Pang não é um jogo novo, este simpático título já aí circula desde finais dos anos 80.A minha introdução ao mundo dos videojogos não foi exclusivamente através do Spectrum 48K. Em casa, jogava Spectrum com o meu pai, fora de casa a conversa era outra. Desde muito pequeno que o meu tio me levava com ele para os salões de arcadas, onde o via jogar uma grande diversidade de títulos. Entre eles estava o velhinho Pang.
Felizmente, a Dotemu não deixou que Pang vivesse apenas na memória longínqua de quem o jogou nos anos 90. A empresa tem-se dedicado a revitalizar grandes clássicos, tendo já no seu catálogo Streets Of Rage 4 e Titan Quest, entre outros.
A minha memória de Pang é mais emocional que objectiva. Contudo, tudo aquilo que me recordo está lá. A tipologia de níveis, o voar de continente em continente e jogar níveis em diferentes países e claro, as mecânicas.
E foi precisamente nas mecânicas que a Dotemu inovou. Mantendo o feeling do original, melhorou e muito a qualidade gráfica e acrescentou também novidades a nível de gameplay.
Pang Adventures ‘Buster Edition’ tem um setting simples: aliens invadiram o nosso planeta e lançaram perigosas bolas. Os jogadores, munidos com um arpão, lançam-no e à sua corda para cima, com as bolas invasoras a dividirem-se e diminuirem de tamanho ao ser tocadas pelo arpão ou pela corda. Esta divisão acontece várias vezes até que as bolas desapareçam. Sendo que as bolas reagem com física à sua divisão e ao baterem nas extremidades do ecrã, isto começa a tomar outros contornos. É aqui que entram as novidades, temos várias armas ao nosso dispor, mais que na versão original, e podemos usar lança-chamas, armas de fogo ou arpões duplos de forma a melhor atacar as bolas alienígenas.
O cenário nunca é o mesmo e podemos contar com barreiras, destrutíveis ou não, ou mesmo animais que circulam pelo cenário. Estes podem auxiliar-nos ou atrapalhar. Enquanto caranguejos fazem as bolas rebentar, os caranguejos eremitas trepam pelas paredes e tecto, caindo-nos em cima. Passando os níveis da zona do mundo onde vencemos a ameaça alienígena, entramos no avião em direção à próxima zona, sendo confrontados a meio do voo pelos Bosses, que dão um pouco mais de luta e exigem outro tipo de estratégias. Tudo isto terá de ser feito enquanto gerimos o tempo limite de cada nível, o que vem acrescentar uma dose de dificuldade e adrenalina extra a este divertido jogo.
Ao rebentar as bolas ou destruir pedaços do cenário, vão caindo elementos que nos conferem apenas pontuação ou novas armas, que apenas funcionam por um curto período de tempo, como ampulhetas que temporariamente param as bolas, escudos que permitem que as bolas nos toquem sem o personagem morrer, entre outros.
Adicionalmente, as próprias bolas foram alvo de upgrades face ao original e temos agora bolas explosivas, bolas elétricas, bolas com fumo, entre outras. Estas conferem um twist muito interessante a esta nova abordagem a este jogo clássico.
Outra característica que não foi deixada para trás é a possibilidade de multiplayer, que permite não só jogar com amigos online, como também aceder ao desejado modo de couch co-op, que o Rui tanto preza. Embora seja um jogo perfeitamente jogável em modo singleplayer é a dois que se tira mais gozo da aventura.
Conclusão:
Pang Adventures ‘Buster Edition’ é uma pequena pérola que vem trazer uma boa dose de diversão a solo ou entre amigos. Embora possa ser jogado em qualquer consola ou mesmo em PC é a Nintendo Switch que considero ser o sistema por excelência para desfrutar deste jogo, devido à sua portabilidade. A enorme dose de nostalgia que saboreei ao jogar foi deliciosa. Mas este não se trata de um jogo apenas para quem já conhecia Pang. É também muito divertido para jogadores que com ele se deparam pela primeira vez.
Começou a jogar num spectrum 48k e desde então tem uma paixão por videojogos, não imagina a sua vida sem jogar. Fã de RPGs, First Person Shooters e jogos Third Person, joga na sua PS5, Xbox Series S, PC e Nintendo Switch.