Como gamer e petrolhead que sou, e especialmente por ter nascido nos anos 80, era impossível deixar 80’s Overdrive de lado.
Este arcade racer tem todos os ingredientes de sucesso, pixelart, cores vibrantes, uma banda sonora viciante e uma lista de carros que, embora curta, nos transporta imediatamente para os finais dos anos 80 e nos faz relembrar aqueles posters que tínhamos na parede do quarto.
Quem jogou Lamborghini American Challenge nos seus dias de glória, vai reparar nas semelhanças óbvias assim que começar a jogar 80’s Overdrive, desde a escolha dos avatars, até ao mapa onde escolhemos qual a nossa próxima corrida, as influências do título da Titus são óbvias.
O conceito do jogo é simples, escolher um carro e ir avançando no mapa à medida que vamos desbloqueando novos desafios e juntando créditos para novas máquinas, upgrades e reparações. A diversidade dos cenários e dificuldade do jogo à medida que vamos avançando faz com que não seja repetitivo, ao contrário do que possa parecer.
80’s Overdrive consegue ser bastante desafiante, a velocidade é absurda, e vai sempre aumentando conforme vamos avançando no jogo. A dificuldade dos rivais vai também aumentando, as curvas cada vez mais difíceis e também a frequência com que aparecem carros da polícia, que por sinal são bastante difíceis de evitar. Além disso, vão-nos sendo dados alguns challenges muito específicos, como causar dano a um rival, apanhar um certo número de itens espalhados pela estrada, ou até perder propositadamente.
Os carros presentes no jogo têm todos nomes fictícios, mas arrisco a dizer que as semelhanças a modelos reais de produção andam acima dos 95%, e garanto-vos que os conhecedores vão facilmente distingui-los. Conforme referi, a lista de carros é curta, e acho que poderia ter havido aqui um esforço extra para tentar incluir mais uma mão cheia de máquinas à lista. A ausência de um Testarossa num jogo destes é uma facada no coração dos entusiastas, no entanto, algumas pérolas dos anos 80 como Ferrari 288 GTO e Lamborghini Countach LP500S estão presentes.
A música tem um grande impacto nos jogos, e este não é excepção. A playlist é fantástica, muito synthwave based, e amplifica toda a experiência da década. À semelhança de jogos como Outrun e Lotus The Ultimate Challenge, no início de cada corrida é nos dada a opção de escolher o que queremos ouvir através de um menu com vista do interior do carro, mas também é possível mudar durante o jogo.
Além do modo carreira que, é sem dúvida onde passei maior parte do tempo, o modo Time Attack também merece ser explorado, mais uma vez ao estilo Outrun, vamos progredindo no mapa e a cada bifurcação passamos para um cenário novo. O level editor também é bastante interessante, permite-nos gerar aleatoriamente níveis novos baseados nas características que escolhemos, como o número e tipo de curvas, número mínimo e máximo de faixas, elevação do terreno, tráfego e polícia. No fim, se gostarmos do resultado, ainda podemos partilhar o percurso com amigos, através de um código que é gerado automaticamente.
Conclusão:
80’s Overdrive ganhou o meu coração pela maneira como representa uma das minhas décadas preferidas, e segue de maneira fiel a receita dos melhores arcade racers retro da história, a Insane Code está de parabéns.
Disponível para Nintendo Switch, 3DS e Windows.
Ver os seus pais a jogar Spy Hunter num Spectrum ZX, é uma das suas memórias mais antigas, e foi precisamente esse momento que fez nascer as suas duas grandes paixões. Sendo um gamer e petrolhead com raízes tão fortes, não consegue viver sem uma boa tarde agarrado a uma das consolas ou computador, ou uma noite bem passada ao volante de um carro enquanto conduz sem destino acompanhado de uma boa banda sonora. Cresceu com jogos de carros como Lotus III, 4D Sports Driving, NQ RAC Rally e claro, Gran Turismo 2. O verdadeiro gosto por outro tipo de jogos apareceu mais tarde, no início dos anos 2000, assim que meteu as mãos numa cópia de Final Fantasy 8, que por sinal ainda hoje é o seu preferido. Desde então é completamente apaixonado por jogos com uma boa narrativa, considera que sagas como Final Fantasy, Kingdom Hearts, Metal Gear Solid, Mass Effect e Life is Strange são autênticas obras de arte.