Cardaclysm: Shards of the Four – É o apocalipse. E depois?

Cardaclysm: Shards of the Four. É o apocalipse e a culpa é tua. E agora o que vais fazer?

Desenvolvido pela rapaziada da Elder Games e publicado pela Headup, Cardaclysm: Shards of the Four começa connosco a libertar, inadvertidamente, os Quatro Cavaleiros do Apocalipse e a sermos impelidos a ir limpar a valente asneira que fizemos, munidos apenas com o nosso baralho de cartas com capacidades mágicas.

Neste dungeon crawler/RPG os controlos são bastante simples: utilizamos as teclas WASD ou clicamos para nos movermos no mundo até chegarmos a algum adversário. Entramos então no momento de combate onde o nosso baralho entra em jogo, sendo através deste que atacamos e defendemos até eliminar os adversários e podermos seguir caminho. Quando eliminamos todos os adversários no mapa abre-se um portal que nos leva ao nível seguinte, mas ao mesmo tempo surge um dos Cavaleiros do Apocalipse e temos de escolher se preferimos fugir ou lutar. Qualquer das hipóteses é válida, mas recomendo vivamente que fujam, pelo menos nos primeiros mapas.

Simples, sim? Bem, sim e não. Este é daqueles jogos muito simples de pegar e jogar mas bem mais complexo do que parece inicialmente, havendo toda uma camada estratégica que traz enormes recompensas a quem tiver paciência para se dedicar a descobrí-la. 

Graficamente Cardaclysm é muito apelativo, bem animado e usa uma paleta de cores remeniscente de jogos como Bastion que faz com que mesmo sendo visualmente simples, seja muito atrativo. Também o aúdio nos faz lembrar os jogos como Bastion ou Transistor, onde música e marração se combinam para nos trazer uma experiência fluída, se bem que Cardaclysm nunca atinge uma execução tão perfeita quanto estes outros jogos.

Cardaclysm é daqueles jogos difíceis de largar inicialmente, mas no entanto, depois de umas horas de jogo, torna-se um bocado repetitivo e algo frustrante. Inicialmente o nosso ímpeto prende-se com a construção do nosso baralho de cartas, mas para o fazer somos “obrigados” a repetir as mesmas 3 masmorras vezes sem conta, tentando construir cartas com monstros poderosos, mas que serão (inicialmente) completamente inúteis pois não teremos pontos de ação suficientes para os usar durante as batalhas, criando um problema óbvio de equilíbrio onde os nossos inimigos parecem ficar subitamente muito mais poderosos enquanto nós vamos progredindo devagar-devagarinho agarrados ao nosso deck mais ou menos e basicamente esperando pelo melhor batalha após batalha.

O outro problema de Cardaclysm prende-se com a sua simplicidade em termos de objetivos, já que, depois de sermos introduzidos à trama inicial, pouco é feito para nos motivar a repetir as mesmas masmorras vezes e vezes sem conta.

Conclusão:

Cardaclysm um deck-builder/RPG/Dungeon Crawler com boa apresentação, mas não sem alguns problemas que podem ser um enorme turn-off para alguns. Dito isto, se olharem para ele como um jogo mobile, um “jogo de autocarro”, daqueles que jogamos em blocos de 30 minutos a 1 hora no máximo, então Cardaclysm vale mais do que o seu preço.