Há Sidequests nos videojogos absolutamente memoráveis, por vezes ficando mais gravadas na nossa memória que a história principal. Estas são as nossas.
Este primeiro ano do SideQuest tem sido memorável para nós. Como parte da celebração do primeiro aniversário, quisemos relembrar as SideQuests que, por algum motivo, foram também elas memoráveis para nós. Seja porque nos fizeram rir descontroladamente, porque tinham uma história marcante ou porque apresentaram um grande desafio, estas Sidequests jamais serão esquecidas. Estas são as escolhas da nossa equipa:
Old Growth – Control
Alexandre Antunes
Control é um jogo peculiar. Joguei-o bem depois do seu lançamento e fiquei imediatamente rendido. Uma história diferente, com um look & feel de X-files e muita ação. Uma particularidade deste jogo é que as sidequests são bem mais desafiantes que a mainquest, sendo que a que mais me deu luta foi a Old Growth. Nesta missão temos de lidar com um bolor nefasto, espalhado por diversas partes da Oldest House (cenário do jogo) que corrompe objectos e humanos. A missão ainda é longa e terá de ser feita ao longo de várias etapas, culminando num dos boss mais difíceis do jogo e uma recompensa de 4 merecidos Skill points.
Bioshock
Carlos Garcia
Os meus colegas e amigos que me perdoem, mas para mim a maior sidequest que alguma vez experimentei tem a forma da totalidade do jogo. Em Bioshock jogamos como Jack, o sobrevivente de um acidente de avião que nos leva a Rapture, uma cidade escondida no oceano edificada nos anos 40. Rapture é uma espécie de cidade-estado onde não há reis nem deuses, apenas o Homem. Quando chegamos a Rapture, somos contactados por alguém chamado Atlas que nos coloca a par da situação actual e que nos impele a ajudá-lo, criando o que é essencialmente um sistema de missões perfeitamente normal e linear onde vamos progredindo. De repente, dá-se uma poderosa reviravolta na história, que muda tudo e que nos faz perceber que, durante todo o jogo, andámos ao engano. Na minha opinião, isso faz com que todas as missões que fizemos até então se transformem numa enorme sidequest complementar (e paradoxalmente obrigatória).
Sem entrar em detalhes da história, até aquele momento, fomos apenas um fantoche, um escravo e não um Homem verdadeiramente livre, realizando um paralelo fantasticamente meta com o jogo enquanto jogo e os personagens enquanto personas/escravos de um jogador todo o poderoso.
Este twist poderoso trouxe às massas o porquê que os jogos são ou podem ser muito mais que isso. E é por isso que, para mim, esta é a melhor sidequest de sempre.
The Ultimate Heist – The Elder Scrolls IV: Oblivion
Gonçalo Cardoso
Na franquia The Elder Scrolls, a existência das guildas proporcionam-me sempre horas e horas de dedicação. A Thieves Guild, por ser a menos “bem-vista” aos olhos de um cidadão normal, é a que introduz as missões mais interessantes. Esta “The Ultimate Heist” é a missão final, onde somos incumbidos com a tarefa de roubar um elder scroll da Imperial City. É das missões que mais me deixou ofegante e nervoso, não só por não ser nada fácil, mas como ainda é bastante extensa e com alguns momentos realmente bem feitos. Claro que também ajuda este ser um dos meus jogos favoritos de sempre, mas isso é conversa para outro artigo.
Fugir de 200 relâmpagos consecutivos – Final Fantasy X
Mauro Agostinho
Quando penso em sidequests, desde há mais de 15 anos, que a primeira que me vem à cabeça é esta: fugir de 200 relâmpagos consecutivos. Para quem não sabe do que falo é simples: em Final Fantasy X (jogo que ainda hoje considero o meu favorito de todos os tempos) existem as celestial weapons, que é como quem diz, as armas mais poderosas para cada personagem. Alguém se lembrou que para se conseguir utilizar cada uma, estas teriam que ser desbloqueadas primeiro e, no caso de uma delas, era necessário nas Thunder Plains evadirmos 200 relâmpagos consecutivos, sem falhar nenhum (!!!!) por forma a sermos bem sucedidos. Escusado será dizer que, uma vez conseguido o objectivo, nunca mais me esqueci de tal coisa!
The Ballad of Lord Woolsley – Dragon Age: Inquisition
Núrya Inocentes
Entre Mass Effect e Dragon Age, duas das minhas franquias preferidas, tenho imensas sidequests boas por onde escolher. Mas porquê escolher uma boa, se posso escolher uma completamente estapafúrdia? The Ballad of Lord Woolsley, no Dragon Age: Inquisition, ganha a taça para mim. Primeiro, pelo nome – Lord Woolsley tanto pode ser um nobre importante sobre quem um bardo fez uma canção, ou… um carneiro. Sim, Lord Woolsley é um carneiro, literalmente. Segundo, uma sidequest de busca de animal desaparecido é algo mais que batido, mas esta tem um twist – se por acaso nos der na cabeça atacar este pobre mamífero, descobrimos que afinal ele não é assim tão inocente: Lord Woolsley é um Rage Demon. Depois não podemos é mostrar a cara ao dono desesperado.
The Blood Fever – Assassin’s Creed Odyssey
Rodrigo Agostinho
Para se ter uma noção de como esta missão secundária me ficou na mente, notem que ela ocorre nas primeiras horas de Assassin’s Creed Odyssey e, quando me despedi, de forma definitiva, deste jogo, o relógio ultrapassava as 150 horas. Feito este à parte, a sidequest The Blood Fever tem lugar numa pequena vila na ilha de Kephallonia. Em conversa com Kassandra (personagem que eu escolhi no início do jogo), a pequena Phoibe (amiga, quase irmã mais nova de Kassandra) diz que existem pessoas doentes com uma febre contagiosa e que uma amiga sua é uma dessas pessoas. Kassandra, cedendo à pressão feita por Phoibe para ir ver o que se passa e talvez prestar ajuda, dirige-se ao local afetado pela doença. Aí observa que grande parte da vila tinha sido queimada e encontra um padre, acompanhado por guardas, que estão de volta de uma família que se encontra amarrada e de joelhos, à espera de serem executados. O padre justifica a iminente execução daquela família com o facto de aquela ser a única forma de parar a praga. A família, por sua vez, afirma que nenhum dos seus membros está doente e implora a Kassandra que os salve. E aqui, o jogador é obrigado a tomar uma decisão: ou salva a família de ser morta pelo padre e pelos seus guardas; ou luta contra os malfeitores. Eu tomei a segunda decisão… e confesso que me arrependo. Mais tarde, com o prosseguir da história principal e consequente saída de Kassandra de Kephallonia, Barnabas (companheiro de viagem e parte integrante do principal meio de transporte ao longo do jogo, o navio Adrestia) informa a protagonista de que aquela ilha foi devastada por uma doença. Conclusão: a diferença entre uma boa e uma má decisão não se vê, muitas vezes, pelos seus efeitos imediatos.
The Fabulous Five – Divinity the Original Sin
Rui Martins
Divinity the Original Sin é dos meus jogos preferidos de todos os tempos e, provavelmente, dos melhores RPG de sempre. A Larian Studios preencheu este jogo de personagens extravagantes e momentos de humor muito característicos. Quando chegamos à King Crab Inn, a taberna local de Cyseal, uma das principais localizações do jogo, encontramos Mendius, um indivíduo que está a recrutar membros para os Fabulous Five, um grupo de aventureiros que ajuda a comunidade por um pequeno preço. Ele vende o seu grupo de aventureiros como os melhores dos melhores e nós, para nossa fortuna, temos a possibilidade de fazer parte do sucesso e até de receber uma missão especial. O discurso lembra-nos um recrutador de esquema em pirâmide, mas lá aceitamos. O objectivo é derrotar o robot Arhu Sparkmaster 5000. É um longo caminho até à gruta onde encontramos este robot e o combate para o derrotar (e aos seus protectores) é dos mais desafiantes de todo o jogo, muito dificilmente superável à primeira ou mesmo segunda tentativas. Num jogo em que o combate é muito táctico e por turnos, penso que, para superar este adversário, “perdi” perto de 1 hora. E isto para, quando regressamos a Cyseal, descobrir que os Fabulous Five desapareceram, não sem antes reclamarem a nossa recompensa.
Este artigo faz parte da celebração do 1º Aniversário do SideQuest. Estamos a oferecer prémios para os nossos leitores! Vê o que podes ganhar e como participar aqui.
Começou a jogar ainda os jogos se carregavam a partir de uma cassete de fita magnética. Completamente viciado em FIFA, é também fã incondicional de RPGs e Jogos de Estratégia. Junta, aos videojogos, a paixão pelos jogos de tabuleiro.