Samurai Riot – Um Beat´em up com diversas escolhas | Análise

O estúdio francês Wako Factory traz até nós um jogo claramente inspirado nos beat’em up da era de ouro dos 16 bits, e que agradável surpresa diga-se. Venham conhecer um pouco mais de Samurai Riot. 

Se são fãs de jogos como Streets of Rage ou Final Fight, então quase de certeza que vão do que Samurai Riot tem para oferecer. Vamos assim viajar até ao Japão feudal, onde vamos testemunhar o confronto entre um grupo de rebeldes de um lado, e os samurais leais ao mestre feudal, do outro. Os protagonistas da aventura, o samurai Tsurumaru e a ninja Sukane, ambos tem os seus próprios motivos e terão que fazer escolhas que os levarão a juntar-se à revolta rebelde ou então permanecerem fiéis ao seu mestre. 

Pelo meio temos que sobreviver a hordas de adversários de diferentes tipos. Não só temos presente o típico Japão feudal, mas também a vertente mitológica. Por isso vamos dar de caras com ninjas, samurais e algumas criaturas lendárias. A ação é non-stop, praticamente constante, que é o que se quer neste género de jogo. 

Como referi acima, temos então dois protagonistas, o samurai Tsurumaru, que é forte e bastante habilidoso no uso da sua katana, e a ninja Sukane, que prefere dar bom uso à sua velocidade e aos punhos, mas também usa uma arma, que é uma corrente com uma pequena foice na ponta, bem letal diga-se. Tsumaru é capaz de aparar os golpes dos inimigos (devido à sua robustez) e dar uso a granadas (granadas num samurai?? Ok…), mas Sukane já prefere esquivar-se e contar ainda com a sua raposa Azu, que é capaz de bloquear os inimigos por um curto período de tempo. 

boss - samurai riot

Gostei bastante de o jogo ter escolhas morais, o que não é nada comum nos beat’em up. E começam bem cedo pois no fim do primeiro nível temos que decidir se vamos continuar leais ao nosso clã ou se vamos apoiar a causa rebelde. Esta escolha define o destino da narrativa dali em diante, e no decorrer da campanha, teremos que fazer escolhas ainda mais complicadas, que vão influenciar os níveis que vamos ter que jogar bem como as Boss Fights. À conta disso existem assim vários finais para serem descobertos, e se quiserem “desbloquear” cada um vão ter que completar o jogo algumas vezes. 

O gameplay de Samurai Riot é bem simples, e muito comum nos beat´em ups. Temos assim dois botões de ataque, um de defesa e outro de arremesso. E tal como em Streets of Rage por exemplo, também podemos usar ataques especiais. 

Um pormenor interessante é que podemos escolher diferentes estilos marciais, que afetam as estatísticas dos nossos personagens (como vida ou força por exemplo) e algumas das suas mecânicas. Eu não ainda não “testei” todos os estilos disponíveis nas diferentes escolas de luta, mas existem bastantes por onde escolher.  

gameplay co-op - samurai riot

Algo que penso que seria útil era existir um tutorial, capaz de explicar a jogabilidade. A “alternativa” é pausar frequentemente o jogo para poder ler a lista de movimentos disponíveis no menu de opções. E apesar de uma aparente complexidade nos primeiros momentos, o jogo da Wako Factory começa a tornar-se repetitivo em pouco tempo, existindo diferenças mínimas no estilo de luta dos inimigos que seguem padrões de ataque mais ou menos parecidos (com exceção dos que usam armas de fogo) durante toda a aventura.  

Se tiverem um amigo que queira viajar até ao Japão feudal, ótimo, pois Samurai Riot permite que se possa jogar a dois. Contudo, apenas permite que se jogue localmente, não existindo a possibilidade de se jogar on-line. Seria uma mais valia se no futuro este pormenor mudasse…  

samurai riot - choices

Com o design 2D usado nas personagens e com cenários bem bonitos, o jogo não exagera na “make up”, mas mesmo assim entrega um visual agradável, com bastante estilo que vai de encontro à sua temática. Contudo, as animações muitas vezes são escassas, quer no jogo em si, quer nas cutscenes. 

Outro pormenor interessante encontra-se na banda sonora. Eu próprio gosto de música tradicional do Japão, e o jogo traz isso consigo, mas consegue também introduzir pelo meio algumas variações mais modernas. O resultado final é bastante agradável de se ouvir. 

Conclusão:

Samurai Riot é fácil de se jogar, contudo é um pouco difícil de dominar, e mesmo no modo de dificuldade normal já se torna bastante desafiante. É um beat‘em up que não esquece as raízes old school, mas traz elementos diferenciados, nomeadamente as escolhas morais que afetam a história, que acrescentam assim um pouco mais de complexidade. E se tiverem um amigo para jogar, ótimo, pois assim o que é bom fica ainda melhor.