Bioware, queremos mais remakes!

Fui um dos fãs que ficou radiante com o anúncio (e posterior lançamento) do Mass Effect Legendary Edition. Mas, lembrando o legado de grandes jogos da Bioware, quero mais!

A Bioware é uma uma referência incontornável na indústria e, embora tenha tido alguns percalços nos últimos tempos, com Mass Effect Andromeda e mais recentemente Anthem, a verdade é que o catálogo deste estúdio é rico e diversificado, não se limitando a RPG’s (embora estes sejam a maioria).

De todo o  catálogo foram três os jogos que não joguei mas, os que efetivamente experiênciei, ficaram-me marcados na memória. De todos destaco os três que, juntamente com a trilogia Mass Effect, mereciam ser relançados à luz da tecnologia atual.

Knight of the Old Republic

Ok, sei que comecei com um fácil. Mas bolas, que fã de RPG’s e Star Wars não deseja ver um remake deste jogo, refeito com todo o esplendor de um título para a nova geração?

Foi com Knight of the Old Republic que tive o meu primeiro momento WOW!!! no que diz respeito à imersividade na narrativa. Sim, refiro-me “àquele” plot twist a que antecede um intenso duelo de sabres de luz. Foi nesse momento que percebi que os videojogos poderiam ter muito mais para dar do que simples entretenimento. Nessa altura lembro-me de ter pensado: “parece que estou num filme!”

Dentro do universo de Star Wars, muitos videojogos viram a luz do dia, embora, para mim,  nenhum  tenha tido o impacto criado por este RPG. A Obsidian chegou a lançar Knight of the Old Republic II, que procurou replicar a fórmula do original, embora sem tanto impacto ou sucesso.

Knight of the Old Republic tornou-se num clássico instantâneo e, apesar de saber que do original apenas se poderia aproveitar a narrativa (derivado à sua idade, tudo teria de ser refeito), não tenho dúvidas que uma versão atual repetiria o feito.

Sim, sei que se fala que a Aspyr poderá estar a desenvolver um remake, mas trata-se de uma empresa mais conhecida pelos ports do que por desenvolvimento, pelo que vejo isto mais com cepticismo e desconfiança que entusiasmo, se o projeto chegar a ver a luz do dia, espero que não desiluda aquela que é uma fanbase enorme.

Jade Empire

Dois anos antes de ser lançado o primeiro Mass Effect, a Bioware dava-nos esta prenda.

Na altura, tendo KOTOR, Baldur´s Gate e Neverwinter Nights como bitola, lembro-me do quanto foi estranho para mim jogar um RPG em que o enfoque do combate não está centrado nas armas. Uma das coisas que sempre me deu gozo foi encontrar ou costumizar armas cada vez com melhores atributos. Em Jade Empire a Bioware mudou o paradigma e focou-se em fighting styles, cada um com as suas particularidades, sendo que nos era dada a possibilidade de nos especializarmos num ou de evoluir em vários.

O setting oriental, que colocava a ação na China, foi beber a toda uma mitologia, rica em espíritos, golems, ogres e demónios, colocou os jogadores num novo universo que nos impulsionava a explorar. E convenhamos, que jogo com este setting não devia ter o imperador como vilão?

Também com uma memorável narrativa, Jade Empire pode não ter tido uma sequela, mas certamente seria um sério candidato a regressar em grande com uma versão para os novos sistemas.

MDK2

Se há jogos que me marcaram pela narrativa e mecânicas, outros houve que me marcaram pelo insólito e pura diversão. MDK2 foi um desses.

MDK foi lançado em 1997 e foi o primeiro TPS que me lembro de ter jogado. Além de mecânicas muito avançadas para a altura, lembro-me de ter ficado maravilhado com o facto da arma do nosso personagem principal, Kurt Hectic, ter uma mira telescópica ou que possuía um paraquedas que consistia em fitas largas e que, convenhamos, lhe conferiam muita pinta.

Avançamos três anos e a Bioware pega no universo e lança MDK2, que se inicia após os acontecimentos do primeiro jogo, em que evitamos uma invasão alienígena na terra. Aqui, o nosso personagem começa por ser capturado e acabamos por ter de jogar inicialmente com o seu mentor, o Dr. Fluke Hawkins. Foi aqui que também MDK2 inovou, o jogo não tinha um mas sim 3 personagens jogáveis, que o jogador controlava conforme o desenrolar da ação. Além do herói Kurt Hectic e do Dr. Fluke Hawkins havia ainda a personagem de Max, o cão de Hawkins, geneticamente modificado, bípede e com 4 braços. A personagem mais distinta de MDK2, mais que não seja pelo facto de ter uma arma em cada uma das suas 4 mãos, uma mascarilha e um charuto no canto da boca.

Cada personagem possui características e mecânicas próprias, obrigando o jogador a adaptar-se durante o curso desta divertida aventura. E não a chamo de divertida de ânimo leve, a trama é muito engraçada e o jogador pode contar com momentos de pura comédia. Basta dizer que Kurt não é nada mais nada menos que o empregado de Limpeza de Hawkins, obrigado a vestir o fato concebido por este e, relutantemente, a salvar o mundo.

Em 2011, a Overhaul Games, uma divisão da Beamdog, lançou MDK2 HD, um remake do original de 2000. Passados dez anos deste lançamento, acho que já está na altura de fazer um novo…

Felizmente, e enquanto esperamos (sonhamos), estes títulos Bioware podem ser adquiridos nas plataformas steam ou gog, em que jogadores que possuam um PC, mesmo que modesto, os podem desfrutar.