Poly Bridge 2 é um puzzle-game muito interessante desenvolvido pelo estúdio Dry Cactus e é um jogo aparentemente muito simples: temos de construir uma ponte. Pronto. É isto. Podem ir para casa…
OK. Poly Bridge 2 é isso, mas é um pouco mais que isso. E é aqui que aquilo que começa como uma tarefa simples, muitas vezes termina num maravilhoso e algo frustrante caos.
O jogo original “Poly Bridge”, lançado em 2016, orgulhava-se de usar física realista e a sua sequela não lhe fica atrás, utilizando múltiplas ferramentas ao seu dispor: a madeira reforça as nossas pontes, o aço é de facto mais forte que a madeira e os carros passam suavemente por cima de estradas. Cabos de sustentação são necessários eventualmente, bem como simples cordas, em versões mais low-tech das nossas construções. Também poderemos construir sistemas hidráulicos de forma a criar pontes levadiças que permitam a passagem de barcos.
Sendo este um jogo de estratégia, temos também de saber gerir em cada nível um budget que tem de ser gasto de forma inteligente para conseguirmos cumprir o nosso objectivo, o que nem sempre é simples. É claro que ao fazê-lo conseguimos obter bragging rights através de leaderboards, o que é sempre, além de agradável, um bónus.
Mas se há algo frustrante em Poly Bridge 2 é aquela sensação constante de que não estamos por dentro das ferramentas que temos ao nosso dispor. E pior, que não temos quem nos ajude a entendê-las. Explico: tutoriais são poucos e mesmo os que existem não são lá muito úteis, pois todos reafirmam alguns princípios básicos como o facto de que ao construirmos uma ponte básica devemos sempre construir uma estrutura triangular que a suporte. OK. Até aqui tudo bem, mas depois não há nenhuma explicação porque é que por vezes a estrutura triangular funciona se for construída por cima da estrada e outras vezes só funciona como suporte por baixo da estrada. E quando chegamos às zonas que lidam com hidráulica, bem, estaremos mesmo por nossa conta e risco, com o tutorial a apontar para onde temos de clicar, mas sem explicar o porque o devemos fazer. E depois somos lançados na vida de engenharia assim mesmo, sem dó nem piedade. É como tirar o curso de filosofia e depois pedirem-nos para domar um leão. Ou neste caso, para construir uma ponte.
Este é portanto um jogo que vai requerer muita paciência e do qual se consegue tirar proveito, desde que não nos importemos com a repetição constante dos níveis e chegar muitas vezes à construção certa através de tentativa e erro… muitos, muitos erros. Podemos até saltar níveis, mas isso não ajuda à frustração se no nível seguinte ainda estamos mais atrapalhados do que no anterior.
Conclusão:
Poly Bridge 2 é um jogo divertido, mesmo que algo exigente. E quando tudo parece entrar nos eixos, ver as nossas construções mesmo ali no limite, quase a cair, mas a aguentar, é uma sensação… epá, do caraças!
Nasceu num dos melhores anos para nascer, 1980, e cresceu com um enorme desejo de poder jogar nas máquinas de jogos. Cumpriu esse desejo no dia em que finalmente fez 16 anos e pode legalmente entrar em salões de jogos. Infelizmente também descobriu que jogar custava dinheiro e por isso resolveu estudar mais um bocado. Hoje é publicitário e feliz proprietário de uma Super Nintendo. O seu jogo favorito ainda é o Street Fighter II.