Andava a cuscar o Game Pass da Microsoft quando um “tal” de HADES me despertou a atenção.
Como grande fã de tudo que envolva mitologia decidi ver o que o jogo da Supergiant Games tinha para oferecer. Será este um grande jogo a não perder?
Para começar, o estúdio dos Estados Unidos tem grande experiência em nos trazer jogos de elevada qualidade, onde tenho que destacar Bastion, jogo que me deu muitas e boas horas de aventuras. HADES segue o mesmo caminho de Bastion, sendo para mim um dos jogos mais viciantes que joguei nos últimos tempos.
E o que nos espera então neste jogo frenético?! Em HADES, vamos acompanhar Zagreus, que é nada mais nada menos que o filho do Deus dos mortos e do submundo. Farto de viver no submundo, Zagreus decide que é hora de descobrir mais sobre que existe para além do reino dos mortos.
Esta decisão não é do agrado de Hades, e faz com que se veja obrigado a lançar contra Zagreus todo o tipo de demónios e criaturas, para assim impedir Zagreus de sair do submundo.
Mas o príncipe do submundo não está totalmente sozinho, pois ao longo da sua aventura para chegar à superfície ele terá o apoio de vários deuses e personagens bem conhecidas da mitologia grega. Iremos ter a ajuda por exemplo de Poseidon, Athena, Ares, Hermes e até mesmo Zeus. Apesar de não conseguirem ajudar Zagreus de forma direta, devido aos seus poderes serem limitados no reino de Hades, conseguem ajudar o filho deste com diversas habilidades e efeitos especiais.
Pelo caminho, Zagreus vai ainda cruzar-se no palácio de Hades com outras personagens de grande relevância, como por exemplo Cerberus, o grande guerreiro Achilles ou ainda Thanatos, o Deus da Morte da mitologia grega.
Sendo esta mitologia extremamente rica, HADES faz um uso excelente de toda essa riqueza, pois cada personagem que vamos encontrar tem extrema importância na história, que é sempre aprofundada sempre que vamos passando uma e outra vez pelo palácio do deus do submundo. Por isso convém ouvir/ler com atenção sempre que interagirmos com alguma delas, para não nos perdemos na vasta trama que HADES nos oferece.
Sendo um jogo da Supergiant Games, não poderia deixar de incluir vários traços característicos dos seus jogos. O estilo muito arrojado e colorido do grafismo 2D, a perspetiva isométrica, a jogabilidade simples e afinada, bem como a banda sonora “energética” e adequada a cada situação, são elementos comuns nos jogos que o estúdio produziu, e claro que HADES não podia ser exceção.
Mas esta é a primeira aposta do estúdio norte-americano no género roguelike, o que por outras palavras significa que o jogo tem geração dinâmica de níveis e perma death (morte permanente).
Estes elementos estão, no entanto, muito bem conectados com a narrativa, mesmo com as inúmeras vezes que vamos cair em combate para sair do submundo, tendo depois de começar novamente nova tentativa de fuga sempre da estaca zero. Pode parecer repetitivo para alguns, mas para mim só me deu animo para progredir cada vez mais na história, para saber mais sobre Zagreus e companhia.
Sempre que Zagreus morre, ele vai ressuscitar na piscina de sangue do palácio de Hades, mas isso é reconhecido (e muitíssimo bem) pela história e por todas as personagens, que comentam o progresso feito por Zagreus e os feitos que aconteceram durante a sua última tentativa, como ter derrotado um boss ou ter conseguido sair do reino do submundo por exemplo.
Outra das coisas importantes a fazer sempre que Zagreus volta ao palácio do seu pai é adquirir novos poderes e habilidades, com base no loot que trazemos connosco na última tentativa de fuga.
Temos por exemplo a “Escuridão”, que é um item que vamos apanhar com alguma frequência durante a aventura, e que nos permite desbloquear no Mirror of Night atributos extremamente úteis para a sobrevivência de Zagreus, como a capacidade para renascer uma vez quando morre, ou para recuperar alguma saúde sempre que limpamos uma sala cheia de inimigos. As “Chaves” são outro tipo de item e que são usadas para desbloquear mais atributos da “Escuridão”, ou ainda para nos dar acesso a novas armas. Curiosamente existe ainda uma secção de construções, gerida pelo Contractor e que nos irá permitir desbloquear áreas especiais quer no submundo quer no palácio, mobilar o quarto de Zagreus, e até mudar esquemas de cores nas várias salas, bastando para isso ter algumas “Gemas preciosas” que servem como pagamento dos serviços do Contractor.
No início de cada tentativa de fuga, somos presenteados com uma Boon (ou bênção se preferirem) oferecida de forma aleatória por um dos Deuses do Olimpo. Estas ajudas fornecidas a Zagreus contudo não se mantém em cada tentativa de fuga e têm de ser novamente readquiridas sempre que voltamos à estaca zero.
Cada Deus tem a sua especialização e como tal as suas Boons têm efeitos correspondentes. Por exemplo, Athena tem um maior foco em defletir ataques inimigos, enquanto que Hermes dá-nos uma grande ajuda em tudo o que envolva rapidez, quer seja em esquivar dos ataques dos inimigos ou quer seja na velocidade dos ataques de Zagreus. As Boons apresentam ainda um nível de raridade que, quanto maior for, maior irá ser o boost que nos irá disponibilizar.
Quanto à jogabilidade, HADES é um típico jogo de ação frenética. Cada arma usada por Zagreus tem um ataque primário e especial, mas o príncipe do submundo também pode desviar-se rapidamente e usar um ataque de longo alcance.
Estas quatro ações são a base da jogabilidade do jogo criado pelo estúdio norte-americano, mas podem ser alteradas de diversas formas. A mais óbvia passa pelas armas – a espada é ideal para combate corpo-a-corpo, enquanto que o arco é ideal para ataques à distância, por exemplo -, mas as ofertas dos deuses também garantem muitos efeitos que podem mudar ligeiramente a jogabilidade. Podem aumentar o dano direto dos ataques ou acrescentar-lhes efeitos de dano por tempo, mas também melhorar ou até alterar por completo os ataques especiais. Também podem acrescentar um efeito refletor ao desviar de ataques, ou acrescentar-lhe dano, e até o ataque de longa distância pode ser reforçado ou alterado por completo.
Outro aspeto que gostei na jogabilidade foi o facto de cada sala onde lutamos ter um certo nível de interação, pois podemos por exemplo destruir os pilares delas para nos ajudar a causar ainda mais danos às hordas de inimigos que vão aparecendo.
Entre as salas por onde vamos passar, encontramos ainda as salas especiais do Chaos (o ser primordial, que originou os Titãs) onde podemos entrar e enfrentar desafios adicionais. Por exemplo, pode-nos ser proposto pelo Master Chaos que nas próximas três salas a nossa velocidade seja mais lenta, mas se conseguirmos concluir o que nos é proposto iremos ganhar uma probabilidade de ataque critico 5 vezes maior.
Queria ainda voltar a frisar que HADES na componente sonora é um “mimo”. O som ambiente e efeitos sonoros estão bastante bons e, enquanto no Palácio de Hades, sente-se uma certa autoridade e suspense, nas diversas salas de combate são os sons dos combates que têm um maior foco, mas são sempre acompanhados por uma música digna da máquina de destruição que é Zagreus.
Conclusão:
Se são fãs de jogos roguelike, e também apreciam mitologia, HADES é uma excelente proposta. É um jogo extremamente divertido, mas que também não esquece ser desafiante, onde cada tentativa de fuga do submundo contribui para conseguirmos chegar mais perto do final. A Supergiant Games está novamente de parabéns por nos ter trazido mais uma pérola em forma de videojogo. “Death is only the beggining!”
Jogo de tudo um pouco, desde a minha primeira consola de jogos, a Master System II. Desde aí muita coisa mudou, mas a paixão e dedicação aos videojogos permaneceu intacta.
Apesar de jogar de tudo um pouco, desde FPS a RPG´s, sou grande adepto de Fighting games, como o Mortal Kombat e ainda de jogos de desporto automóvel, como o Forza Motorsport. Também não dispenso boas séries e bons filmes. Sou grande fã de animes desde muito cedo, onde tenho DragonBall e Naruto como séries de eleição.