O que é realmente um spoiler? Para quem não quer deixar de surpreendido, os tempos de informação veloz não são fáceis. Analisemos a sensibilidade de cada um.
Estrangeirismo adoptado há muito pelos falantes de língua portuguesa, a palavra spoiler é muito útil. Como será do conhecimento de todos os leitores, pode definir-se como sendo eventos desconhecidos por quem ainda não chegou ao fim de algum produto de entretenimento ou obra, seja um filme, um livro ou um videojogo.
Actualmente, no ramo dos videojogos em particular, assiste-se a um verdadeiro flagelo para quem dá valor ao inesperado, ao mistério e à surpresa, seja com notícias que desvendam jogos ou expansões antes da sua confirmação (que, na maioria das vezes, acabam mesmo por ser oficializadas), seja quanto aos conteúdos na íntegra dos jogos que são disponibilizados, desde logo, no YouTube, tornando uma simples navegação pelo site uma roleta que pode causar um prejuízo gigante na experiência de alguém, com uma imagem a promover um vídeo ou, pior, o próprio título a conter informações relevantíssimas!
Na minha óptica, diria que podemos dividir em 3 níveis a sensibilidade de cada um no que aos spoilers diz respeito.
No nível 1, o menos sensível, é aquele jogador para quem as notícias, trailers e vídeos de gameplay nunca são demais. Querem saber tudo, desde com quem se joga, que armas (se for caso disso) se utilizam, e mesmo quanto à trama não aguentam a curiosidade e procuram saber como se desenvolvem os acontecimentos, nada os impedindo de desfrutar por si mesmos mas, dessa vez, sendo eles que controlam.
Num nível 2, encontrar-se-ão aqueles jogadores que têm como linha vermelha a história do jogo. Todas as informações disponibilizadas pelos próprios produtores são recebidas com atenção, sem qualquer inconveniente, só não querendo saber aquilo que é, propositadamente, mantido em segredo para que possam desse modo viver e degustar a experiência como foi imaginada pelos próprios criadores, afinal de contas estes últimos querem precisamente que o que desenvolveram seja descoberto do princípio ao fim por cada um, individualmente.
No nível 3, e último (aquele em que me encontro), o próprio conceito do que é spoiler é bastante maleável. Ponto assente é que querem saber o mínimo possível. Em concreto, desde não quererem ser informados, por exemplo num RPG, que personagens haverá na party, que coleccionáveis poderão ser recolhidos, quais são as motivações do/a protagonista, qualquer detalhe é dispensado e pode deixar bastante arreliado o jogador que não fazia ideia de que um aparente NPC, mais tarde passaria a ser controlado!
Posto isto, à cautela, não tenham a tentação de começar a conversa com um\a vosso\a conhecido\a questionando: “Já chegaste à parte em que aparece…”. Sejam agentes de uma sociedade sem spoilers! Está nas bocas de cada um!
O meu primeiro contacto com os videojogos aconteceu por altura do meu 8º aniversário, quando recebi de prenda uma SEGA Mega Drive, ficando “agarrado” a jogos como “The Revenge of Shinobi” ou “Streets of Rage 3“. Anos mais tarde, tive a possibilidade de experimentar a primeira PlayStation, juntamente com o original “Spyro the Dragon”, jogando a todas as consolas da Sony desde essa altura (caseiras e portáteis). Nenhum jogo, até hoje, me marcou mais do que o Final Fantasy X, mas creio que o que mais horas joguei foi o PES 5, também na PS2. Adoro jogos de ação na 3ª pessoa, visual novels e RPG’s no geral (para indicar alguns géneros), mas tenho um fraquinho particular por turn-based JRPG.