A Koei Tecmo volta à carga com uma das suas séries de sucesso. Dynasty Warriors: Origins já chegou e encontra-se disponível para PC, PlayStation 5, Xbox Series X|S. Será este um regresso triunfante do “pai” dos jogos Musou? Vamos lá saber então.
Para quem não conhece ou nunca jogou nenhum jogo da série, Dynasty Warriors é baseado no Romance dos Três Reinos, que é um famoso romance histórico chinês que retrata o que aconteceu na era dos Três Reinos da China entre os anos 169 e 280 AD.
A série da Koei Tecmo ficou conhecida por dar início ao género musou, que é um combate Hack and Slash, onde centenas de inimigos em simultâneo aparecem no ecrã. Dynasty Warriors: Origins chega sete anos após o último jogo da série (Dynasty Warriors 9) e traz um formato que tenta voltar às origens do conflito e tenta quebrar a repetição que a série vinha “a sofrer”. Esta é uma abordagem diferente que deve agradar aos novos jogadores, mas que provavelmente vai deixar um gosto um pouco agridoce aos fãs de longa data.
Esta nova aposta é bastante diferente dos outros jogos onde podíamos jogar como um dos muitos heróis disponíveis. Em Dynasty Warriors: Origins nós jogamos com um personagem fixo e iremos acompanhar o desenrolar da história como um “sidekick”. O enredo ainda continua a basear-se no Romance dos Três Reinos, só que ao invés de jogarmos com uma das figuras históricas, nós iremos acompanha-los no campo de batalha.
Se perguntam se é possível controlar Cao Cao, Sun Ce ou Zhao Yun por exemplo…sim, mas apenas por pouco tempo (cerca de 1 minuto e quando a barra de troca estiver preenchida), pois eles são extremamente poderosos e podem virar o jogo a qualquer momento. Eu penso que é uma pena limitar o uso deles, é sempre bom termos variedade.
O nosso personagem vai assim viver os acontecimentos como o “guardião da paz”, um guerreiro sem qualquer tipo de memórias, mas com um grande instinto para combater as injustiças que estão a acontecer, onde a história vai evoluindo de acordo com as escolhas que iremos fazer.
Este novo formato visa quebrar um pouco da repetição dos jogos anteriores, que seguiam de certa forma sempre o mesmo formato. Para quem nunca jogou nenhum jogo da série, a mudança é bem-vinda e não deve causar grande impacto, contudo, para os jogadores da “velha guarda” (como eu) as mudanças ficam claras e acabam por se tornar um retrocesso considerável, já que não temos à escolha inúmeros heróis de cada fação (e respetiva construção/evolução das mesmas) e as escolhas de fação chegam bastante tarde no jogo.
O gameplay continua a basear-se no mesmo estilo, com combates massivos e centenas de inimigos no ecrã, porém, agora temos algumas diferenças na progressão e várias melhorias. Como já mencionei, Dynasty Warriors: Origins traz apenas um personagem jogável e a primeira diferença parte daqui, pois é com ele que iremos explorar o mapa (bem generosos diga-se), onde vamos explorar entre as diferentes regiões, recolher itens perdidos pelo caminho, participar em sidequests onde teremos que combater (manadas de inimigos pois claro) ou ainda comprar e vender diferentes itens nas cidades.
Apesar de termos apenas um personagem fixo, é possível customizar a forma de jogo através de alterações que incluem armas, habilidades e acessórios. O formato aqui segue no estilo RPG com pontos de XP e habilidades passivas que são desbloqueadas conforme avançamos. A progressão é feita através de missões (combates) e entre uma área e outra vamos ter como referi diversos combates secundários espalhados um pouco por todo o mapa, que por norma são rápidos e garantem mais XP, dinheiro e por vezes itens bastante uteis. Nós jogamos a maior parte do tempo “sozinhos”, mas conforme avançarmos na história, é possível adicionarmos heróis como companheiros de batalha, sendo possível controlá-los por breves minutos, algo interessante é um facto, mas a seleção agora é muitíssimo limitada quando comparada com os títulos anteriores.
O combate recebeu algumas novidades e melhorias que incluem um sistema de parry, para além de novas habilidades e uma ênfase em se usar estratégias e táticas. No geral o formato é o mesmo e as missões principais envolvem batalhas em mapas gigantes com vários pontos para serem dominados e um exército inimigo dividido entre peões, tenentes, capitães e heróis.
Como então referi, temos uma maior ênfase em usarmos estratégias e a vitória agora não está em como saber fazer combos devastadores. Para se vencer é crucial saber escolher qual área dominar a seguir e quais os heróis aliados a ajudar, pois temos um sistema de moral que influencia diretamente na progressão, que caso seja “ignorado”, poderemos ganhar o combate sim, mas vamos acabar por perder a guerra.
Também existem eventos de tempo limitado durante os conflitos, envolvendo a conclusão de objetivos secundários dentro do mapa para evitar alguma calamidade, ou às vezes para se prosseguir com a progressão. Geralmente estes objetivos envolvem eliminar inimigos ou destruir algum objeto específico.
Apesar das novidades, a experiência no geral diria que está “mais ou menos”. Por um lado, nós temos um sistema de combate e táticas bem construído e robusto, aliado a recursos atualizados e uma boa performance (joguei na XBOX Series X), contudo como sendo um jogador “da velha guarda” da série é difícil deixar passar as mudanças e retrocessos na história e progressão. Em comparação com os outros jogos, apesar de diferente, este novo formato é muitíssimo limitado, a progressão é extremamente lenta, o que torna a repetição das batalhas secundárias necessárias para melhorar o nosso personagem um pouco aborrecidas. Outro pormenor que não ajuda é que existem muitos momentos cinemáticos que muitas das vezes são completamente desnecessários e um pouco aborrecidos.
Outro pormenor que não está muito bem conseguido é o do trabalho de vozes em Inglês (na língua japonesa está um pouco melhor). Falta-lhes carisma, expressividade e enfâse, estando bem (mas bem) longe do trabalho de vozes que encontramos nos jogos God of War por exemplo. Para ajudar o nosso personagem é mudo, não fala uma única palavra, limitando-se a escutar o que os outros personagens tem para lhe dizer. Por um lado, é algo bom (digo eu), pois presumo que não ia estar grande coisa.
Conclusão
Prós
- Melhorias visuais significativas
- História bem explicada e construída
- Combate refinado e extremamente divertido
Contras
- Muitas cutscenes que são desnecessárias
- Voice acting em Inglês deixa a desejar
- Numero de personagens jogáveis bastante limitado

Jogo de tudo um pouco, desde a minha primeira consola de jogos, a Master System II. Desde aí muita coisa mudou, mas a paixão e dedicação aos videojogos permaneceu intacta.
Apesar de jogar de tudo um pouco, desde FPS a RPG´s, sou grande adepto de Fighting games, como o Mortal Kombat e ainda de jogos de desporto automóvel, como o Forza Motorsport. Também não dispenso boas séries e bons filmes. Sou grande fã de animes desde muito cedo, onde tenho DragonBall e Naruto como séries de eleição.