Conhecida por criar bons jogos Player VS Player, a produtora Illfonic traz agora até nós Arcadegeddon, mas será que tem tudo para ser um sucesso? Ora vamos lá saber então.
Antes de mais, vou tentar explicar o “enredo” presente em Arcadegeddon, que, posso já adiantar, é um pouco básico. Existe uma grande corporação, a FunFunCo, que quer controlar o mundo por meio da tecnologia. Mas Gilly, o proprietário de uma arcade local, está a tentar salvar seu negócio através de um novo jogo em realidade virtual. Sabendo disto, a FunFunCo descobre o jogo de Gilly, e injeta um vírus no servidor do jogo. É aqui que vai entrar em ação o nosso personagem, que aceita ajudar o seu tio Gilly a eliminar as ameaças presentes no jogo, entrando “literalmente” dentro dele, sendo aqui que a ação tem lugar.
Este jogo é um shooter na terceira pessoa que permite incursões co-op com alguns elementos roguelite, e onde o conceito é direto e objetivo: entramos no jogo, completamos umas quantas missões que vão aumentando de dificuldade, enfrentarmos uns quantos Bosses pelo meio e eliminamos a ameaça final. Como referi a ação é co-op, onde lutamos contra robôs controlados pela IA do jogo, onde nós e uns quantos amigos (ou random players) completamos desafios juntos e assim consequentemente vamos evoluindo a nossa personagem em simultâneo, sobrevivendo a hordas e mais hordas de inimigos. Contudo, também é possível jogarmos sozinhos…, mas confesso que perde um pouco a piada e claro que também é mais difícil conseguir completar cada nível.
Consegue-se assim perceber que jogo da Ilfonic é bastante apoiado no modelo multiplayer, e todo o desenho dos níveis e de combate foi pensado para ser melhor aproveitado em modo cooperativo.
Os objetivos presentes são bastantes comuns, como por exemplo sobreviver a ondas de inimigos, defender uma área ou muito simplesmente chegar do ponto A ao B. Quando atingimos certos pré-requisitos durante a jornada, podemos ativar a batalha contra um Boss, e existem quatro deles que devem ser vencidos numa única run para se conseguir acabar com sucesso a incursão.
Ainda que os inimigos e respetivos Bosses sejam difíceis, convém referir que são alinhados ao nível do nosso personagem… o que sinceramente não me fez grande diferença, mesmo nas Boss Fights, basta estar atento aos padrões dos ataques.
Um dos aspetos positivos de Arcadegeddon são as mecânicas e fluidez de movimentos, pois o jogo tem um sistema de controlos que é muito bom e responde na perfeição ao comando da PS5. E vemos logo isso no tutorial, onde a nossa personagem aprende todos os movimentos para se poder começar a jogar. Já nesta parte percebi que o gameplay é bastante satisfatório, com movimentos simples e que ao mesmo tempo deixam o jogo mais divertido.
Como não podia deixar de faltar neste tipo de jogos, algo que abunda são armas… e aqui existem bastantes (26 de momento). Elas podem variar desde as básicas de qualquer jogo de tiros (Pistolas, metralhadoras, etc) para as mais exóticas, ou até diria mesmo indo de encontro ao contexto do jogo, bizarras (por exemplo temos a EX Machina que faz cair numa área considerável um punhado de bombas). O jogo vai criando também uma dinâmica interessante, mas não inovadora, de procurar itens pelo mapa, criando aquela expectativa de acharmos alguma coisa rara a qualquer momento.
Quanto aos mapas, somos colocados em grandes corredores compostos por segmentos que funcionam como mini-arenas de batalha e que se assemelham a outros jogos do mesmo género onde avançamos para o próximo ponto de interesse, e pelo caminho eliminamos tudo o que surgir à nossa frente. Existem checkpoints pelo meio dos mapas, onde podemos respirar de alívio por momentos enquanto melhoramos o nosso arsenal na “mini-loja” que está disponível. Também é aqui que temos ainda a opção de aumentar o nível de dificuldade do próximo segmento (em troca de moedas).
Como também é habitual neste tipo de jogos, Arcadegeddon traz consigo uma customização de personagens. Uma das formas possíveis de obter novos itens é realizando objetivos dados pelos nove líderes dos gangues presentes no salão arcade de Gilly. As roupas variam bastante, temos por exemplo casacos grandes, gorros, armaduras, etc. Como é comum nos jogos de hoje em dia, existem também micro-transações, caso estejam dispostos a gastar dinheiro em itens exclusivos.
Depois de concluída uma incursão (ou se quisermos sair a meio) retornamos ao “mundo real”, que é como quem diz ao salão arcade que estamos a tenta salvar, e que aqui funciona como hub e onde podemos encontrar missões complementares, bem como a aquisição dos itens cosméticos e ainda onde também podemos incorporar algumas melhorias definitivas que nos dão mais vantagens para a próxima incursão. A quantidade de missões secundárias podem assustar no início, já que sempre que vamos falar com um dos personagens novos, eles dão-nos tarefas, desde as mais básicas até ás mais exigentes. Nada que não se consiga fazer… pois não é muito difícil, por exemplo, eliminar um dado número de adversários.
Arcadegeddon não esconde sua intensidade ao nível visual, com cores bem vibrantes, com bastantes tons azulados/roxos e brilho por todos os cantos. Se jogaram Racthet & Clank provavelmente devem sentir algumas parecenças… pelo menos eu senti, já que a temática sci-fi está bastante presente. O jogo também parece não querer poupar nas explosões… é cada uma maior que a outra.
A componente sonora parece querer “abusar” da música eletrónica… e bastante repetitiva diga-se, com muita batida à mistura. Confesso que me começou a incomodar, e tive que a desligar, pois nem me deixa concentrar no jogo, pois para mim é mais barulho do que música.
Existem ainda alguns bugs, normal no lançamento de qualquer jogo. Por isso não se admirem se ficarem presos em algum canto ou se virem adversários meios perdidos nos cenários, que parecem não saber o que lá estão a fazer.
Caso estejam interessados em jogar o novo trabalho da Ilfonic, ele encontra-se disponível para PC (na Epic Games Store), para as consolas da Microsoft (XBOX One, Series S/X) e também para as consolas da Sony (Playstation 4, Playstation 5), estando nestas últimas incluído no pacote de jogos de oferta para quem subscreve o Playstation Plus Essential.
Conclusão:
Arcadegeddon tem muita ação para dar, isso ninguém o pode negar, pois é uma aposta certa para quem procura diversão sem grandes compromissos. Contudo não fica na memória, e a concorrência de outros jogos similares poderá afetar o sucesso (neste caso a falta dele) do jogo da Illfonic. Mesmo tendo um modo off-line, não deverá cativar certamente os entusiastas de jogos single player, que procuram aventuras mais imersivas e complexas, mas é um bom jogo para jogadores mais casuais. E se tiverem então o Playstation Plus Essential experimentem, é uma tarde bem passada.
Jogo de tudo um pouco, desde a minha primeira consola de jogos, a Master System II. Desde aí muita coisa mudou, mas a paixão e dedicação aos videojogos permaneceu intacta.
Apesar de jogar de tudo um pouco, desde FPS a RPG´s, sou grande adepto de Fighting games, como o Mortal Kombat e ainda de jogos de desporto automóvel, como o Forza Motorsport. Também não dispenso boas séries e bons filmes. Sou grande fã de animes desde muito cedo, onde tenho DragonBall e Naruto como séries de eleição.