Jogos de estratégia e gestão de recursos foi um género que sempre gostei, mas apenas recentemente voltei a jogar.
Frostpunk foi uma agradável surpresa, há já algum tempo que andava curioso e, com a saída da expansão final, On the Edge, não tive como resistir.
Frostpunk coloca-nos num passado alternativo e distópico, no século 19, em que o mundo está à beira de um cataclismo climático, as temperaturas descem a pique e um pequeno grupo sai de Londres de forma a dirigir-se para o norte, onde as temperaturas são mais suportáveis. Aí, estabelecem-se numa cratera de gelo, onde, ao centro, se encontra um gerador a vapor, capaz de manter vivos os habitantes desta última cidade na terra.
Inicialmente, o jogo é muito simples: os recursos necessários estão espalhados pela cratera e podem ser facilmente recolhidos manualmente. Dispomos de trabalhadores e engenheiros, características que permitem alocá-los a tarefas específicas, sendo aqui onde começa logo o nosso trabalho de gestão de recursos humanos.
Dispomos de 3 recursos principais: carvão, madeira e aço, que nos permitem ir construindo a nossa cidade. Cada edifício ou melhoramento necessitará de uma certa quantidade de madeira ou aço, sendo que o carvão é usado no gerador. Além disso, temos de criar instalações que alberguem os caçadores e cantinas para cozinhar o que estes capturam. A fome é um problema bem real no mundo de Frostpunk.
Inicialmente, apenas nos é possível construir edifícios muito básicos, como tendas de dormir ou médicas, cabanas de caçadores, cantina, entre outros. Uma delas é a oficina, onde podemos colocar até 5 engenheiros, e que nos permitirá fazer avanços tecnológicos, através de investigação.
Esses avanços permitirão a construção de edifícios mais complexos, assim como o desbloqueio de outras funcionalidades do jogo, como equipas de busca (scouts), que podemos enviar de forma a encontrar recursos e sobreviventes, estes últimos muito importantes no crescimento da nossa cidade.
Mas não é apenas de recursos que se trata a gestão de Frostpunk. Como já havia referido, há a fome, mas também o descontentamento e esperança dos cidadãos, que se alteram conforme o frio aumenta, assim como a sua reação às decisões que tomamos. Estas são apontadas no livro de leis, onde, muito inicialmente, começamos por definir se existirá ou não trabalho infantil, por exemplo, e à medida que o tempo avança, podemos ser mais ou menos ditadores, havendo mesmo a possibilidade de nos nomearmos o centro de uma nova religião.
Tudo isto sabendo que, se falharmos, seremos expulsos e enviados para o frio, para morrer.
Frostpunk – On the Edge, é a expansão final deste jogo, onde começamos como um outpost de New London, a cidade inicial, que cedo nos irá fazer sentir as suas injustiças e certo desprezo pelos trabalhadores.
A missão inicial seria a reabertura de um armazém, onde toneladas de aço estão guardadas, e enviar carregamentos regulares para New London. Esta, rapidamente começa a retirar volume aos carregamentos regulares de comida que envia de volta, para, pouco depois, apenas os enviar quando também nós enviarmos carregamentos de metal.
Neste cenário, somos obrigados a romper com a cidade principal e a estabelecer relações diplomáticas e comerciais com outras cidades mais pequenas. Aqui, a exploração é tão importante como nunca, uma vez que não dispomos de gerador e temos de encontrar formas alternativas de combater o frio.
On the Edge é uma inversão de papeis interessante e coloca-nos na perspectiva daqueles que enviámos para postos avançados, na versão inicial de Frostpunk, tornando ainda mais desafiante aquele que é, de base, um jogo muito interessante.
Conclusão:
Frostpunk é um must-have para os amantes do género. As suas intricâncias, assim como os seus DLC’s, tornam-no numa referência para o que será feito posteriormente. Com uma história e mecânicas simples mas eficazes, o seu grau de complexidade exponencial e uma interface refrescante foi, sem dúvida, uma agradável surpresa. Além da campanha base, temos ainda excelentes DLC’s que mostram outros pontos do mapa deste universo e nos introduzem novas mecânicas, inerentes a cada um deles.
Frostpunk está disponível para a PS4, Xbox One, PC e Mac.
Começou a jogar num spectrum 48k e desde então tem uma paixão por videojogos, não imagina a sua vida sem jogar. Fã de RPGs, First Person Shooters e jogos Third Person, joga na sua PS5, Xbox Series S, PC e Nintendo Switch.