Os aficionados por MMA já podem esfregar as mãos, pois o EA Sports UFC 5 já chegou finalmente e já podemos jogar com o nosso lutador favorito no octógono e conhecer todas as novidades que esta quinta edição traz.
O tempo passa, a tecnologia tem evoluído a olhos vistos e temos vindo a testemunhar diversas evoluções consideráveis, e no universo do UFC, isso não é diferente. Desde o lançamento do primeiro jogo UFC no já longínquo ano de 2014, a evolução tem sido impressionante e o EA Sports UFC 5 é um exemplo notável dessa mesma evolução.
Para dar inicio a esta análise, posso já abordar o grafismo do jogo, que está com um detalhe visual de fazer cair o queixo. A EA Sports optou por produzir o jogo apenas para a nova geração e com o Frostbite engine, trazendo assim detalhes incríveis durante os combates. Contudo, no menu de seleção por exemplo, os rostos dos lutadores parecem-me desfocados, e isso acontece também durante as entradas, onde os lutadores podiam ter também um pouco mais de expressões nas suas caras. Mas isso muda completamente quando começamos a lutar, que show autêntico! Temos imensos detalhes por todo o corpo, como hematomas, cortes, sangue e suor a escorrerem pela cara…, e tudo isto deve-se em muito ao fabuloso sistema de impacto, onde o jogo destaca-se em relação a outros simuladores de luta existentes.
Devido ao grafismo ultrarrealista, é possível termos uma perceção incrível e exata dos pontos onde atingimos o lutador adversário. Tal como em jogos anteriores, quanto mais golpes dermos numa zona específica, mais notória se torna a sua deterioração, seja no corpo ou na cara, com aparecimento de inchaços, descoloração devido às contusões e, claro, sangramento em diversas zonas, como nos olhos e sobrancelhas. Não podemos esquecer ainda que o octógono fica sujo com o sangue que vai caindo durante os combates, e são estes pequenos pormenores que contam (e muito) para uma imersão total no jogo. Um grande trabalho da EA Sports, isso não pode ser negado.
Outro aspeto que está delicioso é a dificuldade da visão dos lutadores quando ocorrem inchaços do tamanho de bolas de golfe e cortes nas sobrancelhas, resultando numa visão mais turva e numa defesa debilitada a partir daí. Em casos de lesões mais sérias, o médico pode interromper a luta para avaliar se o lutador está em condições de prosseguir, e caso não esteja, o próprio médico pode dar a luta por terminada, declarando assim o adversário como vencedor.
A jogabilidade do EA Sports UFC 5 é um pouco intimidante no início, mas depois até é bastante user friendly. As lutas de MMA requerem uma panóplia de golpes, e quase todos eles estão presentes no jogo, desde golpes de Wrestling, Kickboxing, Jiu-Jítsu, Karaté, Boxe, entre outros.
Cada lutador tem uma barra de stamina que se esgota ao atacarmos, esquivarmos e a protegermos. Ao desferirmos golpes, podemos causar danos na cabeça do lutador adversário, nos braços, no tronco e nas pernas. Durante os golpes, convém ter cuidado para não deixarmos a guarda do nosso lutador muito aberto, pois assim evitamos golpes certeiros que podem dar origem a K.O´s e TKO´s (Technical Knock Outs). Quando derrubamos o nosso adversário para o chão, aparecem “novos” comandos no ecrã, que nos indicam como nos levantar, proteger ou tentar uma submission. Aqui, convém também ficar de olho na barra de stamina, pois ela é crucial para a vitória ou derrota.
Os golpes e as ações de defesa, embora consumam stamina, mostram uma evolução considerável quando comparado com outros jogos UFC que joguei no passado. Alguns golpes de ataque e defesa gastam agora menos energia, enquanto aqueles que exigem mais esforço fisico do lutador consomem bastante mais. De referir também que alguns dos movimentos mais comuns foram simplificados, como os Uppercuts ou o agarrar o adversário. Cada um dos lutadores presentes possuem a sua própria técnica, portanto, antes de se aventurarem no modo competitivo online, é bom treinarem bastante para evitar frustrações.
Quanto ao sistema de submissões, confesso que em outros jogos evitava ir ao chão sempre que possível, pois não era o meu forte e achava um pouco confuso. Agora existe um medidor de submissão mesmo por baixo barra de stamina, e para além disso, os contra-golpes foram refinados, significando que mesmo quando o adversário está a tentar fazer-nos uma submissão, podemos reverter a situação de forma simples e dar a volta à situação. Claro que se o nosso lutador já estiver sofrido bastantes danos (e aliado ao cansaço), será mais complicado sair de uma tentativa de submissão.
Claro que para um jogador que esteja a ter o primeiro contato com um jogo UFC, irá achar que o sistema de jogabilidade é bastante complexo devido à enorme gama de opções e golpes. Mas para esses jogadores existe agora a possibilidade de simplificar os controlos, e se optarem por esse tipo de controlos, é possível utilizar apenas cinco botões do comando, mais os analógicos claro. Eu pessoalmente não sou muito adepto desse sistema, pois acho que diminui um pouco a diversão, e algumas vezes não executa exatamente os golpes mais apropriados para aquele momento. Contudo, esta é uma forma menos confusa e mais simplista de começar a jogar para os rookies.
O EA Sports UFC 5 traz vários modos de jogo, nomeadamente, Fight Now, Career, Fight Contracts, Online e a já típica Store. O modo Fight Now permite-nos lutar contra outro jogador ou contra a I.A, e podemos escolher o nível de dificuldade, que vai desde o fácil ao lendário. O jogo segue o mesmo sistema da MMA, conde os lutadores estão classificados por peso e sexo. Ao selecionarmos um lutador, temos, portanto, que escolher da mesma categoria que o nosso adversário.
Uma boa noticia para os aficionados do UFC, é que todos os lutadores estão presentes, tendo os seus níveis de ranking atualizados. Caso sejam os campeões em título, vão carregar o respetivo cinturão. Portanto se jogarem no modo Fight Now, os eventos estão separados por UFC Main Card, UFC Main Event, UFC Champioship, Backyard e Kumite, cada um com suas especificações próprias, como o Championship, que possui uma maior presença de público e 5 rounds. Se gostam de jogar com lendas do UFC, não desesperem, pois elas também marcam presença.
Os Fight Contracts são lutas pré-selecionadas pela EA Sports, que normalmente seguem os cards oficiais do evento. Numa das lutas que fiz por exemplo, joguei com Miesha Tate contra a Ronda Rousey e venci a luta (bastante difícil por sinal), ganhando assim 500 pontos que podem ser usados na Store. No entanto, se não conseguirem vencer, para repetir a luta terão que gastar pontos, sendo esta a forma necessária para equilibrar a economia dentro do jogo. Este modo gera assim bastante interesse, e a EA Sports prometeu acrescentar semanalmente novas lutas para tentarmos a nossa sorte e pormos as nossas habilidades à prova.
Já que falei na Store, ela também está presente no EA Sports UFC 5. Os cosméticos variam de roupas simples (e algumas mais extravagantes) a avatares e comemorações. Para adquirir os itens, existem duas maneiras: a primeira é gastar dinheiro real para comprar pacotes de moedas “oferecidos” pela EA Sports, ou ganhar pontos que permitem adquirir os itens, e como é de esperar, é bastante mais difícil conseguir os novos itens através de pontos acumulados. Portanto se optam pela segunda opção, tenham paciência para fazer farming de pontos.
O modo Career é o que mais gostei de jogar. Nele, criamos o nosso próprio personagem e evoluímos desde o circuito amador ao profissional. Ele retrata tudo o que acontece normalmente com os lutadores, como os treinadores a conversar e a motivar o lutador, os contratos de lutas, treinos para aprimorar as técnicas, a conexão com outros lutadores que nos ensinam novos golpes, a interação dos fãs nas redes sociais que deixam comentários acerca das lutas, a conquista do tão desejado cinturão, etc. Este modo tem toda a essência do UFC e é difícil não ficar empolgado/emocionado durante a longa jornada que vamos ter pela frente. Fico também com pele de galinha sempre que o incontornável Bruce Buffer grita bem alto “It’s time!!”, sempre uma delícia ouvir estas já míticas palavras!
O modo Online consegue ser também um dos destaques do jogo, que oferece uma vasta gama de contéudo, incluindo a Career Online, Ranked Championship, Blitz Battles, Quick Fight e Invite. Na Career Online, podemos escolher entre várias categorias e criar um ou mais lutadores para cada uma delas. Este modo não tem uma narrativa como o modo carreira a solo, mas oferece um sistema onde cada jogador compete contra um lutador controlado por outro jogador, podendo inclusive lutar pelos títulos. A evolução dos lutadores aqui também é bastante interessante, conforme eles vão lutando, vão ganhando pontos que podem ser distribuídos para melhorar atributos de luta, ou se preferirem também podem comprar novas habilidades ou até melhorar as as habilidades que já possuem conforme as vão usando.
Quanto ao Ranked Championships online, ele utiliza um sistema de temporadas (algo comum em muitos jogos). Nesta primeira temporada, que tem uma duração de um mês e meio, à medida que os jogadores participam em lutas, vão subir nos placares e nas respetivas divisões. Um sistema inteligente diga-se, pois permite aos jogadores permanecerem numa divisão onde as lutas são equilibradas e empolgantes. Se preferem, contudo, algo mais instantâneo e rápido, então o modo Blitz Battles é para vocês, mas tenham em atenção às regras em constante mudança, onde algumas são bem complicadas de seguir. Também podem escolher o modo Quick Fight claro, onde aqui é só escolher o lutador e esperar pelo matchmaking.
No departamento sonoro, também tenho que mencionar o excelente trabalho. É bastante audível o impacto dos golpes, o ruído da multidão ao longe e até mesmo as instruções dos nossos treinadores. Os sons dos lutadores a caírem no chão ou a baterem nas grades laterais são detalhes que podem ser ouvidos de forma muito nítida, o que proporciona uma experiência super realista e nos imerge ainda mais na ação.
Conclusão:
EA Sports UFC 5 entra no octógono com muita confiança, andando perto da perfeição. Exige claro muitas horas de prática para se jogar de forma competente/competitiva, o que poderá intimidar alguns jogadores. Mas se não deixem assustar por este pequeno pormenor, pois vão encontrar um jogo com visuais extremamente detalhados, com um sistema de impacto de golpes super realistas e um modo de carreira apelativo, seja a solo ou online. Como então diria Bruce Buffer… “It´s time!!!”.
Jogo de tudo um pouco, desde a minha primeira consola de jogos, a Master System II. Desde aí muita coisa mudou, mas a paixão e dedicação aos videojogos permaneceu intacta.
Apesar de jogar de tudo um pouco, desde FPS a RPG´s, sou grande adepto de Fighting games, como o Mortal Kombat e ainda de jogos de desporto automóvel, como o Forza Motorsport. Também não dispenso boas séries e bons filmes. Sou grande fã de animes desde muito cedo, onde tenho DragonBall e Naruto como séries de eleição.