Chegou a hora de ligar a minha Nintendo Switch para jogar um dos mais aguardados RPG´s de 2021. Sejam bem-vindos ao mundo apocalíptico de Shin Megami Tensei V!
Confesso que sou fã desta saga, que me cativou ainda na era da Playstation 2 com Shin Megami Tensei III: Nocturne, no já longínquo ano de 2005. Agora chegou a vez da Nintendo Switch receber o aclamado jogo da Atlus, que foi anunciado pela primeira vez em 2017.
Shin Megami Tensei V conquistou-me por completo! Eu sabia que ia gostar, mas não sabia até que ponto. A saga dá um grande passo em frente, mas sem alterar nenhum de seus princípios básicos. Para quem conhece bem Shin Megami Tensei, é um Role Playing Game com combates por turnos e onde estratégia é o ponto crucial. Vamos assim viajar para um mundo pós-apocalíptico, e que está à “pinha” de anjos e demónios.
Se não jogaram nenhum Shin Megami Tensei não tem problema algum, pois não é requisito obrigatório para jogar a entrada mais recente na saga. Mas se por ventura jogaram Shin Megami Tensei III/IV por exemplo, vão encontrar algumas (e boas) referências.
Continuamos a ter batalhas muito complicadas, tanto que se não achamos um bom planeamento de combate, qualquer inimigo no campo de batalha pode acabar connosco (até o mais básico). Cada demónio/anjo da nossa equipa deve ser escolhido com extrema precisão, e escolher cada um dos seus ataques é absolutamente crucial. Preparem-se ainda para fundir demónios até a exaustão para que eles sejam capazes de vencer cada Boss que vamos encontrar.
Antes de avançar com a análise, um pequeno reminder: não estamos a jogar Persona 5. A sub-saga Persona tem seu ponto forte na história e nos seus personagens. Avançamos pelos palácios querendo saber algo mais do que eles nos querem dizer. Mas o pilar central do Shin Megami Tensei são as lutas.
A história não deixa de ser notável e vai melhorando à medida que o jogo avança, mas “demora a arrancar” e por vezes passa para segundo plano. Em Shin Megami Tensei V viemos para fazer um milhão de lutas e passar mais tempo no menu de jogo a decidir estratégias do que outra coisa!
Se por ventura a dificuldade “Normal” do jogo esteja a ser complicada para alguns jogadores, pode-se a qualquer momento mudar para “Casual”, que diminui um pouco a dificuldade. Existe ainda o modo Safety (via download gratuito), que é ideal para quem não procura um grande desafio e quer avançar na história.
Quanto à história do novo jogo da Atlus, começa com o nosso protagonista no regresso a casa depois de mais um dia de aulas, mas que depois de um estranho evento é transportado para uma cidade de Tóquio bem diferente do que está habituado, completamente devastada e que agora é chamada de Da’at.
Aqui iremos encontrar anjos e demónios a travar uma guerra e no meio de todo este conflito conhecemos Aogami, com quem a nossa personagem se funde e dá origem a um ser que não é humano nem demónio, mas sim um Nahobino. Esta nova forma resulta de uma fusão que nos torna capazes de enfrentar os demónios que vão aparecendo pela frente, e ainda nos permite negociar com eles para que se juntem à nossa causa e lutem assim ao nosso lado.
Esta mecânica de jogo tem marcado presença em jogos anteriores da saga, e tal como nos anteriores as negociações também podem dar para o torto. Até ao momento, tive algum sucesso no recrutamento de novos demónios, algo que em Shin Megami Tensei III: Nocturne tinha mais probabilidades de falhar.
Estamos perante um jogo bastante maduro, virado mais para um público adulto, onde vamos encontrar personagens que questionam a moral e nos vão obrigar a fazer escolhas. Essas escolhas não se baseiam apenas nos diversos diálogos, pois existem inclusive missões que nos obrigam a seguir um lado, normalmente ajudar o lado dos anjos ou então ajudar o lado dos demónios. A história está interessante, tem momentos surpreendentes e segue um bom ritmo, apesar de como já referi demorar a arrancar. E é melhor não contar mais nada para não dar mais spoilers, pois a história merece ser descoberta pelo jogador.
Voltando a falar dos combates, continuam tal como a saga nos tem habituado. Convém saber os pontos fortes e fracos dos adversários, bem como os da nossa equipa, para não sermos aniquilados em minutos, pois se soubermos explorar bem as fraquezas dos nossos adversários vamos ganhar mais ações no nosso turno, fator que aliado a magias como Sleep ou Poison podem ser autênticos game changers.
Se por ventura jogaram na Playstation 2 (ou a versão remaster para Swicth) Shin Megami Tensei III: Nocturne, de certeza que se falar de Magatsuhi devem saber da sua importância para a história.
Claro que também no novo jogo está presente, agora como uma barra de energia que, quando fica completa permite-nos usar special skills, que vão desde toda nossa equipa fazer ataques críticos, o que nos dará mais ações por combate, a diferentes ataques/ações especiais que podem ser usados pelos demónios que recrutamos, como por exemplo encher toda a barra de MP da nossa equipa.
Mas se julgam que só nós podemos usar o Magatsuhi…, enganem-se, pois, os nossos inimigos também podem usar. São momentos em que rezei para que o Nahobino sobrevivesse aos ataques, pois se o nosso personagem principal é derrotado…, é Game Over logo na hora.
A saga Shin Megami Tensei continua muito forte no que toca a personalização do nosso personagem, bem como dos diversos demónios. Desde criar demónios com habilidades únicas, às Special Fusions com diversos demónios carismáticos da saga (com os respetivos ataques), onde tento-me safar com a quantidade de demónios que posso ter, tudo para eu ter uma equipa devidamente forte para encarar os desafios que vão aparecendo.
Contudo não ficamos por aqui, pois podemos através das Essences (itens com atributos/skills de diversos demónios), atribuir ao Nahobino ou então a qualquer demónio que temos na nossa equipa. Podemos assim mudar por completo os ataques e outras skills de toda a nossa equipa…, e falando por mim, passo muito tempo a decidir quais as Essences que quero aplicar na equipa.
De referir ainda a Glory, que só pode ser usada quando visitamos Sophia no seu World of Shadows. A Glory é o que nos irá permitir adquirir novos Miracles, como por exemplo melhorar diversos atributos do Nahobino, mais slots para recrutar demónios e também mais slots para skills que os mesmos podem usar, entre muitas outras coisas a desbloquear.
Convém ainda ter em conta Gustave, que confesso achar imensa piada a esta personagem bem caricata. Gustave é o guardião da Cadaver´s Hollow e o chefe dos Miman. É a ele que nos temos de dirigir para comprar diversos itens (com Macca, a moeda do jogo) que convém levarmos para as batalhas, como itens de cura, itens de recuperar de um K.O, itens de ataques específicos, entre outras coisas.
Os Miman de Gustave também tem um papel a desempenhar no jogo, pois sempre que encontramos um deles somos recompensados com Glory, sendo assim mais uma maneira que o jogo nos oferece para amealhar este importante “recurso”. Gustave também nos recompensará com alguns itens sempre que descobrimos cinco Miman, que normalmente são itens que nos dão novas habilidades de Magatsuhi ou Essences mais raras.
No campo artístico, Shin Megami Tensei V é maravilhoso. Nunca um título da saga pareceu tão bom. Os cenários apocalípticos, personagens e demónios estão ótimos. O único problema é a resolução, que dá ao jogo uma aparência um pouco desfocada quando jogado no modo portátil.
No entanto, o desempenho e aspeto são ótimos quando se joga em TV. Não há quedas de frames e tudo à nossa volta move-se suavemente e sem problemas. No departamento sonoro, o jogo é um pouco mais discreto (se assim posso dizer), mas não tem problemas em acompanhar os combates com intensidade e as áreas de exploração com mais tranquilidade.
Conclusão:
Shin Megami Tensei V é (para mim claro) o JRPG que mais gostei de jogar em 2021. É um jogo bastante longo, mas com uma duração que irá variar muito dependendo da forma como o jogamos, ou até mesmo se temos a melhor equipa de demónios ao nosso lado. Não esquecendo ainda os seus combates desafiantes, os vastos locais para explorar e o seu grafismo à altura, que fazem do novo jogo da Atlus ser um dos títulos a não perder para a Nintendo Switch.
Jogo de tudo um pouco, desde a minha primeira consola de jogos, a Master System II. Desde aí muita coisa mudou, mas a paixão e dedicação aos videojogos permaneceu intacta.
Apesar de jogar de tudo um pouco, desde FPS a RPG´s, sou grande adepto de Fighting games, como o Mortal Kombat e ainda de jogos de desporto automóvel, como o Forza Motorsport. Também não dispenso boas séries e bons filmes. Sou grande fã de animes desde muito cedo, onde tenho DragonBall e Naruto como séries de eleição.