Se há jogos dos quais normalmente fujo são os de deck building ou turn based. Fights in Tight Spaces entra em ambas as categorias, mas não se resume apenas a isso.
Fights in Tight Spaces é uma mescla de dois géneros, deck building e turn based, conjugados com pequenas situações que fazem lembrar cenas de ação de filmes de Hollywood. A nossa personagem, o Agent 11, tem de cumprir as missões que lhe vão sendo atribuídas, navegando pequenos quadros até à luta final.
Dificilmente haverá um nome de jogo que ilustre melhor o seu conteudo do que Fights in Tight Spaces. Passamos literalmente de quadro em quadro, lutando em espaços pequenos. Entre becos, bares, casas de banho públicas, cozinhas, etc.
É um jogo muito simples, o que não o torna necessariamente fácil. Temos de saber gerir muito bem as cartas do nosso baralho, que nos vão sendo facultadas aleatoriamente, os nossos action points, aqui chamados de momentum e também a nossa posição, fulcral para nos movimentarmos no espaço e navegar por entre os inimigos, de forma a não sermos agredidos ou atingidos.
Existe um pequeno tutorial que nos explica o básico, depois vamos descobrindo o resto do funcionamento. Fights in Tight Spaces é uma espécie de xadrez misturado com cartas, o que resulta em algo que podia correr muito mal mas que acaba por ser muito bem conseguido e divertido.
Existem cartas de ataque, defesa e movimento, o que nos permitem planear o nosso turno, conjugando vários tipos de ataques com movimento e reposicionamento do nosso personagem (ou mesmo dos seus oponentes). Podemos ainda usar as cartas de defesa, que nos permitem ter um número de dano que será absorvido pela carta e não pelo nosso personagem. Isto é importante pois a saúde não regenera de quadro para quadro e os nosso 40 Health Points iniciais não são assim tantos como isso.
Outras cartas aumentam a nossa capacidade de combo, que vai acumulando e nos permite jogar cartas poderosas, sem gastar action points. A meio da nossa missão podemos ir ao ginásio, onde nos é permitido fazer upgrade às nossas cartas (com o dinheiro que vamos amealhando ao terminar quadros) ou à clínica, onde podemos curar, aumentar os Health Points ou remover um ferimento do nosso personagem .
Cada peça move-se e age de uma certa forma e é com isso que temos de jogar, planeando a nossa estratégia e usando as cartas que nos vão saindo a cada turno, sempre com uma ponta de sorte ou azar à mistura pois podemos usar uma estratégia que depois sai furado por não sair uma carta que daria mesmo jeito naquela situação.
Podemos também contar com as ações dos inimigos, sendo que estes estão preparados para nos atacar. Se, no final do nosso turno, estiver um oponente no lugar que era por nós ocupado, será esse a receber o ataque que estava inicialmente preparado para nós. Para dificultar a coisa, nem sempre temos como único objectivo o derrotar todos os oponente. Às vezes temos objectivos adicionais, como proteger um embaixador, por exemplo, onde temos um outro factor de ponderação para decidir os nosso movimentos ou ataques.
Conclusão:
Fights in Tight Spaces é um jogo extremamente simples e divertido. No entanto também pode ser muito difícil e enervante. Os quadros onde acontece a ação podem ser algo limitados mas quando conjugados com os vários inimigos (e suas características) podem tornar-se autênticos desafios. É mais um exemplo do quanto a qualidade nem está sempre distanciada da simplicidade e de que os pequenos estúdios independentes começam seriamente a dar cartas (pun intended).
Começou a jogar num spectrum 48k e desde então tem uma paixão por videojogos, não imagina a sua vida sem jogar. Fã de RPGs, First Person Shooters e jogos Third Person, joga na sua PS5, Xbox Series S, PC e Nintendo Switch.