Antes da Raven trabalhar exclusivamente Call Of Duty, oferecia-nos esta pequena pérola.
Não tenho nada contra a franquia COD, o Modern Warfare continua a ser dos melhores FPS que já experienciei, mas Singularity tem um lugar especial no meu coração.
Lançado em junho de 2010 Singularity coloca-nos na pele de Nathaniel Renko, capitão de uma equipa de marines norte americanos, cuja missão é investigar uma anomalia radioactiva na abandonada ilha Russa de Katorga-12.
Perto do local de aterragem, um evento electromagnético faz cair o helicóptero onde segue o nosso protagonista, este perde os sentidos e recupera-os nas docas da ilha.
É aqui que assumimos o controlo de Renko, que recebendo uma mensagem do seu colega Devlin, inicia a exploração do local de forma a se poder reunir a este.
Após uma curta caminhada, damos por nós num átrio abandonado, que no seu centro exibe um busto de Estaline, rodeado de arcadas repletas de equipamento danificado ou obsoleto. Exp.lorando um pouco mais chagamos a um outro átrio interior em ruínas. Surge, de novo, o fenómeno electromagnético e verificamos que aparentemente nos encontramos no mesmo sítio e embora este esteja em chamas, não está no estado decrépito que apresentava antes do fenómeno.
É o caos, ouvem-se vozes em russo e vemos um soldado que foge das chamas, entramos numa sala e somos compelidos a ajudar um homem que, ao fugir das chamas, quase cai num buraco no chão. Carregamos esse homem por corredores em chamas, sendo que a certa altura ouvimos alguém a chamar o nosso nome avisando-nos para não fazer algo… Seguimos pelos corredores e damos por nós de novo no átrio que ostenta o busto de Estaline, num estado imaculado, largamos o homem que socorremos e alguém corre para ele e pergunta: “Demichev, que aconteceu?”. Sem que haja tempo para mais alguma coisa acontecer, surge novamente o fenómeno e damos por nós no mesmo átrio, no estado inicial. No seu centro não está mais o busto de Estaline mas sim uma estátua de Nicolai Demichev, o homem que acabámos de salvar…
Bastaram-me estes primeiros 10 minutos de jogo e estava agarrado.
A nível de gameplay, Singularity é inicialmente muito simples, não diferindo muito do género FPS e tendo uma selecção de armas muito semelhante a tantos outros (faca, pistola, caçadeira, metralhadora, entre outras), cedo estas começam a ser encontradas pela ilha e permitem que lidemos com inimigos cada vez mais desafiantes. Os eventos temporais causados pela anomalia estão bem presentes mas não possuímos nenhum poder sobre estes.
A diversão começa quando adquirimos o TMD (Time Manipulation Device) e começamos a poder interagir com alguns itens do meio ambiente, podendo restaurar caixas danificadas pelo tempo, cujo interior está recheado de munições e/ou elementos que nos possibilitam fazer upgrade ao nosso equipamento.
Ao longo do jogo, vamo-nos deparando com dois tipos de estações de upgrade, uma onde podemos melhorar as armas, e outra, que nos dá a possibilidade de melhorar o TMD. Inicialmente este aparelho tem influência em pequenos objetos mas, mais tarde, permitirá restaurar pontes, um navio e até mesmo transformar adversários em abominações mais fáceis de eliminar. Poderemos também criar áreas em que o tempo fica parado, muito útil contra certos inimigos.
As comparações entre o TMD e a Gravity Gun de Half Life 2 são inevitáveis e percebe-se que esta foi sem dúvida a inspiração para o Time Manipulation Device. O paralelismo chega ao ponto de permitir ao TMD usar a gravidade para manipular objectos… Plágio descarado ou inspiração? Deixo ao critério de cada um.
Com o evoluir da história, em 2010, percebemos que Barisov, cientista de renome e criador do TMD, fora morto por Demichev, que subira ao poder e se tornara um ditador incontestado.
A acção passa-se então em dois tempos distintos, no passado, onde defrontamos os soldados russos que ocupam a ilha de Katorga-12 em 1955 e onde trabalhamos com Barisov, e no presente, onde lidamos com as tropas e elite de Demichev e abominações que resultam de humanos corrompidos pelo E-99, o poderoso novo elemento radioactivo que serve que serve de base a toda a tecnologia da ilha . Tudo enquanto tentamos corrigir o grande erro que o nosso protagonista cometeu no início do enredo.
Singularity não é um título genial, nem vem inovar no campo dos FPS, como a saga Half Life ou mais recentemente Doom (2016), mas é um título divertido, que agarra desde os primeiros minutos e certamente providenciará umas boas horas de divertimento enquanto progredimos e desvendamos o seu argumento. O jogo culmina com uma decisão que nos levará a 3 finais distintos e, como não quero fazer spoilers, aconselho apenas a experimentar todos.
Singularity pode ser adquirido digitalmente no Steam e no GOG, muitas vezes em promoção, no mercado de segunda mão pode-se encontrar versões para a PS3 e Xbox 360.
Começou a jogar num spectrum 48k e desde então tem uma paixão por videojogos, não imagina a sua vida sem jogar. Fã de RPGs, First Person Shooters e jogos Third Person, joga na sua PS5, Xbox Series S, PC e Nintendo Switch.