Chivalry 2 – É chavascal, mas é chavascal do bom.

Caos. Um total, perfeito e maravilhoso caos. Esta é a melhor maneira de descrever a absoluta loucura que é Chivalry 2. 

A beleza deste jogo é que ao contrário de tantos outros que nos colocam nos pés (e corpos) de deuses do campo de batalha, aqui somos apenas peões, gente comum, apenas mais um nos meio de tantos ou, se preferirem, mais um corpo pronto a ser trucidado por toda uma panóplia de material medieval. E nada poderia ser mais fantástico. Ou épico.

No doce âmago de Chivalry 2 estão as batalhas que colocam 32 jogadores contra outros 32 jogadores. Estas batalhas são absolutamente imensas, sendo jogadas em múltiplos níveis e se bem que todas começam mais ou menos da mesma forma, com cada equipa a percorrer uma parte do terreno até chegar à equipa adversária, o caos que se segue é, salvo raras excepções, completamente imprevisível. Na verdade a minha técnica a jogar Chivalry é basicamente correr enquanto rezo que nenhuma das setas que cobrem o ar me mate, atirar o meu escudo e a minha espada contra o mar de adversários à minha frente, sacar do meu machado e tentar levar o máximo de gente comigo rumo ao inevitável falecimento. Quando tenho sorte, muita muita sorte, consigo chegar perto dos arqueiros que entretanto fizeram a vida mais que negra à minha equipa e tento entregar-lhes a justa retribuição na forma de uma machadada no crânio. Mas a verdade é que a maioria das vezes a minha cabeça já voou muito antes de sequer conseguir ver os arqueiros, quanto mais estar perto deles.

Como na maior parte dos jogos deste género (vamos compará-lo injustamente a um COD-multiplayer ou a um Counter Strike) as armas à nossa disposição vão sendo desbloqueadas à medida que jogamos e vamos atingindo alguns objetivos, o que é uma boa maneira de manter os principiantes envolvidos no jogo, mas nunca serão as armas que nos farão dizer “sim” ao loop típico batalha-morte-nova batalha-morte- só mais uma batalha – morte – etc. O que nos faz querer ficar dentro deste loop é a parvoíce. Este jogo é fixe de se jogar porque as batalhas são caóticas e porque é engraçado criarmos nós as regras do jogo, seja colocando-nos objetivos ou metas, seja construindo personagens e micro-histórias/narrativas que se vão desenrolando com a batalha.

Relativamente a mapas de jogo temos 3, mas podíamos ter apenas 1 que o resultado seria o mesmo e não seria menos viciante. Personagens à nossa escolha temos quatro classes, cada uma com o seu perfil: archer, vanguard, footmen e knight. Archer são os malfadas arqueiros matreiros, bons para a malta que prefere ficar longe do pelotão e ir disparando a longa distância. As restantes classes são mais do género de combate a curta distância, variando na força, velocidade e resistência. Nesta campo, o que mais salta à vista é a possibilidade de alocar pontos abrindo sub-classes com o seu equipamento e habilidades especificas.

De qualquer forma, rapidamente percebemos que dentro do campo de batalha os papéis de cada um não podiam ser mais fluidos e aquela estratégia do “se sou desta classe tenho de jogar assim ou assado” não funciona lá muito bem aqui. O melhor mesmo é escolher a classe e a sub-classe com a qual nos identifiquemos mais e joguemos melhor e partir daqui deixar andar.

Conclusão:

Há muitas e boas ideias em Chivalry 2 e no seu todo este é um jogo super divertido. Só não esperem um jogo altamente técnico pois isso Chivalry 2 não é, e os problemas de jogabilidade que já se notavam em Chivalry e que também acabaram por deitar por terra o For Honor, também se encontram aqui em todo o seu esplendor, para o bem e para o mal. Se há uma lição a tirar de Chivalry 2 é que o caos pode ser lindo. Mas não é para todos.