O Helldivers original saiu para PlayStation 3, Playstation 4 e PS Vita há quase nove anos (como o tempo voa), e tinha tanto de simples, como de viciante. A Arrowhead Studios meteu mãos à obra e trouxe até nós a tão desejada sequela Helldivers 2. Será que o novo jogo segue os passos do seu antecessor? Vamos lá saber então!
O Helldivers original é um top-down shooter não muito diferente do Alienation (produzido pela Housemarque), mas havia muitos jogos semelhantes na altura, incluindo o antecessor do Alienation, Dead Nation (jogos que também me agarraram por algum tempo). A característica distintiva de Helldivers é que é um jogo muito focado no modo cooperativo até quatro jogadores e que é fortemente inspirado no filme Starship Troopers (uma pérola diga-se).
Isso por si só já era uma novidade, mas também tinha uma vasta coleção de estratagemas implantáveis, que permitiam que conseguíssemos trazer um pouco de tudo para o campo de batalha, desde chamar uma nova arma, torres com mini-guns ou outras ajudas, como uma nave espacial estacionada em órbita, que após uns segundos de receber a ordem de ataque executasse um ataque orbital devastador. A outra característica incomum é que o friendly fire está sempre ativo e tínhamos a mesma probabilidade de morrer graças aos nossos próprios companheiros de equipa, assim como os insetos gigantes e robôs com um look dos anos 80.
Helldivers 2 é quase exatamente o mesmo jogo, mas agora é jogado em terceira pessoa. Não quero dizer que isso seja um ponto negativo, mas além de uma melhoria nos gráficos, quase parece que poderia ser literalmente o mesmo jogo, mas agora com uma nova perspetiva de camera. Esta mudança faz uma grande diferença, pois os tiroteios estão muitíssimo bons. Existe ainda uma visão em primeira pessoa, mas não aconselho muito o seu uso (apenas para as armas estilo sniper), já que a visão periférica é muito importante neste jogo. Os controlos estão bastante fluidos e extremamente precisos e todos os efeitos sonoros, principalmente das armas, são de uma elevada qualidade, sendo sempre agradável de ouvir o explodir de uma bomba atómica portátil ou um ataque aéreo com Napalm que põe a arder todo e qualquer inimigo.
Logo após um curto/básico tutorial sobre como tentarmos morrer o mínimo possível nas linhas da frente, somos logo colocados numa missão a solo e só depois numa missão em grupo com jogadores de Helldivers 2. A ideia desta sequela é a mesma do jogo original, pois embora este seja tecnicamente um jogo PvE, a IA dos inimigos é um pouco previsível, mas qualquer asneira que os nossos companheiros de equipa façam não é. As missões geradas processualmente são relativamente pouco complexas e no geral envolvem coisas simples como aniquilar os inimigos uma área específica, explodir edifícios dentro das bases inimigas ou ativar um dispositivo num local específico. Tudo isto acontece num mundo aberto de dimensões simpáticas (não é do tamanho de um GTA 5 atenção), que nos recompensa se for bem explorado, como por exemplo muitas armas escondidas, diversas amostras (que servem depois para aprimorar certos aspetos da nossa nave) e missões secundárias para dizimar bases inimigas.
Este é um jogo live service, onde adquirir itens e experiência é muito importante, e isso significa que a pressa para ser o primeiro a chegar a um terminal, explodir um ninho de insetos ou simplesmente matar o maior número de inimigos é uma constante. Isso aumenta drasticamente a probabilidade de entrar na linha de fogo de um companheiro de equipa ou de não percebermos que ele estava prestes a lançar uma granada ou usar uma arma especial…, mas as guerras também são feitas disto.
Se perguntam se é possível jogar sozinho, sim é, porém, tenham em conta que tudo fica mais difícil, até mesmo uma mera missão de nível fácil. Mas aqui é muito mais divertido jogar em modo cooperativo, mesmo com jogadores aleatórios (já que não tenho amigos a jogar o jogo). Existe inclusive uma roda de comunicação dentro do jogo, mas peca por ter poucas formas de comunicar, mas é suficiente para se ter comunicação efetiva se por acaso não quiserem usar o chat.
Quanto aos inimigos propriamente ditos, temos duas fações, ao contrário do primeiro jogo onde havia três, portanto neste segundo jogo está a faltar os Illuminate (se é que vão voltar). Quer seja então a lutar contra os insectóides Terminids ou os Automatons (alguns até me fazem lembrar o Terminator), não vai demorar muito tempo para ficarmos completamente cercados e a disparar tudo o que temos disponível para eliminar as manadas de inimigos que, a cada nível de dificuldade, ficam mais e mais perigosos. Apesar de serem um pouco previsíveis como já referi, se jogarem no nível de dificuldade médio (ou superior claro), vão ter que suar muito para chegar ao fim da missão e serem extraídos no shuttle com sucesso.
Antes do início de cada incursão, podemos escolher quais armas a levar e personalizar os estratagemas disponíveis para eliminar os inimigos, sendo que ambas podem ser desbloqueadas por meio do uso de pontos obtidos no jogo. Tal como no primeiro jogo, os estratagemas são recursos especiais, como pedidos de bombardeamentos táticos, pedidos de mais munições, minas terrestres, armamento especial pesado, etc, estando à disposição de cada jogador em todas as missões.
Os estratagemas continuam a ser um dos pontos de destaque do jogo. A dinâmica de gameplay frenético alcança outro patamar quando precisamos realizar comandos nos botões direcionais para solicitar equipamentos, mais munições ou mesmo ataques diretamente da órbita dos planetas para erradicar os inimigos sem dó nem piedade. Existe ainda um mini-jogo chamado Stratagem Hero a bordo da nossa nave mãe para praticar os inputs dos estratagemas, portanto tentem bater o high score se conseguirem (que duvido, pois, é impossível), para além de relaxarem um pouco
As missões possuem objetivos específicos que devem ser completados dentro do tempo definido e no fim de completarmos as missões principais devemos chamar o shuttle de extração e correr para o local designado como mencionei a pouco. É neste momento que está – para mim pelo menos e sobretudo na dificuldade média ou superior – o momento que mais nos faz suar e o mais difícil de cada incursão, pois temos que nos defender de hordas de inimigos até chegar a tão desejada extração. Temos, portanto, muito momentos emocionantes!
O que também é interessante é que o jogo apresenta-nos através da mesa guerra na nossa nave a Guerra Galáctica, que são todas as missões que nós e os milhares de outros jogadores realizam e que se somam a um esforço de guerra “único” que lentamente permite que consigamos assumir o controlo de cada um dos vários planetas dos Terminids/Automatons.
Temos presente também um pequeno pormenor nos planetas e que gosto bastante. Estou a falar de ciclos de dia/noite e podemos ver a mudança de ciclos em algumas missões, conforme o tempo vai avançando. Eu tento sempre que posso começar as missões durante a noite, pois são bastante belas quando enfrentamos especialmente os Automatons, que contam com as suas luzes vermelhas bem fortes e que podem ser vistas a milhas a contrastar com a escuridão do cenário. E também tenham atenção às dicas que o jogo vos vai dando, pois são essenciais para a nossa sobrevivência nas linhas da frente. Temos esta por exemplo “Sabias que 9 em 10 médicos concordam que se não tratares uma hemorragia, vais esvair-te em sangue” …, priceless!!
De referir que o jogo tem tido um lançamento conturbado. Por diversas vezes o match making falhou e já cheguei a ficar uma ou outra vez com o meu soldado preso em locais específicos no mapa, sendo obrigado a regressar à nave mãe. A Arrowhead Studios está a resolver os problemas e está sempre atenta ao feedback dos jogadores, que estão a aderir em massa a Helldivers 2, e provavelmente será também por esta adesão em massa que existiram alguns problemas no emparelhamento. Nada que um patch resolvesse, pois agora tudo parece estar dentro do normal! Algo que o estúdio podia também trabalhar para melhorar o jogo, seria acrescentar uma maior variedade de missões (e talvez voltar a introduzir os Illuminate) pois senti muito rapidamente que estava a concluir sempre o mesmo tipo de objetivos, contra o mesmo tipo de adversários.
Conclusão:
Helldivers 2 é sem sombra de dúvidas muito empolgante e viciante. Mas fica no ar a questão de longevidade e variedade, pois é sempre difícil discutir a longevidade de um jogo live service, cujos planos para o futuro estão sempre em constante mudança. No entanto, e devido ao seu preço razoável, tem tudo para ser um jogo que vai atrair um vasto número de jogadores por bastante tempo. De que estás à espera?! Alista-te hoje mesmo!
Jogo de tudo um pouco, desde a minha primeira consola de jogos, a Master System II. Desde aí muita coisa mudou, mas a paixão e dedicação aos videojogos permaneceu intacta.
Apesar de jogar de tudo um pouco, desde FPS a RPG´s, sou grande adepto de Fighting games, como o Mortal Kombat e ainda de jogos de desporto automóvel, como o Forza Motorsport. Também não dispenso boas séries e bons filmes. Sou grande fã de animes desde muito cedo, onde tenho DragonBall e Naruto como séries de eleição.