Ainda em early access, Eternal Return – Black Survival é um jogo que mistura Battle Royal com elementos típicos dos MOBA.
De momento, temos 20 personagens chamados de sobreviventes ou cobaias à escolha. Cada um tem uma habilidade passiva, três habilidades ativas e uma habilidade suprema e o seu funcionamento mecânico é basicamente idêntico ao que temos em jogos como LOL ou Dota2.
Além das habilidades há uma série de armas à nossa escolha, com alguns personagens a poderem usar até quatro e outros apenas uma (mas isso não é negativo, muitas vezes, pelo contrário). É claro que tal como qualquer MOBA que se preze cada personagem também tem as suas preferências e no decorrer das sessões de jogo, vamos elaborando novas armas, novas armaduras, novas peças, e novos elementos que nos vão dar o mais do que necessário boost aos seus atributos.
A diferença entre Eternal Return e um LOL por exemplo é que, enquanto, neste último, vamos ganhando moedas que depois utilizamos para “comprar” o que precisamos, em Eternal Return temos de percorrer as diversas áreas do mapa (que é sempre o mesmo) à procura desses elementos em arcas, troncos ocos, caixas e afins, sendo que de aérea para área os elementos que podemos encontrar vão variando. Sempre que procuramos também vamos ganhando experiência que depois se transforma em upgrades às nossas habilidades. O que o jogo nos obriga a balançar constantemente é o nosso desejo que procurar elementos e a nossa capacidade de combate que não sobe se evitarmos combater os mobs que o jogo nos lança (animais que servem realmente para fazermos farm) ou os restantes jogadores. Ou seja, há sempre um jogo de risco-recompensa na forma como jogamos, pois o equilíbrio ideal entre combate e pesquisa é incrivelmente delicado e difícil de atingir, principalmente quando ainda estamos a começar.
Em termos de modos de jogo, temos múltiplas opções podendo jogar a solo, em equipas de dois ou em equipas maiores. Temos vários modos para praticar antes de nos lançarmos contra outros humanos (muitas vezes com muito mais prática que nós), do simples modo de treino onde temos todo inventário aberto para podermos ver o que funciona melhor com o nosso personagem preferido, temos modos em que podemos jogar contra o computador em três níveis de dificuldade distintos e finalmente temos o modo normal e o ranked (já lá iremos). Opções é o que não falta aqui.
Indo um pouco atrás e falando no mapa, este está dividido em 15 regiões ou secções. Cada secção tem diferentes items, em diferentes quantidades e isto obriga-nos a ter presente qual o build do personagem que queremos fazer e os caminhos por onde temos de ir para o conseguir da forma mais expedita. Novo problema. Lembram-se que comecei a review a dizer que este era um Battle Royal, certo? Pois bem. É que temos um relógio sempre em contagem decrescente e ao longo da sessão algumas áreas vão ficando restritas e se permanecermos nelas mais de 30 segundos a morte será imediata. Pelo mapa também podemos encontrar duas máquinas que se tornam essenciais: um telefone que serve para nos teleportarmos para qualquer secção no mapa e uma espécie de sistema de vigilância que nos dá uma visão da secção onde nos encontramos, assinalando inimigos, mobs e crates especiais.
Fora da sessão de jogo podemos (e devemos) criar os nossos próprios builds ou editar os existentes, definir percursos pelo mapa e planear a melhor estratégia de jogo, dependendo do personagem escolhido e dos items que queremos levar. Também podemos visualizar as fichas técnicas de todos os personagens disponíveis, tendo acesso a vídeos e descrições dos seus ataques e todos os seus stats.
Falando dos personagens, estes estão intimamente ligados ao modelo de negócio de Eternal Return. Inicialmente temos acesso a 2 personagens e temos acesso semanal a outros seis que vão rodando de semana em semana. Se quisermos podemos “comprar” personagens e, como já começa a ser habitual, temos duas formas de o fazer: ou jogando e ganhando moeda-de-jogo através de jogos online, ou transformando dinheiro real nesta moeda-de-jogo. Quando atingir o nível 20 ganhamos acesso ao escalão ranked, onde os nossos jogos irão contar para o leaderboard e por cada jogo ganharemos mais moedas que depois podemos utilizar para comprar novos personagens ou costumar os nossos com novas skins, por exemplo.
Conclusão:
Eternal Return é um excelente jogo. Para mim, veio colmatar algo que me faltava num dos meus MOBAs favoritos que é o DOTA2, pois Eternal Return é um jogo igualmente excelente jogado a solo ou em equipa e poder jogar a solo sem grandes complexos em sessões todos contra todos é de facto maravilhoso, principalmente para quem, como eu, raramente consegue acertar horários para poder jogar em grupo com amigos. A variedade de personagens, cada qual coma s suas características e personalidade, é um aspecto tão positivo como os bons gráficos e a facilidade de correr este jogo até em máquinas mais antigas. Resumindo: não sei o que o futuro reserva, mas para já este é um jogo que se recomenda vivamente, principalmente a todos que gostem de MOBAs e/ou de jogos Battle Royal.
Nasceu num dos melhores anos para nascer, 1980, e cresceu com um enorme desejo de poder jogar nas máquinas de jogos. Cumpriu esse desejo no dia em que finalmente fez 16 anos e pode legalmente entrar em salões de jogos. Infelizmente também descobriu que jogar custava dinheiro e por isso resolveu estudar mais um bocado. Hoje é publicitário e feliz proprietário de uma Super Nintendo. O seu jogo favorito ainda é o Street Fighter II.