Forza Customs – Um vazio de ideias | Análise

A Microsoft parece estar a ficar com um vazio de ideias. Este não é um jogo Forza, mesmo que o logótipo do Forza diga o contrário. A nova aposta no mercado mobile Forza Customs não compartilha o mesmo DNA e parece que nunca quis ser um jogo da série Forza desde que foi pensado. 

Pois é, parece que a série Forza já viu dias melhores, pois já não bastou o mais recente Forza Motorsport ter ficado aquém do esperado, pois supostamente era um reboot da série, mas não passa de um Forza Motorsport 7, que perdeu metade do seu conteúdo e quase tudo de que o tornou um jogo de corridas a ter em conta. 

Forza Customs já está disponível para dispositivos Android e Ios , e é uma mistura estranhíssima entre dois  jogos que não têm nada em comum. Basicamente, é uma cópia direta do clássico quebra-cabeças Bejeweled, onde somos “convidados” a resolver toda uma panóplia de quebra-cabeças movendo pequenos ícones de diversas cores. São necessários três ou mais para criar uma linha que depois desaparece e faz com que novos ícones caiam a partir topo. Se conseguirmos combos com quatro ou cinco ícones coloridos, ganhamos um power-up, que neste jogo consiste em barris de gasolina e garrafas de óxido nitroso. Os barris fazem os blocos adjacentes explodirem, enquanto que o óxido nitroso permite limpar uma fileira inteira. Como sempre temos um número limitado de movimentos que podemos fazer antes que a mensagem de Game Over apareça. Quem não conhece este tipo de jogos nos dias que correm é porque estiveram todos estes anos a passar férias na Lua. 

forza customs - gameplay

O que acontece em Forza Customs é que a componente de quebra-cabeças parece estar em coma induzido, sendo incrivelmente chata e com pouco desafio à mistura. Mesmo depois de três horas de jogo, os quebra-cabeças são estupidamente básicos e se não escolhermos o ícone para mover em meros três segundos, o jogo aponta para o ícone ideal para fazermos uma jogada, o que faz com que toda a ideia de desafio falhe e temos a sensação que a I.A do jogo está sempre a jogar por nós. 

O próprio nome Forza Customs deriva do fato de que usamos o dinheiro que ganhamos ao completar centenas de mini-quebra-cabeças sem sentido para construirmos diversos carros licenciados ao nosso gosto. O jogo atribui-nos sempre um carro (nem podemos escolher sequer) e um “estilo” que deve ser seguido na sua construção, sendo depois uma questão de tempo até se acumular cerca de 5.000 pontos para pagar as respetivas modificações. 

Custa remover os para-lamas dianteiros, custa adicionar outros para-lamas dianteiros. Se quisermos levantar o carro num cavalete…, também tem custo pois claro, se quisermos adicionar novas jantes (bem como tirar as velhas) …, novo custo…, e por aí fora. O jogo fica demasiado sobrecarregado com detalhes, mas da maneira errada e, portanto, arrasta-se de uma forma que muitas vezes faz com que a construção de automóveis pareça extremamente frustrante. 

É claro que isto é feito de propósito para ficarmos tentados usar dinheiro real e, sem surpresas, há baús com moedas para usar in-game prontas para serem compradas.  Somado a isto está o fato de que a Hutch Games forçou um modo de história muito fraco, que envolve uma série de personagens a tecerem comentários sobre tudo o que fazemos no carro com os clichés mais óbvios que existem…, tipo “Excelente escolha de cor, eu escolhia igual também”. Que falta de imaginação e inovação também. 

Conclusão:

Forza Customs não é um jogo onde vão querer perder muito tempo. Eu gosto de jogos de quebra-cabeças e gosto bastante da componente de modificar carros em diversos jogos de corridas, mas considerando que este jogo foi feito apenas para ganhar dinheiro com micro-transações forçadas e pouco ou nada tem da série de jogos de corrida Forza, honestamente sugiro que joguem outro título mais apelativo no vosso telemóvel. É difícil para mim entender o porquê de mancharem a marca Forza com este tipo de conteúdo.