V Rising convida-nos a assumir o papel de um vampiro que desperta sedento para reconstruir o seu reino num universo dominado pelos humanos. Agora que o jogo saiu do estado early acess, será que vale a pena? Vamos lá ver então!
“This was ours, We ruled this land, We owned the night”.É com estas frases que o jogo inicia a sua apresentação e também o contextualiza: neste universo fictício, os vampiros reinaram por diversos séculos, mas, quando o grande conflito chegou, eles perderam a batalha decisiva contra os humanos. Dessa forma, aqueles que não viram o seu fim no campo de guerra foram obrigados a fugir. Durante séculos, os vampiros restantes ficaram escondidos na escuridão e nas sombras…, mas isso está prestes a mudar, pois está na hora de finalmente despertar.
Com uma pequena fração dos poderes e sedento por sangue, o nosso vampiro criado por nós dá início á sua jornada para reclamar o poder sobre o mundo e a humanidade. Se vamos fazer isso sozinho, aliado a outros vampiros ou contra tudo e todos, a escolha é nossa, desde que saibam arcar com as consequências.
Na sua essência, V Rising é um jogo de sobrevivência, assim como Valheim e muitas outras opções disponíveis no mercado e principalmente nos PC´s, plataforma em que este gênero goza de uma imensa popularidade.
Isso quer dizer que, após criarmos o nosso personagem (que pode ser bastante personalizado), vamos precisar de reunir recursos como ossos, peles e fibras de todas as formas para criar armaduras, armas e estruturas que dão origem a majestosos castelos e a muitas mais coisas, ficando tudo isto ao cargo da nossa imaginação.
Os recursos são obtidos ao derrotarmos inimigos dos mais variados tamanhos e tipos, e é aqui que o jogo da Stunlock Studios começa a mostrar aquele que é o seu grande trunfo (na minha modesta opinião claro) que é o sistema de combate e o consequente ciclo de progressão que às vezes está em falta em jogos deste gênero. Graças em parte à sua visão isométrica, V Rising “bebe” da mesma fonte da jogabilidade de grandes séries e RPGs de ação, como o incontornável Diablo.
Quando fundido com esta notável influência, temos pela frente mais de cinquenta Bosses distintos, diversas habilidades para serem desbloqueadas em cinco árvores de desenvolvimento e mais uma vasta gama de poderes para serem conquistados. Acho que se pode dizer que temos material suficiente para cativar qualquer entusiasta do gênero por muitas e longas horas a fio.
Claro, é preciso ter em conta que tudo isto está devidamente encaixado/adaptado para a temática vampiresca de V Rising. Para recuperarmos a nossa vida de forma efetiva, por exemplo, é possível sugar o sangue de criaturas como lobos ou ursos depois deles tiverem sofrido uma certa quantidade de dano. Se por ventura estivermos a jogar no modo PVE, é possível abrir as veias do pescoço do nosso vampiro e deixar que outros jogadores presentes possam beber do nosso sangue e da nossa vitalidade, o que certamente ajudará bastante em confrontos e zonas mais difíceis
É necessário inclusive ter em atenção com a exploração durante a luz do dia, pois o sol é extremamente prejudicial ao nosso vampiro (como é obvio). Contudo, caso prefiram experiências mais tranquilas e menos stressantes, não se preocupem, pois existem opções de dificuldade: “Relaxed”, para quem prefere focar-se na exploração e construção; e “Brutal”, para os jogadores que já dominaram a maior parte dos segredos do jogo e estão em busca de uma experiência mais exigente. De realçar ainda que caso não queiram jogar nos modos PVE/PVP, podem ainda optar por uma experiência totalmente a solo, e assim podem jogar ao vosso ritmo e ir aprendendo o jogo de forma mais calma (que foi o que fiz).
Já o modo multiplayer é digno de elogios. Ao começar um novo jogo, é possível criar uma sessão pública, aberta a qualquer jogador, ou uma partida privada, em que será possível progredir sozinho, mas também podem inserir uma password para que os vossos amigos visitem o vosso mundo sempre que estiverem a jogar online.
Para além disso, embora o standard seja de 40 jogadores (já bastante simpático), é possível configurar as opções de modo que até 60 vampiros possam jogar online simultaneamente, com clãs de 4 até 20 jogadores compartilhando a experiência de jogo, bem como recursos e construções.
Existem ainda opções PVE para enfrentarmos tudo e mais alguma coisa contra a I.A do jogo, PVP clássico (em se joga contra outros jogadores e o ambiente) e até mesmo um modo PVP em duplas, onde juntamente com um amigo ou um jogador aleatório, podemos enfrentar outra dupla, colocando em teste de fogo as (boas) mecânicas de combate de V Rising.
Agora, com tantas opções disponíveis nesse sentido, será que vão achar o jogo pouco empolgante se preferirem jogar sozinhos? Depende do jogador, eu cá estou a adorar jogar ao meu ritmo e sem outros jogadores no meu mapa (sim podia jogar em PVE eu sei). Mas este jogo foi pensado para se jogar com mais jogadores, e não é de admirar que a emoção aumente quando fazemos parte de um grupo de jogadores que se une para derrotar um ou outro Boss mais complicado.
Portanto, caso vocês (tal como eu) prefiram experiências mais viradas para o single player, convém aproximarem-se de V Rising com um pouco de cautela que o normal. Claro que se jogarmos a solo ainda é possível termos muita e boa diversão, mas não se pode negar que o jogo brilhe mais quando encontrarmos outros jogadores, independentemente de serem amigos ou inimigos.
Ainda quero mencionar que o jogo em si está bem optimizado em termos de performance, e não tive problemas significativos para entrar em partidas com jogadores aleatórios. Também temos presente o português do Brasil em menus e legendas, embora seja possível identificar algumas (raras) situações onde os textos não estão traduzidos. Penso que isto será, entretanto, corrigido em patches futuros.
O jogo conta ainda com alguns DLC´s, e aqui destaco o DLC alusivo à série da Konami, Castlevania. Tal como referido no Steam na página do respetivo DLC “Este pacote inclui novos cosméticos que te permitem assumir o cabelo, o vestuário e as formas marcantes de uma das mais clássicas franquias de vampiros de todos os tempos. Aprecia o estilo e entrega-te à nostalgia de Castlevania“. Portanto se por ventura são fãs de Alucard, certamente vão querer este conteúdo adicional para V Rising.
Conclusão
Pros
- Vasto mundo repleto de desafios e exploração
- Boss Fights memoráveis
- Grafismo bastante detalhado
- Banda sonora de elevada qualidade
- Diversas opções de jogo multiplayer
- DLC alusivo a Castlevania foi uma grande aposta
Cons
- Textos não traduzidos em algumas situações podem causar incomodo (se jogado em PT-BR)
Jogo de tudo um pouco, desde a minha primeira consola de jogos, a Master System II. Desde aí muita coisa mudou, mas a paixão e dedicação aos videojogos permaneceu intacta.
Apesar de jogar de tudo um pouco, desde FPS a RPG´s, sou grande adepto de Fighting games, como o Mortal Kombat e ainda de jogos de desporto automóvel, como o Forza Motorsport. Também não dispenso boas séries e bons filmes. Sou grande fã de animes desde muito cedo, onde tenho DragonBall e Naruto como séries de eleição.