Façam power up aos vossos Ki´s, porque a série Budokai Tenkaichi está finalmente de regresso, mas agora com o novo nome de Dragon Ball: Sparking! Zero. O jogo promete trazer de volta tudo que os fãs adoram na já icónica série, mas agora para a nova geração de consolas (e PC´s mais atuais).
A série Budokai Tenkaichi (conhecida no Japão como Sparking), teve início no ano de 2005 na Playstation 2, e foi um autêntico fenómeno na altura (e eu que o diga). Vieram mais tarde mais dois jogos (até tiveram direito a versão para a Nintendo Wii), e agora, em 2024 chega o tão desejado quarto jogo da série. Além deste ser o primeiro título a ter o mesmo nome em todas as regiões, Dragon Ball: Sparking! Zero é também o primeiro jogo a incluir personagens do Dragon Ball Super (logo de início) na sua extensa lista de mais de 180 personagens jogáveis, tornando-se assim o jogo da série com maior número de personagens jogáveis.
Desenvolvido pela já experiente Spike Chunsoft, este é primeiro jogo da série feito no Unreal Engine 5, o que traz uma experiência única nas consolas de atuais gerações. Logo no seu início, somos brindados com a primeira batalha intensa de Dragon Ball: Sparking! Zero, e vamos ter pela frente o Vegeta (nós controlamos Son Goku pois claro). Esta pequena luta serve como um tutorial mais básico para começarmos a destruir os botões do comando logo de imediato. Para tutoriais mais avançados, basta depois selecionar o modo Training e seguir os passos indicados, e vamos ver Gohan a treinar tudo que é movimento contra Piccolo (ou se preferirem em bom português, contra o Coraçãozinho de Satã).
Começando por falar no modo principal single player (as Episode Battles), de início e não fiquei muito cativado, e passo a explicar. Tal como eu, quem dá valor ao modo campanha, gosta no mínimo de assistir a um conteúdo rico e detalhado, mas em Dragon Ball: Sparking! Zero somos “brindados” com um pequeno menu onde podemos selecionar apenas o episódio de Son Goku, (outros personagens são desbloqueados logo após o primeiro episódio), que conta com uma história preguiçosa e bastante resumida. Eu entendo que foi já contada dezenas e dezenas de vezes, todos sabemos que Raditz chega à Terra e revela ser um guerreiro do espaço, e pede a Son Goku para se juntar a ele para aniquilar tudo o que resta da raça humana … E pronto, o nosso herói sai a voar, eles falam mais uma dúzia de palavras e a batalha tem início.
Depois disto, a história é contada apenas por imagens legendadas, como se estivéssemos a ver uma apresentação de slides, onde nem se deram ao trabalho de narrar e somente pouco antes das batalhas começarem, uma breve animação acontece. Apesar de parecer uma forma mal conseguida para o modo principal single player, com o tempo passei a entender o formato que foi escolhido. O modo dos episódios de Dragon Ball: Sparking! Zero possui diversos caminhos que nos irão levar para capítulos diferentes, e esses não irão respeitar a história canónica criada pelo mestre Akira Toriyama. Esses novos caminhos vão-nos mostrar outras perspectivas do que poderia ter acontecido com Son Goku, Piccolo, Vegeta (entre outros), se tivessem feito outras escolhas em momentos chave da história original.
A título de exemplo, após a luta contra Raditz, Piccolo aparece na casa do Master Roshi (a.k.a Tartaruga Genial) e convida Son Goku a unir forças com ele para derrotar o Saiyajin. Podemos optar por aceitar a proposta de Piccolo, ou então lutarmos sozinhos contra o Raditz, mostrando assim uma nova perspectiva sobre os acontecimentos do anime. E caso tenham feito esta escolha e depois querem ver o que acontece se escolherem a proposta de Piccolo (ou seja, seguir a história original), podem fazer isso depois de concluírem o episódio, pois podemos selecionar no mapa o ponto da história que queremos repetir.
O jogo conta ainda como o modo Custom Battle, onde efeitos especiais são ativados sob determinadas condições, onde podemos escolher entre as Bonus Battles ou criar de raiz as nossas próprias batalhas personalizadas. Estas batalhas que criamos, podem ser enviadas para a World Library, dando assim acesso a outros jogadores para jogarem a nossa criação.
Começando pelas Bonus Battles, elas entregam-nos combates já prontos, repletas de personagens (e onde podemos desbloquear personagens adicionais) e efeitos, com regras e restrições. Inicialmente, a maioria delas estão bloqueadas, mas ficarão disponíveis mediante conclusão de certas batalhas especificas. Por sua vez, a Batalha Personalizada, é onde construímos os nossos combates originais, alternando entre os métodos de edição Normal, ótimo para os entusiastas que gostam de detalhes e o de edição Simples, onde escolhemos entre um tipo básico de luta e o editor fará o restante trabalho.
Além dos modos que já mencionei acima, Dragon Ball: Sparking! Zero conta com o modo Battle, que como o próprio nome indica, é onde entramos para “destruirmos” o nosso pobre comando (e onde provavelmente vamos passar mais tempo). Ele pode ser jogado online, em partidas a contar para ranking (ou não, se escolherem Player Battle), ou ainda offline, um jogador contra CPU ou se quiserem convidar um amigo para uma tarde de jogatina, também é possível dar uso ao modo para 2 jogadores, mas que possui apenas uma arena de luta (a Hyperbolic Time Chamber). Pode ser uma opção sem nada de novo é certo, mas pelo menos o modo para dois jogadores com ecrã divido ao meio foi incluído e funciona bastante bem.
Outro dos modos onde costumo passar algum tempo, é o modo World Tournament, que pode ser jogado Online, onde poderemos inclusive criar a nossa própria sala, ou então procurar aleatoriamente, utilizando preferências como ranking, idioma e/ou selecionar um dos seis torneios disponíveis. Este modo também pode ser jogado Offline e podemos criar o nosso torneio com regras próprias, ou escolher entre os 6 disponíveis. Portanto se quiserem experimentar o Tournament of Power de Dragon Ball Super, é aqui que ele está disponível, e não foi esquecido o cenário do mesmo.
Tal como acontecia nos jogos anteriores, não foi esquecida a Enciclopédia. Aqui podemos ver informações com comentários minuciosos de Bulma, Chi-Chi e Videl sobre todos os personagens do jogo. É uma área repleta de informações, ideal para todos aqueles que desconhecem algum personagem deste vasto universo criado por Akira Toriyama. Aqui também é possível sabermos o número de vezes que já foram usados, tempo de uso, etc.
Quanto à performance, o jogo da Spike Chunsoft corre extremamente bem na Playstation 5 (versão usada para esta análise). Aqui, fluidez é a palavra de ordem e não tive problemas com carregamento de texturas dos cenários ou bugs de gameplay. Nota-se apenas que nas transformações para Super Sayajin (por exemplo), temos um pequeno load para carregar a nova forma (cerca de 2 segundos), mas pelo menos compensa vermos o belo trabalho de animação criado aquando das transformações (a do Broly está qualquer coisa de genial por exemplo). O modo Online é onde o estúdio vai ter que implementar melhorias, nomeadamente nas constantes falhas de ligação aos servidores (começa a incomoda confesso).
Os cenários parecem saídos diretamente do anime. Eles são bem grandes e totalmente destruíveis, principalmente nos cenários do Torneio Mundial de Artes Marciais e na cidade (não faltam é destroços a cair ao chão). Quanto aos personagens, todos estão muito bem desenhados/coloridos e extremamente fiéis ao anime. As roupas rasgam-se conforme as batalhas progridem e os efeitos visuais/explosões usadas pelos poderes estão também iguais ao que vimos na TV.
Eu joguei usando as vozes originais japonesas (que estão geniais como sempre), mas também dei uso por alguns dias ás vozes inglesas, que também contam com os atores originais e que não ficam atrás dos seus colegas da versão japonesa.
Conclusão
Pros
- Visuais fiéis á obra original
- Super fluído
- Cenários totalmente destrutíveis
- Imensas personagens para escolher
- Vozes originais em Japonês e Inglês
Cons
- O modo online precisa de ser melhorado, existem muitas falhas de conexão
Jogo de tudo um pouco, desde a minha primeira consola de jogos, a Master System II. Desde aí muita coisa mudou, mas a paixão e dedicação aos videojogos permaneceu intacta.
Apesar de jogar de tudo um pouco, desde FPS a RPG´s, sou grande adepto de Fighting games, como o Mortal Kombat e ainda de jogos de desporto automóvel, como o Forza Motorsport. Também não dispenso boas séries e bons filmes. Sou grande fã de animes desde muito cedo, onde tenho DragonBall e Naruto como séries de eleição.