Low Cost Reviews – A Plague Tale: Innocence

Tinha ideia que A Plague Tale: Innocence era um bom jogo, só não tinha ideia que fosse uma pequena jóia.

Corre o ano de 1348, na Europa a Peste chega às regiões francesas e a Santa Inquisição está no auge da sua força e influência. Somos colocados na pele da adolescente Amicia de Rune, filha primogénita de uma família nobre do sudoeste francês.

Poucos minutos após o início vemos o château de Rune ser invadido por forças da inquisição, que assassinam os pais de Amicia e os criados da família, forçando Amicia a pegar no seu irmão Hugo, de 5 anos, que mal conhece pois este é portador de uma doença misteriosa, o que levou a que os irmãos tivessem muito pouco contacto ao longo da sua vida.

O argumento é, na minha opinião, genial, sendo sem dúvida um dos pontos fortes do jogo, que agarra à medida que a trama se intensifica e vamos fazendo aliados, que nos ajudam ao longo do percurso enquanto fugimos da Inquisição e procuramos a cura de Hugo. Tudo isto enquanto uma autêntica praga de ratos nos ameaça a cada canto onde a luz não esteja presente.

No que diz respeita à jogabilidade as infuências são óbvias e, desde cedo, senti estar a jogar um The Last of Us medieval, com um grande foco em gestão de recursos, crafting , furtividade e técnicas de distracção de inimigos. Contudo, aqui a gestão tem de ser mais cuidadosa, Amicia é frágil e basta um inimigo alcançá-la para que esta seja morta.

Inicialmente estamos armados com uma funda, com a qual podemos atirar pedras para matar ou distrair oponentes. No decorrer do jogo vamos adquirindo novas ferramentas para lidar com as situações, sejam elas para colocar inimigos a dormir, acender ou apagar fontes de luz, entre outras. Estas ferramentas são adquiridas ao longo de todo o jogo, sendo que a última é adquirida muito perto do final, o que faz com que a forma de jogar seja gradualmente ajustada, mantendo a experiência pouco repetitiva e obrigando o jogador a pensar em novas formas de resolver problemas. Desengane-se também que achar que iremos passar o jogo inteiro a levar Hugo pela mão, era esse o meu receio inicial, completamente infundado.

Não é um jogo longo, nem particularmente difícil, mas é uma experiência extremamente bem elaborada, fluída, em cuja história facilmente embrenha o jogador. Os cenários estão extremamente bem elaborados e a forma como estão desenhados quase nos fazem esquecer que o jogo não é um open world. Ao passarmos por campos agrícolas, florestas, campos de batalha com o chão coberto de cadáveres, aldeias dizimadas pela peste ou ratos, catacumbas, catedrais e outros tantos, percebemos a dedicação e trabalho que o independente Asobo Studio aplicou na elaboração desta aventura. E sim, os ratos e seus movimentos são qualquer coisa de extraordinária.

Algumas questões técnicas, embora perfeitamente desculpáveis, estão presentes, sendo que a principal está relacionada com as animações faciais. Muitas vezes, nas conversas entre personagens, Amicia olha para o infinito, chamando-nos a atenção de que estamos num jogo. Isto apenas acontece em real-time e as fantásticas cutcenes não são afectadas.

Pouco sabia sobre A Plague Tale: Innocence antes de o jogar, e ainda bem, gosto quando um jogo me apanha de surpresa e me proporciona uma experiência destas.

A Plague Tale: Innocence está disponível em PC, Xbox e Playstation 4.

O jogo tem vindo a sofrer várias promoções mas sem dúvida que a mais aliciante é a subscrição do Xbox Game Pass para PC, cuja subscrição custa actualmente 1€ no primeiro mês e 3,99€ nos seguintes.