Kingdom Come: Deliverance 2 | Alguém pediu o jogo do ano?

Kingdom Come: Deliverance foi lançado há sete anos, e foi um jogo que me impressionou aquando do seu lançamento. Não pelos gráficos, que nem eram muito bons, nem pelos controlos, que eram um pouco arcaicos, mas sim, pela coragem. Era um jogo lento e longe do frenesim dos jogos de hoje, em que tudo é imediato e gratuito. Era uma obra que nos pedia para lermos, observarmos e vivermos o que acontecia à nossa volta.

Por isto mesmo, fiquei bastante contente de saber que a sua sequela ia seguir as mesmas pisadas, mas com muitas melhorias à mistura, especialmente na parte técnica, que era o calcanhar de Aquiles do primeiro jogo.

Mas atenção, que este jogo não é para todos nem é de todo acessível. É um jogo complexo, lento e que requer muitas horas de “insistência”. Para quem procura uma experiência imediata e rápida, sem grandes histórias ou tutoriais, pode pensar noutro título. Ao fim de três ou quatro horas estamos practicamente ainda a meio do “início” do jogo, ou seja, são ao fim de largas horas é que terminamos a parte inicial que é dedicada a aprender como jogar isto.

Mas, para os mais audáses e persistentes, esta é capaz de ser uma experiência única e muito enriquecedora. Pensem neste jogo quase como um simulador de vida medieval, e tudo o que nele acarreta. Vão mesmo sentir que voltaram uns bons séculos atrás, entrando numa época muito bem recriada.

Ultrapassadas as primeiras horas, que podem até ser demasiado lentas, mas muito necessárias, temos um grande jogo pela frente. A nível de combate, é complexo e difícil de habituar mas, após alguma práctica, torna-se muito viciante. Não chega apenas carregar nos botões como se não houvesse amanhã, é necessário ainda indicar em que zona do corpo inimigo queremos desferir o golpe. É um jogo de paciência e calma, mas sabe muito bem quando saímos vitoriosos.

O combate é apenas um exemplo do modo de operar neste jogo. A utilização de itens ou equipamento é outro bom exemplo. Temos de ter cuidado com aquilo que equipamos, e onde o fazemos. E esqueçam as letras com diferentes cores para sinalizar se é uma arma melhor ou pior, vão mesmo ter ler as descrições de cada objecto.

A nível técnico, não só melhora imenso o seu antecessor como é um dos jogos mais bonitos do ano. Todas as vilas, aldeias e outros lugares estão extremamente bem detalhados, bem como inimigos e outros personagens. Também o voiceacting melhorou bastante, com excelentes vozes.

É um jogo longo e com uma história bastante interessante. Não me vou alongar muito com a mesma, pois deixo para cada um descobrir por si. O que posso dizer, é que é está bastante bem escrita, com belos diálogos e personagens dignos de uma boa saga de fantasia.

Kingdom Come: Deliverance 2

Pros

  • Visualmente fantástico
  • Combate complexo e desafiante
  • Belíssima história

Cons

  • As primeira horas são algo “lentas”

Um dos jogos mais arrojados e desafiantes do ano. Não é para todos mas, para aqueles que estiverem disponíveis para o desafio, terão aqui uma experiência única e imensamente rica.