Passados 13 anos desde o lançamento do primeiro Uncharted, fazemos uma viagem por uma das franquias mais aclamadas de sempre.
Neste artigo, voltamos ao início da franquia, então na PlayStation 3, para falar do aparecimento e crescimento de uma das mais famosas sagas modernas em videojogo.
Tudo começou em 2005, quando a Naughty Dog mostrou intenções em criar uma nova série de aventura. Este aclamado estúdio já tinha desenvolvido algumas das mais emblemáticas franquias da PlayStation, como Crash Bandicoot ou Jak & Daxter, procurando agora mudar o seu rumo e criar algo mais humano e “realista”. Foi assim que nasceu Nathan Drake, o protagonista de todos os jogos desta saga, exceto num spin-off. Mas, já lá vamos.
Uncharted: Drake’s Fortune foi então lançado em 2007 e, tal como os restantes jogos da série em diante, mistura os géneros de acção, aventura e plataformas. Aquando do seu lançamento, houve algumas comparações naturais com Tomb Raider, mas rapidamente entendemos que estávamos perante algo maior e diferente. O jogo tem um aspecto mais adulto e foca-se mais no combate, tentando oferecer ao jogador uma verdadeira experiência cinematográfica, onde existem vários momentos em que nos lembramos de clássicos como Indiana Jones, por exemplo.
Toda a história da franquia gira em torno de Nathan, um caçador de tesouros (e aqui sim, a ir buscar algo a Tomb Raider) que está sempre à procura de novos tesouros e lugares únicos. Apesar das histórias estarem interligadas, é possível jogar o 3 sem ter jogado o 2, e por aí fora. Contudo, é aconselhável jogar do início ao fim, pois recolhemos e apreciamos melhor a evolução da série e dos personagens.
A história deste primeiro título começa no momento em que Nathan e Elena, sua amiga e repórter, encontram o caixão de Sir Francis Drake, que percebemos ser um ancestral antepassado de Nathan. Este caixão contém um diário com a localização do El Dorado. Está assim dado o mote para esta aventura: a busca por este local perdido e mítico. Além de Elena, Drake terá a ajuda de Sully, o seu mentor e companheiro deste tipo de aventuras. Vamos encontrando sempre outros personagens secundários e vários vilões, todos eles sempre bem interpretados pelos atores que lhes dão voz.
Um facto curioso sobre este primeiro jogo é que, quando foi lançado, não tinha ainda suporte para troféus, tendo sido acrescentado posteriormente, através de uma actualização, oferecendo mais alguns desafios aos jogadores.
O jogo teve uma recepção excelente por parte da crítica e do público e vendeu mais de um milhão de unidades nas primeiras dez semanas, tendo já vendido cerca de 3 milhões de cópias. Foi considerado o jogo do ano para a PlayStation 3 pelo IGN e recebeu ótimas pontuações dos sites e meios mais conhecidos. O sucesso foi tal que a Naughty Dog começou logo a trabalhar no segundo jogo, que chegaria dois anos depois.
Uncharted 2: Among Thieves foi lançado em 2009 e superou em tudo o original. Neste segundo jogo viajamos até ao lendário vale de Shambhala, nos Himalaias, tentando cumprir a demanda que Marco Polo nunca terminou. Além de Elena, Nathan vai contar com a companhia de Chloe Frazer, uma caçadora de prémios pronta para tudo, que terá uma grande importância neste e nos restantes jogos da série.
Este jogo elevou a fasquia do primeiro título em praticamente todos os parâmetros. Não só é melhor a nível técnico, tanto nos gráficos como na banda-sonora, como todas as mecânicas de jogo foram melhoradas. Os combates são extremamente cinematográficos e existe uma constante tensão nas lutas, principalmente nas de corpo-a-corpo.
Um dos exemplos da qualidade de Among Thieves é a sequência inicial, que é passada num comboio descontrolado. Esta cena conta com um ritmo e imersão tal, que parece que estamos dentro de um verdadeiro filme de ação. Visualmente, é surpreendente e estamos constantemente com o coração nas mãos, por causa da tensão e perigo que todos os elementos transmitem.
Os cenários e vários locais que vamos percorrendo contam com uma excelente diversidade, sendo um jogo mais obscuro, em certas alturas, e com alguns momentos de tensão bastante bem inseridos.
Este segundo jogo foi galardoado com vários prémios de Jogo do Ano e é, ainda hoje, considerado, por muitos dos fãs e críticos, o melhor jogo da franquia e um dos melhores jogos da sua geração, tendo ainda vendido cerca de 6 milhões de unidades em todo o mundo.
Chegamos finalmente ao terceiro jogo da série e a fasquia subiu ainda mais. Uncharted 3: Drake’s Deception chegou em 2011 e foi um sucesso imediato: superou as vendas do seu antecessor e é o quinto jogo mais vendido na PlayStation 3.
Dos aspectos que melhoraram imenso destacam-se os gráficos bem como as vozes dos personagens, que estão extremamente bem alocadas e com um realismo tremendo. Foi um dos jogos que mais me impressionou na altura e, ainda hoje, é uma maravilha para os olhos.
Neste terceiro jogo, a ação decorre em vários locais, desde Londres até à Península Árabe. É também aqui que temos a constante companhia de Victor Sullivan, que acaba por ter um papel mais importante e presente do que nos jogos anteriores. Além disso, há vários momentos em que voltamos à infância de Nathan, onde controlamos o jovem rapaz em algumas missões bem interessantes, para além de ficarmos a conhecer melhor um pouco da sua história.
Tal como Among Thieves, este jogo também inclui o modo multijogador, que melhorou em quantidade e qualidade tudo o que foi feito para jogarmos com outros jogadores.
O jogo vendeu o dobro do seu antecessor, tendo ultrapassado os 6 milhões de cópias vendidas, sendo que vendeu mais de 3 milhões aquando do seu lançamento. A nível da recepção dos fãs e críticas, repetiram-se os honrosos elogios, sendo considerado um dos melhores jogos de sempre da PlayStation e tendo arrecadado vários prémios de Jogo do Ano.
Este jogo acaba por ser uma prequela da série principal e aproveita algumas funcionalidades únicas da consola. No entanto, apesar de o jogo ser bastante bom, não gozou do mesmo sucesso que os restantes títulos, muito por causa do insucesso da própria consola, que nunca vingou no mercado português. Apesar de ser dos jogos mais vendidos para a PS Vita, o jogo apenas vendeu cerca de 500 mil unidades.
Com a passagem de geração e a chegada da PlayStation 4, a Naughty Dog apostou novamente na sua franquia para nos fazer chegar aquele que é, para mim, o melhor jogo da saga. Uncharted 4: A Thief’s End foi lançado em 2016 e foi daqueles jogos que devorei assim que ficou disponível.
Inicialmente previsto para sair em 2015, o jogo apenas ficou pronto no ano seguinte, mas a espera compensou e muito. Este quarto jogo consegue a colossal proeza de melhorar o seu antecessor, algo que se pensava que seria practicamente impossível. É talvez o jogo que conta com a história mais rica, imersiva e cinematograficamente bem feita, dando também destaque a outros belos personagens como Victor Sullivan ou Samuel Drake, o seu irmão. Viajamos por várias alturas na vida de Nathan e ficamos com uma perspetiva muito melhor daquilo que foi o início da sua vida e como acabaria por se tornar no homem que é actualmente.
Não só é o jogo mais vendido da saga como é o título mais vendido da história da PlayStation 4, com mais de 16 milhões de cópias vendidas em todo o mundo. A nível de reconhecimento da crítica e prémios, são centenas de galardões arrecadados e é sempre um dos jogos referidos quando se fala nos melhores jogos para esta consola. Se tiver de escolher o jogo mais perto da perfeição desta franquia, será Thief’s End, pois colocou a fasquia tão alta do ponto de vista artístico e técnico que é capaz de ser dos melhores jogos que já joguei na vida.
Finalmentem, chegámos a Uncharted: The Lost Legacy. Pensado como uma espécie de expansão de Uncharted 4, este jogo acabou por se tornar numa pérola da série, não só pelo seu preço mais reduzido quando foi lançado mas também por ser um jogo magnífico e que em nada fica atrás do quarto título. Lançado em 2017, este é o primeiro jogo da série a não ter Nathan Drake como protagonista. No seu lugar controlamos a fantástica Chloe Frazer, que tinha feito a sua estreia em Uncharted 2. Ao seu lado, teremos a preciosa ajuda de Nadine Ross e Samuel Drake, irmão de Nathan.
O jogo mantem todas as características dos seus antecessores, mas consegue oferecer uma história fresca e sem se focar no arco de Nathan. A química entre Chloe e Nadine funciona muito bem e esta dupla mostrou que esta saga consegue inovar e ir para novos caminhos de uma forma impecável.
O jogo foi novamente um grande sucesso, sendo que a única crítica que era algumas vezes apontada era a longevidade algo curta, mas dado que o jogo foi lançado com um PVP de 39,99€ e rapidamente desceu de preço, esta crítica acaba por ser algo descabida, dada a enorme qualidade do jogo.
E agora?
Com a PlayStation 5 a caminho, também um Uncharted 5 se prevê num futuro próximo. Quanto aos personagens e que histórias teremos pela frente, ainda é cedo para adivinhar. Mas, o que quer que seja, será, sem dúvida, um belíssimo jogo pois esta franquia só sabe fazer grandes jogos.
Descobriu os videojogos através do Game Boy mas foi com a PlayStation 2 que percebeu a importância desta arte. Enorme fã de RPGs e jogos de plataformas, acha que o Final Fantasy X é a perfeição em formato jogável.