De vez em quando surgem títulos muito diferentes. Superliminal é um desses casos.
Desengane-se quem pense que se trata de um simples puzzle game. Para umas poucas horas de jogo, há aqui muito sumo.
A premissa é simples: fazemos parte de uma experiência relacionada com sonhos, destinada a melhorar a nossa vida, mas algo corre mal e cedo percebemos que o nosso objectivo é acordar.
Vagueamos pelos corredores de um cenário criado para o nosso sonho, mas rapidamente percebemos que podemos saltar fora deste e, aí, é-nos dito que estamos perdidos, num estado de sono tão profundo que temos de nos esforçar para acordar.
Somos guiados pela voz do Dr. Glenn Pierce, que nos vai explicando o que está a suceder e nos vai procurando guiar, até atingirmos o estado consciente.
Tudo isto está relacionado com o argumento e não influencia o jogo, mas dá-lhe um toque interessante e permite que nos embrenhemos um pouco mais num jogo que se revela muito divertido e curioso.
Superliminal brinca com a noção de perspectiva e escala, mas fá-lo de uma forma brilhante, com controlos simples e com imensos puzzles, que abrangem desde os mais simples aos que nos farão pensar mais, muitas vezes para percebermos que a solução era simples e apenas teríamos de pensar fora da caixa.
Tecnicamente está irrepreensível e, embora não esteja a par com o último grito da performance gráfica, faz bom uso das suas mecânicas de jogo.
O brincar com a ilusão de óptica, através da manipulação da escala e perspectiva dos objectos está extremamente bem conseguido e o passar de salas enormes que, através de uma porta, se revelam uma placa de cenário dão um realismo onírico muito apropriado a esta temática, piscando muito levemente o olho a um outro grande jogo de puzzle, Portal.
Conclusão:
Superliminal é um pequeno grande título, extremamente bem conseguido e, tecnicamente, sem falhas, peca talvez pela sua curta duração de 2 a 3 horas. Sem dúvida que fará as delícias dos amantes do género e vai com uma recomendação muito positiva da nossa parte.
Superliminal está disponível para Nintendo Switch, PS4, Xbox One e PC.
Começou a jogar num spectrum 48k e desde então tem uma paixão por videojogos, não imagina a sua vida sem jogar. Fã de RPGs, First Person Shooters e jogos Third Person, joga na sua PS5, Xbox Series S, PC e Nintendo Switch.