Of Bird and Cage – Um álbum de metal que se joga

Of Bird and Cage é um álbum de metal apresentado através de um jogo e que conta a história de Gitta Barbot, uma toxicodependente de 25 anos.

Conta com a presença de grandes nomes ligados a este género musical, tais como: Kobra Paige (Kobra and the Lotus), Davidavi ‘Vidi’ Dolev (Gunned Down Horses), Ron “Bumblefoot” Thal (ex-Guns N’ Roses), Rob van der Loo (Epica), Ruud Jolie (Within Temptation), Danny Worsnop (Asking Alexandria), Casey Grillo (ex-Kamelot), Rocky Gray (ex-Evanescence), Mike Lepond (Symphony X), Tina Guo e Snowy Shaw (ex-King Diamond, ex-Therion).

Tudo isto foi suficiente para me captar a atenção e foi com grande expectativa que me debrucei sobre a vida de Gitta, uma jovem de 25 anos cuja vida não tem sido fácil, abandonada pela mãe e criada por um pai alcoólico, acaba por trabalhar como empregada de mesa e estar numa relação com um namorado abusivo que além de dealer, acaba por a viciar também em drogas. Obviamente, o sonho de Gitta é cantar…

Embora seja uma editora direccionada para os lançamentos indie, a All in! Games já tem algum nome e conta inclusivamente com Chernobylite em carteira. Embora estivesse perfeitamente ciente de que não estaria perante um título AAA, não esperava, de todo, a pobre experiência que Of Bird and Cage me proporcionou.

A permissa era excelente, experiênciar um álbum de metal através de uma história iterativa (ou vice versa, conforme a perspectiva). E, sem dúvida, que boas ideias foram implementadas, mas tudo fica aquém devido à execução.

Estamos a falar de um jogo que em termos de execução técnica está equiparado a jogos com mais de 10 anos, com personagens pouco detalhadas, sem expressão e com movimentos muito básicos, mecânicos e presos. Os cenários não escapam e acabamos por ter a mesma sensação de pouco detalhe e alguma falta de capacidade técnica. Temos figuras e objectos muito poligonais e texturas relativamente pobres, sem profundidade que retiram imersividade à experiência.

A nível das mecânicas, Of Bird and Cage, embora com algumas boas ideias, acaba por também ter uma interação básica. Percebe-se o porquê da simplificação pois, em algumas situações, temos de tentar cumprir certos objectivos num tempo limite, que acaba por ser a duração da faixa que está a tocar. Os puzzles não dão gozo e são pouco intuitivos, sendo que o jogo acaba por nos dar “dicas” que consistem em virar-nos para a localização do objectivo e lançar uma frase no ar, como se de um pensamento de Gitta se tratasse. Os pensamentos de Gitta a flutuar no ar, como pistas, acabam por ser a melhor característica de Of Bird and Cage.

Alguns desafios terão de ser passados ao pressionar botões repetidamente ou continuamente, sendo que estes alternam ou estão em sequência. Isto acaba por não ser muito intuitivo no decorrer do jogo e chegou a tornar muito idiota a fase em que personagem teve de beber dois shots através de uma combinação de pressionar repetidamente e/ou continuamente vários botões.

Ao longo do tempo vamos desvendando a história de Gitta, ao som do albúm. Mas a experiência acaba por ser tão pobre que creio ser mais vantajoso usufruir do álbum sem o jogo:

Conclusão:

Of Bird and Cage é um excelente exemplo de que uma boa ideia não basta. Com uma execução que deixa muito a desejar, a minha única recomendação é que se mantenham afastados desta pobre experiência em primeira pessoa.