Lançar jogos em Early Access na Steam está a virar moda nos últimos anos. Alguns deles são jogos medianos, mas lá pelo meio surgem bons jogos também. Enshrouded, do estúdio Keen Games consegue entregar uma experiência rica e muito envolvente estando ainda em acesso antecipado. Mas vamos lá conhecer melhor este survival game.
Provavelmente a primeira coisa que vamos perceber quando iniciamos o jogo é que o seu estilo visual é muito simples, mas bastante competente. Após criarmos o nosso personagem (que podia ter mais variedade de personalização diga-se), somo “jogados” literalmente no intrigante mundo de Embervale e aqui vai começar a nossa jornada de sobrevivência.
O mundo de Embervale foi destruído após algumas guerras para fornecer aos humanos uma espécie de elixir mágico que lhes deu muito poder e também força. Eles escavaram (e escavaram) no subsolo para extrair o elixir, mas pelo meio acabaram por libertar uma névoa azul que começou a corromper o mundo. Em resposta, criou-se o The Flameborn, o último raio de esperança de um mundo em constante corrupção. Se gostam do género de jogos com a narrativa semelhante a Elden Ring, então provavelmente vão se sentir em casa em Enshrouded.
Mal se começa a jogar, a prioridade é a nossa sobrevivência, portanto, toca a construir e procurar recursos e sobreviver da melhor maneira possível enquanto investigamos a trágica história que levou à queda de Embervale. Vamos encontrar textos em vários lugares que contam a história do mundo, focando-se em particular no que a humanidade fez para evitar que a névoa se espalhasse por todo o mundo, névoa essa onde não podemos permanecer durante muito tempo. Esta é uma narrativa contada a conta-gotas, e esses “pingos” podem ser poucos e (muito) distantes, dependendo de quão aventureiros somos.
Para além de se inspirar numa narrativa estilo Elden Ring, Enshrouded também pediu emprestado algumas coisas do The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom, e vê-se isso tanto na maneira como a história é contada, quanto na maneira como o mundo está construído. Para mim, parece que estou a jogar a mais recente aventura de Link, com a fórmula clássica de um survival game. Enshrouded tem dois aspetos distintos: o primeiro é a construção/ sobrevivência, sendo o segundo a exploração/combate.
O jogo vai requerer muita construção e muito amealhar de diversos recursos (incluindo comida claro). O mundo de Embervale está alinhado com outros jogos semelhantes, portanto nada de novo neste campo. Se vocês já jogaram jogos semelhantes, vão certamente sentir-se em casa. Nós podemos construir em torno de uma espécie de altar com uma chama no meio, que pode ser depois ser alvo de upgrades para obviamente ganharmos novos perks, como mais espaço para construirmos ou a capacidade de permanecermos na névoa azul por ainda mais tempo. Como devem imaginar, temos de construir abrigos minimamente decentes, camas e ferramentas para que possamos reunir recursos mais rapidamente, e assim por diante. Funciona é certo, mas também não é muito original, pois não inova quando comparado com jogos semelhantes.
Depois de construirmos (bastante), fabricarmos armas e equipamentos, temos pois claro que partir à aventura e descobrir o que Embervale tem para nos oferecer. De início, leva muito tempo para chegarmos do ponto A ao B, pois temos que cobrir grandes distâncias a pé, mas a uma dada altura no jogo temos acesso a um planador e a um gancho, tal como acontece em The Legend of Zelda: Tears of the Kingdom. Estas mecânicas foram “roubadas” ao jogo da Nintendo e sinceramente não funcionam assim tão bem. Eu vi o meu personagem a “flutuar” onde não deveria por várias vezes e o gancho não fez o que eu queria fazer. Isso é um problema a resolver, já que não podemos ficar na névoa por muito tempo (pois o nosso personagem morre) e temos que ter um meio para sair á pressa quando nos restam apenas meros segundos. Entendo que o jogo está em fase de Early Acess, mas estas coisas têm que estar em plena ordem de funcionamento.
O sistema de batalha também é inspirado em Zelda, não se podem fazer muitas coisas no início, mas iremos depois desbloquear habilidades ao longo do jogo, mas leva muito (repito…muito) tempo para subir de nível para desbloquear novas habilidades. Se são jogadores com pouca paciência…este jogo não será muito vosso amigo…fica desde já o “aviso”.
À semelhança do que encontramos num RPG tradicional iremos defrontar um sem número de inimigos (e ganhar XP sempre que os aniquilamos pois claro) e ainda ter “tempo” para decidir qual será o estilo de combate mais adequado para nós entre as 12 classes disponíveis. Com diversas classes disponíveis, quase nem é preciso dizer que os confrontos com os inimigos podem ser bastante dinâmicos e desafiantes. À nossa disposição temos muito armamento e equipamento e a sua utilização vai ser determinada pela classe que iremos escolher.
Enshrouded merece alguns elogios, o mundo é belo e bastante atmosférico, e podemos praticamente adivinhar que todo ele foi feito à mão. O nascer do sol sobre uma das muitas ruínas que exploramos é simplesmente mágico e a música que acompanha este momento é igualmente grandioso. Além disso, podemos encontrar bastantes armas que variam de normais a lendárias, como acontece em vários outros jogos RPG. Isso significa que se podem obter armas bem catitas sem ter que se passar horas amealhando prata, o que é bastante bom verdade seja dita. A única originalidade no jogo é a forma como as ideias/mecânicas de outros jogos são emprestados e reunidos num novo todo, que certamente será muito reconhecível para os fãs de jogos RPG/sobrevivência.
Apesar de ser possível jogar-se em single player, o jogo tem mais destaque quando jogado em modo cooperativo. Jogar com outros jogadores torna tudo muito mais fácil e interessante. Tarefas como a construção ou a gestão de recursos são bastante mais fáceis quando temos ajuda de outros jogadores.
Conclusão
Pros
- Enorme mundo para descobrir
- Sistema de combate bastante agradável
- Banda sonora
- Bom em single player, ainda melhor em modo cooperativo
Cons
- Criação de personagem – devia ter mais opções
- Gancho por vezes não funciona como devia
- User Interface pouco intuitivo
Jogo de tudo um pouco, desde a minha primeira consola de jogos, a Master System II. Desde aí muita coisa mudou, mas a paixão e dedicação aos videojogos permaneceu intacta.
Apesar de jogar de tudo um pouco, desde FPS a RPG´s, sou grande adepto de Fighting games, como o Mortal Kombat e ainda de jogos de desporto automóvel, como o Forza Motorsport. Também não dispenso boas séries e bons filmes. Sou grande fã de animes desde muito cedo, onde tenho DragonBall e Naruto como séries de eleição.