P.A.M.E.L.A. – Cumpre a promessa?

Após ter visto o intrigante e prometedor trailer, estava super curioso em me embrenhar no mundo de P.A.M.E.L.A.

Mas tenho de fazer já o disclaimer, P.A.M.E.L.A. não é um jogo para mim. Survival horror não é, à partida, a minha praia. Mas visualmente parecia tão prometedor que não tive como não o experimentar.

A nível gráfico as expectativas não foram goradas, o motor gráfico Unity mostra-se cada vez mais versátil e poderoso e, embora não rivalize de frente com o Cry Engine ou Unreal Engine, mostra-se bastante robusto e capaz de entregar excelentes resultados.

Somos colocados na pele de alguém que é reanimado, no que outrora fora uma sociedade perfeita, utópica, onde a tecnologia era usada em perfeita simbiose com os humanos. Obviamente que as coisas correram mal e somos agora a única esperança de P.A.M.E.L.A., a inteligência artificial desta agora cidade fantasma, populada por androides em mau funcionamento e monstros, outrora humanos e que a tecnologia corrompeu.

Quanto ao jogo em si, achei-o um pouco confuso. Embora tenha perfeita noção que o pretendido seja colocar-nos na pele de um ser humano que acabou de ser retirado de animação suspensa, senti que nada era devidamente explicado sobre as mecânicas de jogo, a partir do momento em que entramos nos menus, ficamos assoberbados com toda uma parafernália de itens e interfaces que inicialmente podem ser elementos desencorajadores. Um tutorial in game seria sem dúvida muito mais interessante, não sendo necessário aceder constantemente aos menus, de forma a consultar tutoriais isolados.

Juntando a isto temos ainda os bugs, inimigos que nos atingem sem aparentarem estar à devida distância para tal, muitas vezes presos atrás de mobília e com um comportamento um pouco errático, o que leva a questionar a qualidade da inteligência artificial.

À parte disso, senti que o jogo se baseava muito em colectar recursos que rapidamente se esgotam ou não sabemos para que servem, assim como em resolver puzzles pouco interessantes, de forma a abrir caixas. A morte do nosso personagem implicava um voltar ao início, levando a que perdêssemos tudo o que havíamos recolhido, levando a momentos bastante frustrantes.

Senti necessidade de um pouco mais de emoção e, para mim, foi um jogo que se esgotou muito rapidamente, deixando um sentimento de algo que se esperava muito mais interessante.

Conclusão:

P.A.M.E.L.A. não deixou uma marca positiva. Com mecânicas confusas, dando a sensação que os developers não sabiam muito bem por que caminho seguir, pouco aliciantes e com um índice de repetição de tarefas demasiado elevado para mim.

Mais uma vez, P.A.M.E.L.A. poderá ser fantástico para outros jogadores e não tenho dúvidas de que poderá fazer as delicias de amantes do género, mas creio que ainda seria necessário um bom polimento de forma a que tenha mecânicas e história mais cativantes.

 

P.A.M.E.L.A. está disponível para PC.