Entrar num purgatório com um grafismo arrojado de BD? Sim, por favor!!!
Com a fantástica narração de Ron Perlman, chega-nos este twin stock shooter, desenvolvido pela Upstream Arcade, uma equipa de 4 developers indie sediados no Reino Unido.
Mas desengane-se quem acha que este é um simples twin stick shooter, a jogabilidade de West of Dead baseia-se muito no cover e embora importantes, a acção e rapidez de movimentos não são suficientes, há que planear minimamente os movimentos que iremos tomar, a munição pode ser infinita mas as armas demoram tempo a recarregar e nenhum inimigo irá esperar até estarmos novamente prontos a disparar.
Começamos no purgatório, aqui com o aspecto de um saloon do velho oeste americano. E mentalizem-se, vão ver este purgatório muitas vezes, o jogo é exigente e a morte do personagem leva-nos de volta até ao ponto inicial, perdendo tudo o que já havíamos recolhido no caminho, seja em termos de armas, itens ou upgrades.
Estamos em busca dos Preachers, seres que trancaram a passagem que permite aos mortos transitar, cabe ao nosso personagem resolver a questão de forma a livrar-se do purgatório que é agora a sua realidade.
No decorrer do jogo vamos recolhendo Iron ou Sin, o primeiro permite-nos comprar upgrades ao lojista do submundo, o segundo permite comprar, ou ir comprando, upgrades à bruxa do submundo, destes upgrades apenas alguns transitam connosco caso o personagem morra, sendo estes o elixir de cura e pouco mais. Há upgrades muito caros que terão de ser comprados ao longo de várias passagens pela bruxa do submundo, que só encontraremos no final de um nível. No entanto, não guardem para mais tarde, uma morte e todo o Iron e Sin que tiverem convosco desaparecerão.
Com mapas gerados proceduralmente não temos como repetir os nossos passos e ter cuidado, nunca sabemos o que a próxima arena de combate nos pode trazer. Temos diversos tipos de inimigos que nos obrigarão a abordagens diferentes, desde armas de longo ou curto alcance, atirar dinamite ou ataques corpo a corpo, tudo isto armas e estratégias que nós próprios podemos usar. Os piores, para mim, são aqueles aos quais chamei “helhounds”, cães infernais rápidos e resistentes, ao encontrá-los nada como uma caçadeira de curto alcance, contudo, não deixa de ser curto alcance e os bichos batem forte.
West of Dead está disponível para a Xbox One e PC, sendo que em agosto serão lançadas as versões para Nintendo Switch e Playstation 4.
Conclusão:
Com West of Dead esperava um jogo de acção, mas não tão táctico, o que foi uma agradável surpresa, o cover funciona muito bem e a diversidade de inimigos ajuda a que não se instale a monotonia. A questão do ressuscitar no purgatório e perder tudo o que se havia recolhido nesse capítulo torna este jogo numa abordagem quase Souls like ao género Twin Stick Shooter. A estética está extremamente bem conseguida e só vem reforçar a versatilidade do motor Unity, do qual a equipa de desenvolvimento tirou total partido.
Começou a jogar num spectrum 48k e desde então tem uma paixão por videojogos, não imagina a sua vida sem jogar. Fã de RPGs, First Person Shooters e jogos Third Person, joga na sua PS5, Xbox Series S, PC e Nintendo Switch.