São fãs de jogos onde o modo “Hard” está “sempre ligado”? Se a resposta é sim, e também tem um fraquinho por artes marciais, vão então adorar SIFU!
Esta pérola tem a assinatura do estúdio francês Sloclap (que também criou Absolver em 2017), e quiseram trazer até nós um jogo onde cada golpe tem realmente impacto, aliado a uma grande fluidez de movimentos e a animações que enchem os nossos olhos.
Mas o que vamos então encontrar em SIFU? A história segue um praticante de kung-fu, que não irá desistir enquanto não vingar a morte do seu pai, que foi assassinado por um grupo de 5 indivíduos que lideram o crime organizado da cidade. Poderá para alguns ser considerada uma história cliché, mas mesmo que seja, não vai atrapalhar em nada no gozo que o jogo dá, porque aqui o realmente conta é o kung-fu.
A história, entretanto, dá um salto no tempo, e começamos então a nossa vingança com 20 anos, ao longo de cinco níveis bem exigentes, onde cada um deles vai terminar com uma luta contra um Boss. E acreditem, nunca a palavra “Boss” fez tanto sentido…, portanto preparem-se para morrer bastante nestas lutas. Mas se julgam que apenas as Boss fights são exigentes enganem-se, pois até os simples capangas são duros de roer e vão exigir muito de nós.
Sendo um beat´em up, SIFU acerta em cheio na mecânica de combate, que apesar de ser simples, é bastante variada e poderá fazer com nos sintamos meios perdidos ao tentar lembrar de todos os golpes e combinações disponíveis. São dois botões para os golpes, um outro para defender e mais um para esquivar/correr. Simples não?! Era bom… porque apesar de parecer simples, o grande destaque vai para o uso dos analógicos para realizarem diversos ataques, desde combos e finishers, e mesmo algumas defesas. Agora tentem não esquecer cada movimento no calor do momento… pois…
SIFU faz também um grande trabalho ao mostrar-nos diversas formas que um nível pode ser jogado (e se tivermos explorado grande parte desse nível melhor). Existem assim vários caminhos para o objetivo final, que é sempre um combate de proporções épicas com cada responsável pelo assassinato do pai do nosso personagem. Contem ainda com diversas armas e upgrades que podem ser encontrados durante o caminho. E é graças à exploração de cada canto que conseguimos acumular o máximo de XP, que só pode ser acumulado quando andamos à pancada e que é posteriormente utilizado para desbloquear novas habilidades definitivas. Portanto, explorem para encontrar o máximo de adversários.
Um dos aspetos interessantes do jogo é quando o nosso personagem é derrotado em combate. Quando fazemos o típico “continue”, existe uma consequência, o nosso personagem volta à ação mais velho. Assim sendo, sempre que fazemos “continue”, inicialmente voltamos ao jogo 1 ano mais velho, mas depois já voltamos com mais 2 anos e em seguida 3 (e por aí fora), até atingirmos os 70 anos de idade, que é quando já não há volta a dar e é Game Over.
Sim, podemos ser derrotados e voltar à carga, mas não esquecendo que o limite de idade fica cada vez mais próximo. A nossa barra de vida fica mais pequena e vulnerável a cada golpe, mas em contrapartida os nossos ataques produzem mais efeito. Apesar de não ser possível reverter a idade perdida ao fim de cada nível concluído, a Death Count pode ser baixada. Sempre que vencemos um adversário mais duro, o nossa Death Count baixa, e assim o número de anos de vida que perdemos de cada vez que somos derrotados desce.
Em SIFU é preciso estudar cada inimigo, cada Boss, aprender muitos dos seus padrões e aprender também a usar as diversas técnicas de ataque e defesa para evitar que sejamos derrotados, e assim, envelheçamos rápido demais durante o jogo. Como referi, o protagonista fica mais forte é certo, mas imaginem como deve ser complicado enfrentar uma horda de inimigos quando somos um idoso de 60 e tal anos.
Como também já referi, existem diversas armas prontas para serem usadas, mas essas mesmas armas podem também ser usadas pelos nossos adversários. Por isso se virem um cano ou um taco de baseball no chão e não os apanharem a tempo, os bad guys não ficam a olhar para eles e vão sim dar-lhes bom uso… em nós. Só comprova que a Sloclap não criou os adversários para serem meros sacos de pancada, e que sabem realmente quando atacar (e como) e defender.
Em SIFU fiquei bastantes vezes com a sensação de que tudo pode ser perdido num estalar de dedos, devido à sua dificuldade acima da média, onde a nossa concentração é constantemente posta à prova. Caramba, este jogo exige tanto de nós quase como um Dark Souls…
Para acompanhar o incrível ritmo quer visual, quer coreográfico, com o tipo de gameplay que o jogo nos oferece, é necessário o uso de um sistema de câmaras sem falhas, mas por vezes isso não acontece. Ter a câmara muito colada às costas do nosso personagem (que pode ser homem ou mulher) dá-nos a o feeling que temos a situação controlada. Mas em alguns momentos a câmara irá jogar contra nós, em particular em lugares mais fechados, portanto haja alguma paciência da nossa parte.
Não há uma forma correta de lutar. Nós é que fazemos as nossa táticas e formas de abordar cada adversário, portanto se chegarmos ao nível seguinte com uma idade que não nos agrada, a opção que temos é voltar a fazer o nível anterior e tentar termina-lo com uma idade mais nova.
De referir ainda a música do jogo, que acompanha na perfeição o que se está a passar no ecrã. Como se fosse um misto do que se ouve nos filmes do John Wick ou até mesmo em Matrix. E graficamente, também não desilude, adorei os traços suaves quer das personagens, quer nos cenários. Simples, mas bem eficaz diria.
Conclusão:
Embora curto, SIFU destaca-se pela sua jogabilidade única e bastante diferenciada, ideal para quem gosta de voltar a jogar um jogo diversas vezes para ver se caça todos os troféus/achievments. Um grande tributo ao Kung-Fu e aos jogos de luta corpo a corpo, mas que pode levar a grandes momentos de frustração devido à sua dificuldade. Se fazem parte deste “nicho” de jogadores, então usem e abusem do jogo.
Jogo de tudo um pouco, desde a minha primeira consola de jogos, a Master System II. Desde aí muita coisa mudou, mas a paixão e dedicação aos videojogos permaneceu intacta.
Apesar de jogar de tudo um pouco, desde FPS a RPG´s, sou grande adepto de Fighting games, como o Mortal Kombat e ainda de jogos de desporto automóvel, como o Forza Motorsport. Também não dispenso boas séries e bons filmes. Sou grande fã de animes desde muito cedo, onde tenho DragonBall e Naruto como séries de eleição.