WrestleQuest – Lutas de wrestling… mas a brincar | Análise

Sejam muito bem-vindos a WrestleQuest, um RPG turn based inspirado no universo do wrestling com grafismo em pixel art, desenvolvido pelo estúdio americano da Mega Cat Studios. Lets get ready to rumbleeee!! 

O jogo não é difícil de entender/jogar, e em poucos minutos já sabemos como as mecânicas de WrestleQuest funcionam. Mas vamos lá saber primeiro um pouco do enredo do jogo, que irá certamente agradar os aficionados do mundo do wrestling. 

Quem segue o wrestling saberá certamente que é conhecido por dividir lutas de verdade com verdadeiros e grandes shows de atuação. Muitos devem saber que Dwayne Johnson (a.ka The Rock) antes de ser uma super estrela de Hollywood, era um dos mais carismáticos wrestlers da WWF/WWE, e mais recentemente temos também John Cena que está também a dar cartas em grandes produções cinematográficas.  

Nomes como os que referi acima certamente inspiram jovens lutadores, através das suas performances e dedicação ao wrestling, mas até mesmo através de produtos de merchandising, como as action figures. Em WrestleQuest temos uma “espécie” de Toy Story, mas numa perspetiva do mundo da luta livre. 

Aqui vamos conhecer Randy Santos e Brink Logan. Randy “Muchacho Man” Santos é uma action figure que sonha em alcançar o mesmo nível do grande seu ídolo, “Macho Man”Randy Savage. Já Brink Logan, que tem uma enorme vontade de abandonar o seu estatuto de jobber (perde combates com frequência deliberadamente) e partir em busca de glória e fama. O jogo passa-se dentro de uma enorme caixa de brinquedos, onde não faltam de federações de wrestling e uma infinidade de aspirantes a superstars e amantes do género. 

Ao longo do jogo, conhecemos uma panóplia de personagens que podem juntar-se ao nosso grupo, tornando-se assim em preciosos aliados na hora do combate (e também temos managers que ajudam com alguns buffs). Tenho que elogiar o enredo e ambientação do jogo, que consegue ser caricata e divertida, mas sem exageros, que me conquistou sem muitos esforços. A titulo de exemplo, deparei-me com um velociraptor NPC que está fulo da vida por não poder roubar um carro por ter os braços muito curtos. So sad indeed!! 

Penso que os fãs de wrestling vão gostar bastante da grande quantidade de homenagens e referências ao género, com diversas piadas e brincadeiras que vão fazer rir sem muito esforço. Fica evidente, para mim, que o estúdio da Mega Cat Studios realmente adora e respeita tudo o que faz do wrestling um desporto tão divertido. E também não se esqueceu de incluir inúmeras referências a celebridades do mundo da luta livre, com várias estátuas de “Macho Man” Randy Savage e outros lutadores inesquecíveis, como Andre The Giant ou da famosa Tag Team, Road Warriors, composta por Animal e Hawk. 

No que toca a gameplay, WrestleQuest é um clássico RPG por turnos. Temos os nossos personagens, cada um com as suas habilidades, atributos e diferentes equipamentos. Controlamos um personagem por turno, escolhendo a ação a tomar e pressionando os botões correspondentes para garantir que o inimigo seja atingido e que nós nos esquivemos dos seus ataques.  

Achei deveras interessante a forma como o jogo incorpora os diversos elementos do wrestling que, em outros jogos deste desporto, acontecem de forma mais dinâmica e com mais ação. Temos os chamados gimmicks, que são as habilidades, que variam desde golpes mais tradicionais, como suplexes ou dropkicks, até ataques mais exagerados e complexos. Além disso, muitos deles podem ser usados com a ajuda de qualquer combinação dos 3 personagens da nossa equipa. Portanto preparem-se para ver os golpes das lutas em Tag Team (e até Triple Tag Team) que vemos na televisão, e que foi trazido para o jogo de forma inteligente e vistosa. 

Tudo que se espera de um bom combate de wrestling é incorporado na jogabilidade, de uma forma ou de outra. Ao atacarmos um adversário, temos que pressionar um botão para dar mais força ao ataque. Isso pode fazer com que o adversário bata nas cordas do ringue e volte para nós, permitindo assim um follow up attack. Os combates podem ser vencidos se levarmos a barra de vida do nosso adversário a zero (típico de um jogo RPG), mas também podem ser vencidos em algumas ocasiões através de pin, que aqui está presente através de um mini-jogo para representar a contagem do arbitro.  

Outra mecânica que gostei bastante envolve a barra de hype, que enche conforme realizamos determinadas ações ou habilidades. Uma barra cheia oferece benefícios como mais dinheiro no final do combate, mais dano a cada ataque, recuperação de stamina, etc. Podemos ainda usar a “habilidade” de Taunt, algo típico no “arsenal” de qualquer bom lutador, para fazer a barra de hype subir rapidamente. Contudo isso deixa-nos mais vulneráveis por alguns turnos, portanto temos que ponderar se devemos ou não provocarmos os nossos adversários, pois podemos ficar K.O num instantinho. 

WrestleQuest possui visuais coloridos, com animações muito trabalhadas. A ideia de o jogo envolver action figures abriu portas para termos todo o tipo de heróis e vilões, referenciando todo o tipo de coisa que seja do universo dos brinquedos ou da pancadaria. As habilidades dos lutadores são bem explosivas, com cenários variados e bem bonitos de se ver. Ver tudo isto a acontecer é simplesmente um mimo para os nossos olhos, e só comprova que os jogos em pixel art estão realmente na moda. 

O departamento sonoro não fica atrás também, com músicas muito bem feitas que abrangem uma boa variedade de estilos. Temos até a possibilidade de escolher quais as músicas e efeitos visuais que queremos utilizar nas nossas entradas nos ringues nos combates oficiais. Nada foi esquecido, isso é um facto. 

Conclusão:

WrestleQuest oferece uma narrativa extremamente inovadora e divertida, aliado a um gameplay bastante satisfatório com grande variedade de mecânicas. É de louvar o esforço do estúdio americano em trazer o mundo da luta livre para o formato RPG, com ideias bastante originais e divertidas. Se gostam de wrestling, está aqui uma abordagem diferente dos jogos habituais deste género e que vale bem a pena ser jogado.