Ring of Elysium – um Battle Royale bonito, bonito…

Ring of Elysium é mais um Battle Royale. Mas não é só mais um.

Jogos Battle Royale é o que não faltam. Desde que PUBG explodiu na cena que os clones, dos melhores aos piores, são às dezenas todas as semanas. E a verdade é que tão depressa surgem como, em menos de nada, esfumam-se pois para aguentar um jogo deste tipo é preciso, além de dinheiro, uma base sólida de jogadores recorrentes que realmente adorem o jogo. É justamente por isto que hoje vos venho falar de mais outra pequenina pérola dentro deste tipo de jogo: Ring of Elysium.

Vamos não perder tempo. Se já jogaram ou tiveram o mínimo contacto com algum jogo Battle Royale já sabem o que esperar: um mapa mais ou menos extenso, um início de jogo sem nada, armas e acessórios espalhados ao longo do mapa e um anel que vai apertando a determinados intervalos e que vai afunilando os jogadores, obrigando-os a encontrarem-se num único ponto no mapa, “forçando” a grande batalha final.

O que mais distingue Ring of Elysium de toda a panóplia de BR existentes hoje em dia é a qualidade gráfica e as múltiplas escolhas que temos à disposição. Infelizmente esta exigência gráfica, que é o que “puxa” os jogadores a experimentar Ring of Elysium, é também o que acaba por “castrar” este jogo pois, na grande generalidade das máquinas, serão muitos os bugs gráficos, bem como os “rasgões de tela” a surgir durante o jogo. O outro problema é que a quantidade de detalhe gráfico entra em conflito com a jogabilidade. Há tantos pequenos detalhes a serem animados a cada momento que muitas vezes acaba por ser difícil distinguir  poeira, folhas secas a voar, balas, pedaços de cenário de inimigos a correr ou paradinhos de arma(s) apontada(s) para nós. 

Mas vamos voltar aos positivos. Além de uns gráficos absolutamente imaculados (para quem pode), Ring of Elysium oferece-nos escolhas que são raras neste tipo de jogos, assemelhando-se mais ao também fixolas free-to-play mobile Free Fire do que ao OG Battle Royale PUBG. Basicamente podemos escolher uma espécie de starting pack ou uma classe, que inclui uma arma, algo que serve como defesa, munições e uma forma como nos deslocarmos no mapa – de BMX a motas ou gliders, as opções são muitas e variadas. 

Depois e ao contrário dos típicos BR, aqui não há cá saltos de avião ou de carrinhas mágicas. Escolhemos logo à partida o nosso ponto de partida no mapa (podendo até verificar qual o tipo de terreno em que nos vamos meter) e começamos imediatamente lá.

E por falar em mapa, aqui também há mais do que um, variando o tipo de terreno, as localizações e o tipo de edifícios, obrigando-nos também a pensar de uma forma muito mais rápida, uma vez que dificilmente podemos contar com o conhecimento absoluto do mapa e dos pontos estratégicos existentes no mesmo.

Outro tipo de novidade é como funciona o end-game em Ring of Elysium. Aqui o objetivo principal é apanhar um helicóptero para sair desta ilha infernal prestes a explodir e não necessariamente eliminar todos os outros jogadores. Este pequeno detalhe abre um mundo de possibilidades, pois se quisermos podemos abordar o jogo como uma espécie de jogo ultra-stealth e sair vitoriosos sem termos eliminado um único jogador.

Todas estas escolhas fazem com que este jogo tenha um flow muito mais rápido dos BR tradicionais, havendo um sentido maior de “justiça” (se é que isso é possível), na medida em que raramente temos a sensação que nem chegámos a jogar porque calhámos num local onde não há armas ou porque tivemos o azar de alguém chegar primeiro e estar agora à nossa espera.

Depois, sendo um free-to-play, temos também as opções comuns deste tipo de jogo, podendo comprar skins, passes sazonais que desbloqueiam níveis que nos dão ainda mais skins para o nosso personagem, add-ons, e outros cosméticos. Não nos faz ganhar mais jogos, mas dá-nos um certo swag. Felizmente é só e com isso conseguimos viver bastante bem, pois não há nada pior do que quando este tipo de jogos se transforma de free-to-play em pay-to-play.

Conclusão:

Ring of Elysium, para quem pode, é lindo. Este é um jogo free-to-play que nos oferece um nível de “polimento” raro. Além disso a catrefada de escolhas que temos à disposição tornam-no único no seu segmento. Infelizmente, e como já ficou abundantemente claro, o que mais faz este jogo brilhar é também o que o puxa para baixo para todos aqueles que não querem andar a fazer micro-management (sinceramente não é assim tão doloroso), mas principalmente para aqueles com máquinas um pouco menos dadas a estes níveis de detalhe gráfico.