já nas mestrias, que funcionam como missões para cada personagem, elas irão dar melhorias permanentes aos Exemplars, após concluirmos certo número de ações específicas.

Visualmente, achei o jogo bastante simples, os personagens têm traços bem executados, dando assim um bom uso ao grafismo 2D presente. Contudo, não existem muitos cenários e criaturas, sendo mais um fator que torna o jogo repetitivo.

Já no campo sonoro, apesar de variedade não ser muita, tem um ritmo de rock nos momentos de ação, o que ajuda é uma verdade, assim conseguem acompanhar o desenrolar das batalhas. Cumpre a tarefa, mas passando um tempo (pelo menos para mim) cansam.

Não posso deixar de falar nos tempos de loading, que parecem estar um pouco mal otimizados. A transição entre o castelo e o exterior demora no mínimo 35 segundos… o que a longo prazo confesso que começou-me a desgastar.

Conclusão:

Fallen Legion: Revenants não é um jogo perfeito, é uma verdade. O fator repetitivo aliado aos tempos de loading, mancham um pouco toda a experiência.
Contudo, para além da história, que está bem escrita, tenho de destacar os combate estratégicos, que serão, certamente, um desafio para todos os jogadores. Destaco, ainda, a astúcia política de Lucien, um personagem que, na minha opinião, foi muito bem explorado pelo estúdio de desenvolvimento.