Estão recordados de Darkest Dungeon? Sim, o jogo que tinha muito stress e angustia a cada minuto. Se gostaram do primeiro jogo, então de certeza que vão também passar muitas horas em volta do segundo jogo. Bem vindos a Darkest Dungeon II.
Nota – Jogo em versão Early Access
Pois é, a Red Hook Studios voltou a fazer das suas, e traz até nós o segundo jogo Darkest Dungeon. Se passaram (ou ainda passam) muitas horas agarrados ao primeiro jogo (podem ler a nossa analise aqui), então preparem-se para voltar a suar (e muito). Challenge mode ON!!
Neste novo jogo, o estúdio Canadiano não se limitou a expandir as boas ideias do título anterior, a nova aventura apresenta um formato bastante diferente e foca-se em partidas individuais em formato roguelike, que é como quem diz, precisamos recomeçar praticamente do zero após cada derrota.
Como não poderia deixar de ser, os nossos aventureiros continuam a stressar e a perder a sanidade ao enfrentar tantos horrores. Como mencionei acima, o jogo encontra-se em Early Access e já transmite uma boa experiência, consegue cativar desde o primeiro minuto, mas ainda precisa de alguns ajustes e de corrigir pequenos bugs, mas nada que nos vá estragar a nossa aventura.
Vamos então encontrar o mundo à beira do colapso, onde a insanidade domina. As pessoas estão cada vez mais violentas, criaturas medonhas surgem das sombras, e a desolação e corrupção estão em todo o lado. Contudo, ainda existe a esperança, que está presente na forma de uma pequena tocha e cuja chama tem a capacidade de muito provavelmente acabar com toda a loucura.
Para que isso aconteça, a tocha precisa de ser levada até uma montanha longínqua, que parece ser a origem do problema. Pegamos assim num grupo de aventureiros, cuja tarefa é fazer chegar a tocha ao cimo da montanha. Parece fácil…, mas de fácil não tem nada.
Em cada partida vamos atravessar diferentes regiões, com um grupo de quatro bravos aventureiros. Cada área tem diferentes rotas com diversos eventos, desde combates, vendedores ambulantes, hospitais de campanha ou ruínas com tesouros/perigos. Não nos é possível retroceder, portanto precisamos de escolher o caminho com cautela, bastando para isso usar o mapa que temos disponível e que nos vai mostrando alguns pontos estratégicos. No final de cada área existe uma estalagem, e é aqui que podemos curar e baixar os níveis de stress dos nossos aventureiros, melhorar diversas habilidades, comprar novos itens e melhorar algumas características da nossa carruagem.
Tal como no primeiro jogo vamos ter pelo caminho diversos e variados inimigos, onde iremos tentar vence-los em combates turn based. Cada um dos nossos aventureiros tem direito a executar um movimento por ronda e temos à nossa disposição uma boa diversidade de ações/habilidades. As ações só podem ser executadas em determinadas posições e muitas das técnicas têm restrições de alvos, portanto precisamos organizar com bastante cuidado o nosso grupo para maximizar as nossas opções nos combates.
A “essência” dos combates está inalterada, mas foram introduzidas várias novidades e mudanças. Agora existe uma linha do tempo que nos permite ver quando cada um dos nossos personagens vai agir (bem como os inimigos), algo que se tem provado bastante útil. As informações de damage e hit rate estão bem mais fáceis de entender, aumentando assim a precisão dos nossos atos.
Morrer é inevitável em Darkest Dungeon II e precisamos recomeçar a nossa aventura desde o início. Contudo, cada derrota nossa aumenta o nível do nosso perfil, o que desbloqueia novos itens, novas classes de personagens e outras skills para os aventureiros. (existem também desbloqueios permanentes, como novos ataques).
O que diferencia Darkest Dungeon dos demais RPG´s roguelike é a sua mecânica de stresse, em combinação com o sistema de traços de personalidade. O novo jogo mantém este interessante/enervante conceito, mas também introduz novas mecânicas que trazem dinamismo aos combates. Ao contrário de outros jogos do género, os aventureiros de Darkest Dungeon II estão repletos de defeitos e são gravemente afetados pelos eventos da longa viagem que tem pela frente, o que até é compreensível, pois quem é aquele que não enlouquece ao ver criaturas sinistras e com um desejo enorme de nos mandar desta para melhor, aliado claro a cenários desoladores que deitam qualquer esperança por terra.
As personagens recebem no começo de cada jornada alguns traços de personalidade que vão afetar o jogo de alguma forma. Temos por exemplo masoquistas que podem recusar-se a receber qualquer cura, ou ainda um membro que não perde a esperança e que é capaz de ver o melhor da situação e aliviar o stresse dos restantes membros do grupo, e assim por diante. No decorrer da jornada, os heróis vão receber novos traços de personalidade (sejam eles bons ou maus), que podem ser adicionados/removidos em locais específicos.
Como referi antes, o stress é uma constante, e isso é uma das imagens de marca de Darkest Dungeon. Quando está no nível máximo, os nossos personagens entram em colapso e perdem quase todos os pontos da barra de vida, e é até frequente receberem um novo traço de personalidade negativo. Para se sobreviver à longa viagem que temos pela frente, precisamos de cuidar dos níveis de stresse do grupo por meio de itens, habilidades e até mesmo escolhas morais ou rotas do mapa.
Uma das novidades de Darkest Dungeon II é o seu sistema de relacionamentos. Enquanto viajamos, os laços de afeição entre os personagens mudam, e é criada uma relação especial quando certos níveis são atingidos. Relacionamentos positivos vão dar-nos vantagens bem uteis, como curas gratuitas, fortalecimento de ataques ou até mesmo ataques combinados. Contudo, relações negativas são bem problemáticas, os personagens discutem em pleno combate, o que pode resultar em força reduzida, níveis de stress que disparam ou até mesmo ficarem parados sem sequer podermos usar qualquer habilidade. Digam lá se não enerva… eu que o diga.
Como cereja no topo deste bolo de “desespero” temos de volta a música sombria e a excelente narração (fazendo-me lembrar a voz do Optimus Prime dos Transformers), que se inserem na perfeição em todo este “cocktail” sinistro.
O jogo encontra-se disponível para aquisição exclusivamente na Epic Games Store.
Conclusão:
Estando ainda em Early Access, certamente existe espaço para afinar certas mecânicas, como os níveis de stress ou até mesmo elementos de combate (existem inimigos impossíveis de ultrapassar e as nossas personagens precisam de ajustes na sua força de combate), mas Darkest Dungeon II já mostra que vai ser um jogo de elevada qualidade. A Red Hook Studios desenvolveu uma sequela que mantém a essência do jogo original, nunca pondo de lado o seu lado desafiador e divertido. Estejam preparados, porque este jogo não vai ser meigo com vocês.
Jogo de tudo um pouco, desde a minha primeira consola de jogos, a Master System II. Desde aí muita coisa mudou, mas a paixão e dedicação aos videojogos permaneceu intacta.
Apesar de jogar de tudo um pouco, desde FPS a RPG´s, sou grande adepto de Fighting games, como o Mortal Kombat e ainda de jogos de desporto automóvel, como o Forza Motorsport. Também não dispenso boas séries e bons filmes. Sou grande fã de animes desde muito cedo, onde tenho DragonBall e Naruto como séries de eleição.