Já andava de olho neste jogo desde a altura em que ainda se chamava Homicidal All-Stars, mas pelo meio o estúdio da Artificer decidiu proceder a um rebranding. Este é mais um jogo turn based que apresenta um bom desafio e que já me “roubou” algumas boas horas. Vamos então conhecer melhor o que Showgunners tem para oferecer.
O jogo do estúdio polaco já foi lançado a alguns meses atrás e vem repleto de ação e muita carnificina. Showgunners leva-nos a um futuro distópico cyberpunk, onde as empresas detêm o poder e fazem praticamente o que querem. O poder é tanto que uma delas possui um reality show onde um vasto grupo de pessoas competem num violento espetáculo de gladiadores conhecido como Homicidal All-Stars. Aqui vamos então encontrar pessoas de diferentes origens, desde simples voluntários, até prisioneiros condenados a prisão perpetua, todos a lutarem pela sobrevivência. Ao longo desta arriscada jornada, os “concorrentes” ganham notoriedade e fortuna, isto claro se conseguirem sobreviver a tudo e mais alguma coisa.
Durante o jogo, vamos jogar com Scarlett Martillo e viver uma temporada inteira (ou não) do reality show, onde veremos de tudo, desde lutas com imenso gore, até assinaturas de autógrafos e piadas bem secas do apresentador do programa. Se estão a pensar que não existe uma história enganem-se, pois, apesar de estar um pouco para segundo plano, está bastante bem inserida no contexto do jogo e vamos acabando por perceber o que levou Scarlett a deixar tudo para trás e entrar no reality show mais letal à face da terra.
Antes de se iniciar jogo, temos a típica escolha do nível de dificuldade, que vai desde fácil a difícil, não esquecendo a opção de ativar o modo Iron Man. Este modo impõe uma série de limitações à dificuldade, pois não podemos gravar o jogo manualmente e as consequências do jogo tornam-se permanentes.
Sendo um turn based tático, muitas das batalhas vão ter reviravoltas estratégicas, como acontece nos jogos da série XCOM por exemplo. Showgunners está muito bom no que toca a eventos durante as lutas. Ocasionalmente, o diretor do programa quer apimentar ainda mais o show, normalmente para nos complicar ainda mais a vida e com o intuito de entreter o seu público ainda mais, seja com barris explosivos, desativação de bombas num certo número de turnos, desligar as luzes, enfim, aqui tudo pode acontecer de um momento para o outro.
A jogabilidade é o normal neste tipo de jogos, mas muito refinada diga-se. Temos uma área quadriculada para mover os nossos personagens, action points, zonas de cobertura parcial/total, etc. Existem bastantes tipos de inimigos, cada um com seus ataques, comportamentos e fraquezas específicas para um certo tipo de arma.
As personagens disponíveis para acompanhar Scarlett podiam ser mais é certo, mas mesmo assim temos seis personagens para nos dar uma mãozinha, cada uma delas obviamente com as suas próprias habilidades e pontos fortes. Para mencionar alguns, Tibalt pode mudar a sua aparência para a de um inimigo, para que assim outros inimigos o ataquem enquanto os nossos personagens passam despercebidos. Outro exemplo é o Warden (um dos meus favoritos), um robô bem grande que pode nos oferecer cobertura móvel, além de ter poder de fogo e resistência suficientes, um autêntico tanque de guerra.
Cada uma das personagens também tem seu próprio inventário e chips de aprimoração. Podemos (e devemos) equipar com granadas, kits de primeiros socorros, barreiras de escudo portáteis e muito mais. Quanto aos chips, quando usados eles melhoram algumas estatísticas, como mais pontos de vida, ou mais pontos de movimentação, etc. À medida que vencemos batalhas atrás de batalhas vamos subindo de nível, o que nos permite melhorar habilidades ou desbloquear novas, além de melhorar a nossa capacidade de mais movimentos por ronda e maior resistência.
Em Showgunners a fama que vamos conseguindo é também um fator importante. Ela aumenta de nível à medida que realizamos determinadas ações, e neste aspeto quase tudo conta, desde eliminar um inimigo em combate corpo a corpo até uma morte dupla, tripla ou até se um dos nossos personagens eliminar um determinado número de inimigos numa só batalha.
A fama está dividida por etapas, em cada uma das quais podemos assinar um contrato com um patrocinador, que nos dará descontos em armas, melhorias de experiência e muito mais. Ao fazermos isso, os restantes patrocinadores são descartados e teremos que aguardar os da próxima etapa.
Alguns patrocinadores têm requisitos para podermos usar os seus benefícios, e para isso teremos que interagir com os fãs de forma arrogante, simpática, excêntrica, etc…, de forma a ganharmos pontos para desbloquear patrocinadores. Os fãs vão nos pedir autógrafos e dependendo da nossa resposta ganharemos pontos para o tipo de atitude que tivemos com eles, por isso se quiserem ser uns broncos de primeira, nada nem ninguém vos impede.
Algo que Showgunners aproveitou de Hard West (outro jogo que teve a mão do estúdio e recomendo a experimentarem) foi a exploração. Cada nível do jogo é um cenário relativamente grande. À medida que avançamos pelas mais diversas áreas vamos também descobrir diversos atalhos que nos serão muito úteis, pois podemos encontrar dinheiro, combates opcionais e muito mais. Claro que estamos num espetáculo televisivo e a exploração não é fácil, pois há armadilhas por todo o lado, emboscadas, puzzles mortais e cadáveres a apodrecer por tudo que é canto.
De vez em quando vamos também encontrar postos de cura, onde poderemos recuperar a vida, desde que existam pontos de saúde disponíveis no referido posto. Existem também lojas onde podemos comprar armas, granadas, kits de primeiros socorros e outros arsenais. Não podemos vender nada, mas podemos doar para instituições de caridade para ganhar alguns pontos extras de fama.
Quando se termina um programa, ou melhor, um nível, iremos para um enorme complexo com diversas salas para podermos descansar, dividindo espaço com outros participantes do programa. Também podemos interagir com alguns elementos do staff e da nossa equipa, bem como ir ao confessionário, que é tão típico neste tipo de programas. Aqui podemos ouvir gravações de outras pessoas e gravar a nossa própria confissão, e podemos escolher entre várias opções ao fazê-lo para assim ganharmos pontos para patrocinadores. Para ser sincero, o lugar lembra um pouco o hotel Continental de John Wick, onde todos são assassinos ou cúmplices. Depois de darmos uma volta pelo local, voltamos para a cama e começamos um novo dia.
Na componente visual, os gráficos estão bem “atraentes” graças ao Unreal Engine 4, e o jogo está bem otimizado diga-se. Além disso, as configurações gráficas são bastante completas e é compatível com resoluções ultrawide. A banda sonora é bem cyberpunk/futurista e acompanha muito bem o gameplay sem causar incómodo.
Conclusão:
Showgunners é um jogo muito bom, principalmente para fãs de jogos turn based como eu. É divertido, intrigante e bastante desafiador, mesmo no nível de dificuldade normal. Apesar de ser um jogo que pode ser concluído num fim de semana, ele é tremendamente viciante, pois a temática que oferece revoluciona os jogos do género de forma bem inteligente.
Jogo de tudo um pouco, desde a minha primeira consola de jogos, a Master System II. Desde aí muita coisa mudou, mas a paixão e dedicação aos videojogos permaneceu intacta.
Apesar de jogar de tudo um pouco, desde FPS a RPG´s, sou grande adepto de Fighting games, como o Mortal Kombat e ainda de jogos de desporto automóvel, como o Forza Motorsport. Também não dispenso boas séries e bons filmes. Sou grande fã de animes desde muito cedo, onde tenho DragonBall e Naruto como séries de eleição.