Lembram-se dos jogos da série SWAT? Pois é, o estúdio irlandês da VOID Interactive conseguiu fazer o que os fãs da antiga série da Sierra desejavam há já longos anos (onde me incluo). Ready or Not é um jogo extremamente realista e tem o melhor do seu antecessor espiritual e mais qualquer coisa.
Indo direto ao assunto, o jogo da VOID Interactive é um FPS tático que segue o dia a dia das operações da força especial da polícia na cidade fictícia de Los Sueños, na Califórnia. Aqui assumimos o papel de David “Judge” Beaumont, que é o líder da nossa equipa SWAT. Assim como no seu antecessor espiritual, o realismo é o grande foco e que faz a grande diferença neste jogo, portanto esqueçam jogarem como no Call of Duty por exemplo.
A tensão ao iniciar uma nova missão está sempre no ar, pois nunca sabemos o que esperar durante a primeira visita a um novo local repleto de inocentes e suspeitos armados. E mesmo se falharmos a missão e voltarmos a tentar novamente, somos uma vez mais surpreendidos, pois a IA de Ready or Not foi muito bem planeada. Cada missão é uma nova experiência onde podemos testemunhar atitudes diferentes dos suspeitos e até mesmo dos nossos próprios elementos da SWAT. Isto é como quem diz que os suspeitos e inocentes estão em locais diferentes sempre que voltemos a repetir a mesma missão, e que os nossos próprios elementos da equipa podem reagir de maneira diferente às situações. Portanto estejam alerta, pois podem encontrar inimigos escondidos debaixo das camas ou até mesmo dentro de guarda vestidos.
Isto torna a experiência de jogo bem mais desafiadora, principalmente quando sofremos algum tipo de ferimento. Isto pode-nos sair bem caro, já que por vezes, bastar termos recebido um ou dois tiros bem colocados para termos que voltar à esquadra de polícia e começar novamente a missão. Mas é claro que, após tentarmos de novo algumas mais vezes, parece que tudo se torna mais fácil (por assim dizer), pois começamos a memorizar os locais e o que podemos encontrar neles.
Ready or Not tem bastantes mapas disponíveis, e alguns deles têm objetivos distintos, como salvar reféns, ou até mesmo lidar com uma ameaça de bomba. Todos eles são bem desafiadores e oferecem um delinear bem definido para o que precisamos fazer. Aliás, esperem também por diferentes histórias, onde algumas delas estão bem elaboradas, como uma missão num hospital, que é uma sequência direta de outro mapa do jogo, onde um grupo terrorista tentou um levar a cabo um massacre numa casa de diversão noturna, e depois invadiu o centro hospitalar para terminar o que havia começado. De realçar ainda que o jogo suporta mods, portanto se estão “fartos” dos mapas que o jogo traz, podem sempre procurar novos desafios (entre outras coisas mais) nas modificações criadas por outros jogadores.
Tal como acontecia nos jogos da série SWAT, também existem Ready of Not comandos para controlar a equipa quando jogamos no modo single player. Nós somos acompanhado por mais 4 membros, sendo divididos em duas equipas às quais podem dar comandos individuais ou então para toda a equipa. Assim, é possível investir em dois locais ao mesmo tempo, tudo dependendo das circunstâncias claro está.
Os comandos são executados a partir do botão do meio do rato, e diversas opções estão disponíveis, como abrir portas com lockpick, abrir portas e em seguida usar uma granada de flash bang, abrir com shotgun ou até mesmo com um aríete tático. Este fator dá-os assim diversas possibilidades para conseguirmos concluir com sucesso a missão que nos foi dada.
Com tantas opções para mapas e meios para se jogar, não posso deixar de mencionar também sobre a quantidade de armas disponíveis, o que faz com que o jogador se sinta de facto um autentico agente da SWAT. Podemos personalizar o loadout conforme bem entendermos, mas, convém realçar que algumas missões necessitam de itens específicos.
Também temos que nos preocupar com a gestão dos nossos companheiros entre as missões, algo que eu não sou muito fã confesso. Eu entendo que a terapia psicológica depois de um agente ter sido baleado e quase ter morrido, e que tudo isto se destina a criar uma atmosfera mais realista e que deveria dar uma maior profundidade ao jogo, mas eu senti que parece um pouco forçado. Tive alturas em que só tinha um agente disponível, e tive que recorrer ao recrutamento de novos agentes (menos experientes, logo mais sujeitos a errar). E quando os agentes acabam a terapia, grande parte decide abandonar a SWAT…eu entendo, mas 80% de abandono (no meu atual modo single player), acho que é demais.
Outro ponto também que poderia ser mais bem explorado são os diálogos e frases citadas pelos nossos agentes e pelos diversos NPC que encontramos nas missões. Aliás, numa única missão já encontrei diversos gémeos idênticos, o que acaba por afetar um pouco do realismo que o jogo nos quer dar. De referir que graficamente é um jogo bem competente, e as físicas existente estão boas sim (como as balas a fazer ricochete no escudo do nosso agente), mas penso que existe ainda espaço para uma ou outra melhoria. Em termos de computador, para o jogo rodar sem problemas precisam de um processador Intel Core i5-7600K, 8GB de memória e uma placa gráfica GTX1060 6GB (ou equivalente).
Ready or Not pode ser bem desafiador no modo single player, mas também consegue entreter no multiplayer. Tentar jogar um jogo tão realista e difícil com desconhecidos pode ser algo extremamente desafiante, e muito em conta pelos erros que cometemos. Apesar de ter jogado apenas três sessões neste modo, é uma boa experiência no geral, mas honestamente prefiro focar-me no modo single player e jogar ao meu ritmo.
Conclusão
Pros
- Realismo
- Replay factor
- Diversas maneiras de completar as missões
- Existência de Mods (já conta com um vasto conteúdo)
Cons
- A dificuldade pode ser um problema para jogadores menos pacientes
- Algumas animações tem de ser melhoradas, bem como a não haver repetição de NPC numa mesma missão
Jogo de tudo um pouco, desde a minha primeira consola de jogos, a Master System II. Desde aí muita coisa mudou, mas a paixão e dedicação aos videojogos permaneceu intacta.
Apesar de jogar de tudo um pouco, desde FPS a RPG´s, sou grande adepto de Fighting games, como o Mortal Kombat e ainda de jogos de desporto automóvel, como o Forza Motorsport. Também não dispenso boas séries e bons filmes. Sou grande fã de animes desde muito cedo, onde tenho DragonBall e Naruto como séries de eleição.