Alguns meses passaram desde o lançamento da nova geração de consolas. Qual a melhor escolha agora?
(Artigo escrito em Português do Brasil)
Nestes dias de pandemia e de escassez de componentes como os semicondutores, dois gigantes da tecnologia se duelam numa arena que vai muito além dos teraflops e dos games exclusivos: a disponibilidade de mercado! Qual consola vai chegar mais rapidamente às mãos do player sem passar antes pelas dos scalpers? Qual será mais rapidamente reposta às lojas? Para além de vender consolas e jogos todas querem que o player faça parte do seu “ecossistema” o mais depressa possível, seja integrado para o seu mundo e passe a gastar dinheiro nos recursos e programas.
Sony e Microsoft já avisaram que essa escassez de componentes e de consolas, que afecta outros sectores como automóveis e placas gráficas por exemplo, tende a perdurar até 2022. Diante disso fica a outra pergunta: se houver as duas principais marcas disponíveis na montra qual delas seria a melhor compra? Qual o melhor custo x benefício? Qual consola traz maior fun factor? Evidente que a melhor resposta é “as duas” por inúmeros motivos, se tempo para desfrutar e dinheiro não fossem problema. Em tempo de pandemias, desempregos e comércios fechando é quase um luxo discutir sobre como gastar “bem” seus 500 euros, mas isso é assunto para outro texto.
Racionalmente analisando, sem paixões, qual seria a compra mais adequada ao estilo pessoal de jogar? Casual ou radical? 4k ou um HD 720p já lhe basta?
Eu cá em casa já tomei minha decisão mas isso é pessoal e o leitor pode ou não concordar comigo, por isso aqui vai minha opinião meramente a título de esclarecimento para quem não tem tempo de pesquisar a fundo ou quer apenas tomar e melhor decisão para aquela sua partida casual online com amigos da internet ou no sofá de casa.
Vamos juntos analisar o seguinte: temos hoje no mercado quatro representantes da nova geração: Microsoft com seus Xbox Series S e Series X, Sony com o Playstation 5 e Playstation 5 Digital. Evidente que ainda encontramos nas lojas dignos representantes como o PS4, Xbox One ou Nintendo Switch, para além de portáteis pc game e do próprio PC – computador pessoal- com preço igual ou ligeiramente superior ao de uma consola embora sem tantos recursos, mas gostaria de convidá-lo para analisar comigo somente os últimos lançamentos que possuem capacidades únicas como raytrace (com grande impacto nos gráficos) e as mídias sólidas de armzenamento que são outro level de performance. Em resumo: são duas as empresas e dois os ecossistemas diferentes a disputar o bolso do jogador, Sony x Microsoft, east x west, a gigante nipônica de Tokyo x a gigante americana de Redmond – Washington.
Não vamos massacrar o leitor com dados técnicos de teraflops e siglas complicadas como APU, VRR e etc. apenas saiba basicamente o seguinte: o que muda entre as versões é o preço, pela ausência de alguns recursos, fora isso as consolas se equivalem em poder de fogo com ligeira vantagem para o Xbox Series X. A única exceção à regra é o Xbox Series S que tem um cadinho menos de performance sem que isso seja um demérito, mas sim uma característica, como explicarei mais adiante.
Playstation 5
Vamos começar pelo Playstation 5. O gigante branco, o capacete do stormtrooper, o divisor de opiniões, o gerador de brigas em casa com a esposa dizendo “não vais colocar isso desse tamanho na minha sala de visitas”. Se amparando na gigantesca simpatia que o público gamer tem pela marca “Playstation” a estratégia da Sony centrou-se em oferecer dois consoles idênticos no hardware porém os diferenciando com um modelo sem o leitor de discos bluray e por conseguinte menor custo, o chamado “PS5 Digital”. São idênticas máquinas, uma sem e uma com leitor de disco. Apostando em exclusivos AAA e na biblioteca de games e indies do PS4 que também correm na PS5, além do que é oferecido com o sistema de assinatura PSN Plus e o sistema de streaming de jogos PSN Now (pagos separadamente e periodicamente), a gigante nipônica enfrenta massivas faltas do aparelho em lojas e mesmo assim seus modelos são os mais vendidos dentre as duas concorrentes.
Como prós o PS5 apresenta uma biblioteca excelente de exclusivos como Bloodborne (PS4), Demons Souls Remake e Returnal (PS5) dentre outros jogos que os fãs esperam ansiosamente como a franquia Gran Turismo 7, Uncharted e God of War. Quem é jogador de PS3 ou PS4 e adquirir uma PS5 não terá dificuldades em navegar pelo sistema da consola actual, muito simples, familiar e intuitivo. O sistema de armazenamento em mídia sólida faz com que os longos tempo de carregamento de jogos e o boot demorado da consola sejam coisas do passado, além da novidade no sistema com elevada compressão de dados, o que faz com que os jogos sejam menores para download e ocupem menos espaço em disco se comparar com os concorrentes. As grandes atrações do PS5 a meu ver são também o seu ponto mais fraco, ou seja, o comando háptico (sensível ao player) e o som imersivo chamado de “Tempest Engine” e com profunda experiência de imersão 3D. Entretando o comando tem sofrido de diversos problemas de durabilidade e de funcionamento, contribuindo para influenciar a má experiência de jogo, mas isso tende a ser corrigido em futuras alterações de hardware na consola e no comando como a Sony já anunciou.
Até a data deste artigo, apesar das inúmeras vantagens, o Playstation 5 nasceu com alguns problemas sérios a nível de hardware e que me fizeram ter a cautela de esperar uma revisão, um modelo slim ou quem sabe um futuro e possível modelo Pro no futuro, como a própria Sony já anunciou recentemente uma revisão de hardware em 2022 e uma patente de “dual gpu” que acredito ser a tal PS5 Pro. Ainda como exemplos temos o comando com problemas de qualidade e durabilidade, apesar de ser excelente e revolucionário com suas respostas hapticas (sensíveis ao player) e especialmente o armazenamento sólido embutido na motherboard da consola, impedindo a expansão ou a simples substituição por um de maior capacidade. São 800 e tal gigabytes disponíveis e mais nada. Ainda que a PS5 tenha um slot NVME (para um segundo disco) está desligado pelo firmware, até este momento não podemos saber nem avaliar se essa “expansão” será apenas uma expansão do disco interno ou se poderá efectivamente substitui-lo em caso de avaria. Pense o seguinte: se esse controlador ou chip de memória onboard tiver problemas não se substitui como uma memória ou disco duro de computador, há que se fazer um reparo (caro e especializado) na motherboard.
Além disso o sistema actual do PS5 não permite armazenar jogos num disco externo via USB como acontece por exemplo na PS4 e concorrentes. Eu mesmo tenho uma PS4 Pro com 1Tb de disco duro e mais 1Tb de disco duro externo com jogos, que eu dividi assim: no disco interno deixo os que exigem mais loading ou são AAA enquanto no disco externo deixo os mais leves, casuais, indies e os que são oferta mensal da PSN Plus. Conforme finalizo já os apago e dou a vez a outro game novo. Na PS5 isso ainda é impossível fazer até pela tecnologia dos novos jogos que se beneficiam imenso da memória SSD interna, portanto e infelizmente e os 800 e tal Gb são muito pouco para os jogos actuais mesmo com sua tecnologia de compressão.
Finalmente como principal “contra” temos o sistema da PSN Plus que parou no tempo com a mesma política do seu lançamento em junho de 2010. Paga-se uma assinatura periódica e enquanto continuar pagando tem-se acesso a uma biblioteca de dois a quatro jogos oferecidos mensalmente, disponíveis por 30 dias, que exigem intervenção manual do assinante. Esqueceu de ativar este mês? Perdeu. A PS Now por streaming a mesma coisa, porém ao invés de alguns jogos mensais tem-se acesso por download a toda uma biblioteca que vai mensalmente sendo actualizada. Porém esses dois serviços são pagos à parte e se vencer essa assinatura sem renovação o acesso aos games é bloqueado (exceto para jogos que o player tenha adquirido, ou seja pago por ele qualquer valor, estes continuam acessíveis para sempre). Fora os sustos que a Sony nos dá, por exemplo recentemente quando anunciou que a Store da PS3 seria retirada do ar, de facto a retirou e logo a seguir voltou a reactivar. Gerou-se muito pânico “perdi todos os meus jogos digitais do PS3” mas não era verdade, apenas não se podia mais comprar jogos novos, os já adquiridos continuavam possíveis de fazer download directo pela consola.
Em resumo: sabe aquele Assassins Creed que queria grátis na PSN Plus? Só pode jogar enquanto for assinante. Comprou na promoção da PSN Plus aquele God of War por 1 euro? É seu pra sempre. E aquele game que estava grátis 1 mês antes de eu ativar a Plus? Perdeu, meu caro player. O pior problema da PSN hoje é também a divisão interna da empresa por zonas, ou seja, no meu caso por exemplo, sou assinante da PSN Plus USA (americana) desde 2012 pois era a única que havia. Se eu quisesse comprar alguma coisa da PSN Plus Portugal teria de criar uma nova conta em Portugal, cadastrar um novo meio de pagamento em Portugal e por fim ter essas duas contas activadas numa consola para ter acesso ao seu conteúdo digital. Se eu comprasse um disco ou versão digital EURO e comprasse uma DLC da versão USA por engano não iriam funcionar, são redes e empresas separadas. Tenho pessoalmente SEIS contas PSN diferentes em diferentes zonas com diferentes games grátis ou pagos. Algo totalmente desnecessário e impensável hoje. O pior é que PSN Plus tem um custo e PSN Now tem outro custo, somando-se o que se gasta por tudo paga-se o valor de vários games novos em disco ou digitais por serviços em separado e que funcionam de modo bastante “meh”.
Além disso a Sony anunciou para Steam (PC) sua loja virtual e que muitos dos exclusivos de PS4 correrão no PC, com a performance e qualidade esperadas do hardware do cliente. Um PC gamer razoável com Ryzen 5 por exemplo poderá correr o ex-exclusivo e incrível blockbuster Bloodborne por exemplo, a 60fps, tranquilamente sem precisar investir numa PS4 ou numa PS5, basta ter um PC.
Xbox: por onde começar?
Já a Microsoft aprendeu a lição de casa duramente com a Xbox One, que foi pensado como um “media center” e não como uma consola e por causa disso apresentou resultados abaixo da média, atrasou toda uma geração de consolas e fez a empresa trazer a lenda Phil Spencer para gerir esse setor de games e de toda essa revolução que temos as duas novas consolas e seus incríveis packs de serviços. Nem o Xbox One X com suas melhorias foi capaz de salvar a geração.
Eis que a aposta da Microsoft portanto é de integrar as consolas novas num gigante ecossistema “Windows”, que praticamente todos nós usamos gostando ou não. A Microsoft Store do Windows 10 no PC é basicamente a mesma do Xbox e muitos dos jogos comprados em qualquer uma delas correm no PC, no Xbox ou nos dois ao mesmo tempo. É possível comprar por exemplo Forza Horizon 4 na Microsoft Store do PC (ou ativa-lo grátis na Gamepass Ultimate) e jogar tanto no PC como no XBOX e nos dois ao mesmo tempo, via rede doméstica. Se quiser que um amigo participe, ele também pode correr o app usando a mesma conta Microsoft em modo XCloud via streaming, sem custo adicional. E a grande vantagem é a Microsoft Store ser mundial, uma única conta Microsoft sua pode acessar qualquer uma das stores pelo mundo, comprar jogos e dlcs que aparecem logo a seguir vinculados à sua conta. Disco de jogo USA com dlc EURO? Ok, sem stress.
Mais ainda a aposta da consola Xbox foi manter total compatibilidade com os modelos anteriores. Games, acessórios, tudo funciona entre si do mais antigo para o mais novo. É possível por exemplo montar uma lan party na sua casa, um amigo traz uma Xbox original (aquela de 2001), outro amigo traz uma Xbox 360, outro traz uma Xbox One e outro traz uma Xbox Series: os quatro se ligam em rede e podem jogar um mesmo jogo! Isso mesmo, a chamada retrocompatibilidade. Coloque um disco de Xbox antigo no Xbox Series X e ele provavelmente rodará o game com melhorias visuais e velocidade incrível. Isso é ótimo para quem coleciona consolas e games como eu, dispensa ter cinco versões de uma mesma consola sendo que a última já roda 99% dos games e acessórios dos anteriores.
Ainda falando do ecossistema Microsoft a gigante americana decidiu dar um passo adiante e reformulou a sua “PSN Plus”, antes chamada Xbox Live, agora chamada de XBOX GAME PASS. Pagando assinatura desse serviço se tem imediato acesso a centenas de jogos, desde grandes títulos AAA do passado e atuais até outros do passado além dos lançamentos mais novos que vão sendo disponibilizados “gratuitamente” na gamepass. A aposta é lançar jogos novos gratuitos para quem já é assinante, como a última oferta que foi o game OUTRIDERS. Só o preço desse jogo em disco já paga um semestre de assinatura da Gamepass Ultimate, tendo acesso portanto ao game e mais duas centenas de outros. Aliás o serviço se divide por bolsos e gostos: Gamepass PC (para gamers de computador), Gamepass Xbox para consolistas e Gamepass Ultimate, a mais cara, porém completíssima, para PC e Xbox. Todas incluem o serviço de streaming XCloud.
O sistema oferece além dos games integração com a EA Play (jogos da Electronic Arts) e até o Disney Plus, sendo indiscutível a vantagem de custo x benefício. Imagine: comprando um Xbox S com 2 controles e alguns anos de GamePass chega-se ao valor de um Xbox Series X ou um PS5 digital ou não. Com o valor de “dois jogos lançamento em disco” se acessa por um ano um portfólio enorme de jogos e serviços que vão lotar a memória das consolas! Falando em disco, basta plugar um disco externo na porta USB e o Xbox expande seu armazenamento externo, embora muitos jogos feitos exclusivamente para a nova geração podem não aceitar rodar do disco externo pois precisam da extrema velocidade que o disco interno apresenta.
E que velocidade, tanto o modelo S como o modelo X são absurdamente rápidos em loading e boot. O tal “quick resume” do Xbox é algo inusitado: imagine estar jogando Forza Horizon e um amigo liga para o ajudar no Halo 5. Basta PAUSAR o Forza, abrir o Halo 5, ajudar o amigo, pausar o Halo 5 quando terminar e alternar de volta para o Forza. Em segundos vc estará correndo exatamente onde estava quando pausou. E isso pode ser feito com vários jogos ao mesmo tempo correndo em background!
Falando no hardware, eis que com o melhor custo – benefício apresenta-se o Xbox Series S mencionado mais acima. É uma consola pensada em ser entry level para quem procura estar actualizado com o que há de mais recente em matéria gamer sem gastar muito nem compromisso com a máxima qualidade grafica. Tem desempenho ligeiramente inferior ao modelo topo da gama “Series X” e ao Playstation 5 pois foi pensado como uma consola para o gamer iniciante ou que deseja apenas conhecer a plataforma Microsoft. Não apresenta leitor de bluray e tem apenas 512Gb de espaço interno. Se o jogador não se importar com o espaço e limitar sua jogatina na resolução fullHD (1080p) tem aí uma máquina de topo e que custa uma fracção de um PC com a mesma capacidade de diversão. Os jogos da nova gerão são pensados para rodar no máximo esplendor na PS5 e Xbox Series X, e em modo “performance” com algumas limitações visuais, na Xbox Series S. Porém para o jogador fullHD 1080p que não tenha uma tela excelente com HDR10 nem 120hz essas diferenças podem ser quase imperceptíveis.
Tomemos como exemplo a demo do jogo Resident Evil Village disponibilizada recentemente. Enquanto a irmã Series X e a concorrente PS5 correram o game a 60fps com raytrace em 4K, no Series S é preciso baixar a resolução para 1080p se quiser manter a qualidade sem desligar o raytrace. Isso deve se repetir para os futuros lançamentos de games até o final da vida útil dessas consolas, ou seja, o Series S correndo bem jogos novos desde que se abra mão de algum recurso que, sinceramente, pelo valor de compra, é perfeitamente possível de aceitar.
Os modelos X e S têm ainda a possibilidade de receber um “modo de desenvolvedor” pagando 15 USD por ano à Microsoft e assim se instala um sistema RETROARCH na consola, correndo por emulação dúzias de sistemas antigos como Nintendo, Sega e arcades. Com o conforto do comando sem fio e da conexão hdmi na TV moderna. Com a diferença de preço para o “irmão mais nervoso” ou para o concorrente da Sony, compra-se muito tempo de assinatura da Gamepass, um segundo comando, um disco externo de 4Tb e se terá disponível uma maquina muito interessante e até portátil pelo seu tamanho compacto. O grande contra dela a meu ver é a ausência de leitor de bluray pois a grande piada do Xbox é a total retrocompatibilidade e a falta do leitor impede de usarmos nossos discos antigos. Deu saudades de correr umas voltas no Midnight Club? Não vai rodar o disco.
No topo dessa lista segue o Xbox Series X. O monolito, que virou meme com o frigorífico (e foram mesmo fabricados os tais frigoríficos), o cubo back in black. É o mais rápido de todos os concorrentes e com maior apelo entre os gamers pois suporta a resolução 4K em 120fps nos monitores compatíveis, com HDR activado. Tem tudo o que explicamos acima para o Xbox Series S porém o disco interno é de 1Tb e possui o leitor de bluray para rodar lindamente os jogos actuais e retro. Para aproveitar o máximo dessa consola é recomendado um bom televisor ou monitor gamer 4k, com modernos recursos de HDR e elevada actualização de quadros (120hz). Títulos de Xbox One com melhorias disponíveis são um colírio visual ao correr no Series X, mostrando seu potencial tão bem ou melhor do que no PS5, como por exemplo Cyberpunk 2077 e o lançamento Resident Evil Village.
Em desempenho global o Xbox Series X é uma bomba. Silencioso, em formato mais clássico, é incrível o que coube de tecnologia em tão reduzido espaço. O sistema da Microsoft, diferente da Sony, foi montar a consola em “camadas” de placas o que facilita sua reparação e a refrigeração, mal se nota ele ligado senão por raros disparos da ventoinha, que logo desaparece novamente. O disco interno não é “soldado” na placa mãe como a PS5, mas um pequeno NVMe de 1Tb que será um dia facilmente substituído ou ampliado.
A consola Xbox Series X foi a minha escolha para entrar na nova geração pelos motivos acima, embora meu coração continue balançado pela PS5. Como investimento já estou na nova geração embora tenho escolhido abrir mão temporariamente dos exclusivos da Sony, isso apenas enquanto não houver disponível uma versão revisada de hardware com significativas alterações corrigindo esses “problemas”, digamos uma versão PS5 Slim ou uma versão PS5 Pro.
Gostei de poder usar tanto a consola como o PC em rede doméstica e eles “conversarem” entre si. Gostei do Xbox aceitar teclado e mouse nativamente, posso navegar na internet como faço no PC. Se compro um jogo ou ativo um demo na MS Store do PC, clico em “fazer download no seu Xbox” e a consola ativa, baixa o jogo e desativa automaticamente, sem precisar de apps nem de ir até a consola. Se uma loja no Brasil, USA ou Alemanha tem um jogo por 1 real / 1 dólar / 1euro, basta comprar usando a sua mesma conta mundial Microsoft e imediatamente ela aparece na sua lista de jogos de PC, de Xbox ou dos dois.
Dei meu voto de credibilidade para a Microsoft e torço para a Sony lutar para alterar tanto o hardware do PS5 como seu sistema da PSN Plus, bem como o planejamento estratégico de posicionamento da marca “Playstation”, saindo do passado e vindo para 2021. Torço também para a Microsoft levar a cabo seu planejamento, com Bethesda e exclusivos de Xbox oferecidos gratuitamente dentro da Gamepass ou a preço reduzido para assinantes.
Microsoft vem agressivamente oferecendo seus serviços e alterando o sistema da antiga Xbox Live e a Sony deveria fazer o mesmo com a Plus. Com 1 dólar e mais cupões promocionais que se consegue aos litros pela internet se habilita mais de 90 dias de Gamepass e tem acesso imediato a centenas de jogos que vão sobrelotar seu tempo e sua consola.
A grande verdade é que hoje todas as empresas do mundo gamer brigam não pelo melhor hardware mas sim pelo melhor SERVIÇO. O cliente que compra um Playstation ou um Xbox está aderindo a um pack de serviços e a um ecossistema, ficando assim limitado à consola e apps (Playstation) ou mais aberto a PC, streaming, consola actual e consola retro (Xbox), mas de toda forma vinculado a packs de PSN Plus ou Xbox Gamepass se quiser jogar online e aproveitar o máximo de ambos.
Microsoft oferece recursos e funcionalidades em toda sua família de hardware. Quem tem um telemovel ou tablet de qualquer marca ja tem acesso a rede XCloud, quem tem um PC Windows aproveita da integração de stores e quem tem um tablet Microsoft Surface por exemplo terá em mãos um “Xbox Portátil” com os updates e patches sendo lançados para integrar cada vez mais hardware + software + usuários.
Essa concorrência toda, esse duelo de gigantes, afinal é o que há de mais saudável para evolução das tecnologias e essa concorrência será importante para reduzir preços, melhorar recursos para nós os gamers e trazer novos e excepcionais videojogos e aplicativos!
Aprendi em 1983 com o Atari 2600 o que era um videogame. Sou do tempo da internet discada, das cartas em máquina de escrever e de conversar pessoalmente! Do Telejogo Philco-Ford ao telemóvel mais recente, gosto de experimentar games indies e de ajudar a se tornarem títulos AAA. Colecciono consolas e videojogos que fizeram parte da minha história! Pai, Motard e Gamer. 😉