Ratchet and Clank: Rift Apart | Análise

Depois de ter conquistados os jogadores na Playstation 5, agora é vez de os jogadores de PC terem o prazer de jogar Ratchet and Clank: Rift Apart. Se esta é a primeira vez que o jogam, tal como eu, preparem-se para grandes momentos da mais pura diversão. 

Pois é, agora chegou a vez dos jogadores de PC terem a oportunidade de jogar o grandioso jogo da Insomniac Studios, que aqui teve a colaboração da Nixxes Software para este port. Estamos perante uma fantástica aventura a solo, cheia de conteúdo, com uma história muito bem contada, que nos dá a mesma satisfação de estarmos a assistir a um grande filme numa sala de cinema. Contudo fica desde já a dica, se querem investir nesta versão do jogo, é recomendado que a vossa máquina possua disco SSD, pois a experiência de jogo num HDD é bastante diferente, e eu que o diga. Mas primeiro, vamos lá saber o que o jogo nos oferece, e se tal como eu, nunca jogaram  Ratchet and Clank: Rift Apart, vamos começar claro pela sua história (vou tentar não dar grandes spoilers). 

O Dimensionador é a peça principal que origina os acontecimentos do jogo, e nesta aventura  Ratchet e Clank não estão sozinhos, pois vão encontrar-se com novas personagens, e uma delas é Rivet, uma Lombax que vive numa outra dimensão e que passou a vida a lutar contra as forças da sua versão do Dr. Nefarious, que nesta sua dimensão é um implacável Imperador. Durante grande parte do jogo vamos alternar entre Ratchet e Rivet, mas somos nós a controlar o “tempo de antena” entre dois lados da história, cada uma delas com os seus objetivos, o que faz com que a aventura perca o típico formato linear. 

Confesso que devido à sua a personalidade forte e bastante alegre, mas também envolta em mistério e com sentimentos reprimidos, fiquei a gostar bastante desta nova personagem. Aliás acho que Rivet coloca Ratchet em segundo plano, pois foi interessante de ver a nova relação que nasce entre Rivet e Clank e onde ambos crescem e aprendem a aceitar-se por aquilo que são. 

Apesar de ter um tom mais infantil e simplista, pois o jogo é mais virado um público mais novo, dá para ver perfeitamente um grande nível de maturidade nos temas desenvolvidos ao longo da aventura, com interações emocionantes entre personagens e algumas reviravoltas tipicamente cliché, mas que fazem o essencial para mostrar o quão importante são os valores da amizade, aceitação, bem como a importância de combater a solidão. Diria até que é difícil não ficar indiferente aos pequenos momentos de ternura e respetiva carga emotiva. 

Vamos ter ainda a oportunidade de visitar diversos planetas, cada um com diferentes pormenores que os distinguem dos demais, desde os seus habitantes às paisagens e mecânicas únicas, com os portais de dimensões alternativas a oferecerem um novo olhar sobre o mesmo mundo, uma outra perspetiva. Temos por exemplo Sargasso (onde Rivet tem a sua base) um planeta de aspeto jurássico com zonas repletas de pântanos que servem de habitat a criaturas que fazem lembrar (obviamente) o Jurassic Park, com a pouca vegetação a conceder-lhe vida e cor, o oposto do planeta Savali, composto na sua maioria por construções rochosas e planaltos áridos, e que ainda dá abrigo a um culto de monges bem peculiares. Todos os locais que já visitei no jogo estão lindos de morrer diga-se, com cenários que ficam sempre bem como wallpaper no nosso computador por exemplo…, portanto fica aqui a dica subtil de visitarem de longe a longe o modo fotografia do jogo! 

Aliás, o lado mais cinemático de Ratchet and Clank: Rift Apart é logo a primeira coisa que se destaca logo nos primeiros momentos em que comecei a controlar a dupla. Apesar do meu computador não conseguir rodar o jogo nas definições máximas, mesmo com as definições definidas para Medium, o jogo está belíssimo é um facto, com linhas muito suaves, cores vibrantes e com bastante fluidez, mesmo não conseguindo atingir os 60 fps (jogo em 30 fps), pois não tenho um SSD, e neste pequeno pormenor, a versão da PS5 já leva vantagem. Isso é claramente notório na transição entre portais dimensionais, onde o jogo quase que fica “congelado” (mesmo com grafismo em Low) e vi isso logo na primeira vez que Ratchet transita entre dimensões (logo depois da luta contra o Dr. Nefarious).

Tirando este pormenor, o meu “bom velho” PC com um HDD de 7200 rpm (com uma GeForce GTX970 4GB + 16 GB RAM DDR3) corre todo o resto do jogo sem problemas, mesmo quando estamos a lutar com diversos inimigos em simultâneo. Claro que não tenho a aquela instantaneidade de loadings de uma PS5 ou um PC com SDD com uma gráfica superior, mas também não é por isso que o jogo perde o seu brilho. Se procuram um desempenho sem qualquer tipo de entraves e com grande qualidade visual a 4K e a rodar a 60 fps  (e com Ray Tracing em Very High), preparem-se para ter por exemplo uma GeForce RTX 4080, 32 GB RAM e um processador Intel Core i7-12700K. Nem todos certamente conseguem ter uma máquina com estas características, e se realmente querem jogar sem qualquer entrave (sem gastar uma quantia muito elevada num PC de topo) se calhar será melhor optarem pela versão da Playstation 5, pois conseguem tirar total partido do que o jogo oferece (e o custo da consola é menor claro). 

Mas continuando, e agora falando nos combates, estão super fluidos, repleto de animações de todas as personagens e com diversos elementos dinâmicos no ecrã que tornam cada combate um autêntico “bailado” destrutivo e muito viciante, que têm um brilho extra com as pequenas habilidades de desvio e deslocação, não esquecendo ainda o grandioso arsenal de armas que pode ser trocado de forma rápida e simples (basta premir o L1 no Dualsense e escolher) para assim conseguirmos encontrar aquela arma mais eficaz para um determinado tipo de inimigo. 

Os portais fixos nos níveis, que podem servir de atalhos na sua navegação durante o combate, adicionam uma pequena componente estratégica, onde pudemos literalmente “puxar a realidade” e mudar de posição para pontos de vantagem, apanhando assim os inimigos de surpresa com uma granada, um rocket, etc. Usem também esta mecânica de jogo para esquivar dos ataques, ideal se estivermos rodeados de hordas de inimigos e assim evitarmos danos massivos à nossa barra de vida. 

Já que falei no comando Dualsense, se o tiverem podem usá-lo no vosso PC, e tal como na PS5 vem com todas as funcionalidades hápticas, para entregar assim o máximo divertimento. Outro pormenor que veio da versão da PS5 foi a localização do jogo para PT-PT, com vozes que transpiram charme e refletem bem a personalidade das personagens, algo que encaixa muito bem no tom leve, animado e descontraído desta aventura, portanto se gostam de jogar nessa “versão”, vão ficar bastante satisfeitos. Eu pessoalmente prefiro jogar na versão original em inglês, que está sublime… e se vou falar da banda sonora também, então nunca mais saía daqui, fazendo-me lembrar os filmes do Indina Jones por exemplo, um grandioso trabalho neste departamento! 

 

 

Conclusão:

Ratchet and Clank: Rift Apart conquistou-me! Por norma jogos de plataformas passam-me um pouco ao lado, mas este jogo vai ser daqueles que quero mesmo ver o seu final, pois estou cativado com o enredo desde o seu início. Mesmo estando limitado pela minha placa gráfica, consigo ter uma boa experiência de jogo/visual, e nem diria que estaria a jogar com as configurações definidas para Medium. Quer seja no PC ou na Playstation 5, temos aqui um dos melhores jogos de plataformas que já foram feitos