Ratchet & Clank: Rift Apart – Nada se perde, tudo se transforma

Um dos primeiros jogos que tive o prazer de jogar na minha querida PlayStation 2, foi um tal de Ratchet & Clank 2. Depois de ter lido uma excelente análise a este título numa Multi-Consolas, revista de videojogos já extinta, desloquei-me à loja de jogos mais próxima da minha casa e procurei por este interessante jogo de aventura e plataformas.

Foi uma espécie de amor à primeira vista. Devorei o jogo em dois dias e procurei pelo seu antecessor, que já estava disponível na sua versão platinum e a um preço reduzido, para grande alegria minha. A partir daí, foi necessário aguardar ansiosamente pelos jogos seguintes, que continuaram a sair em todas as gerações de consolas, até ao dia de hoje.

Com o lançamento da PlayStation 5, seria previsível que a Sony desse continuidade a esta franquia e que lançasse um novo jogo de Ratchet & Clank. O que se calhar não estávamos à espera, é que Ratchet & Clank: Rift Apart fosse um dos melhores jogos de sempre desta franquia.

A grande novidade deste jogo passa pela introdução de uma nova personagem: a Rivet, uma Lombax, tal como Ratchet. No entanto, não se trata apenas de jogar com ela em alguns momentos. Esta Lombax divide o protagonismo com Ratchet e é uma personagem tão ou mais interessante que o nosso conhecido herói.

A base narrativa do jogo está muito bem escrita e explora o conceito de multidimensionalidade, onde os nossos heróis viajam entre planetas mas também entre várias dimensões e realidades. Não me quero alongar mais pela história pois esta tem algumas surpresas e personagens novos pelo caminho, mas, sem dúvida, que é das melhores narrativas num jogo desta saga.

A fórmula que deu tanta sucesso a esta franquia foi a mistura perfeita e equilibrada entre secções de plataformas, momentos de ação e muito disparo e ainda alguns puzzles. Novamente, esta fórmula repete-se e ainda bem. Contudo, é visível o elevar qualitativo nestas várias vertentes e o jogo está pejado de novas mecânicas, poderes, habilidades e funcionalidades que o tornam rico e aliciante. Quando achamos que os nossos personagens já estão equipados até às orelhas, ganhamos uma nova ferramenta ou habilidade que nos permite explorar outros caminhos e direções.

Além da história do jogo, todos os planetas têm missões secundárias (as famosas sidequests que foram graciosamente homenageadas dando nome ao nosso projecto) que nos oferecem sempre alguma peça de equipamento útil e nova. Muitas delas são bastante divertidas e fazem com que queiramos regressar a alguns planetas para os explorar melhor.

A nível técnico, é do melhor que já vi correr na minha PS5. A fluidez dos movimentos, a beleza dos cenários e a toda a competente sonora são fantásticas. Esqueçam a existência da palavra loading neste jogo, pois tal termo não existe. O processamento dos planetas é practicamente imediato e não existem quase nenhumas interrupções durante a viagem.

O DualSense também tem, finalmente, um papel verdadeiramente preponderante. Além de todos os detalhes sonoros e vibrações que acompanham todas as acções que executamos, todo o trabalho feito nos gatilhos está incrivelmente bem realizado. Cada arma tem uma tensão e resistência única, o que torna o seu controlo muito mais acessível e preciso.

Destaque também para todo o papel de locução dos personagens. Apesar de ter optado por jogar com vozes em inglês, apenas por uma questão de hábito ao longo dos anos a acompanhar esta série, experimentei também a dobragem portuguesa que está muito bem executada com uma boa e adequada escolha de vozes.

Enquanto fã desta saga, fiquei mesmo muito contente com este Rift Apart. Creio que a saga estava a precisar de ter novamente um título à altura daqueles que foram lançados na PS2, talvez o tempo mais áureo deste Lobax. Espero que continue por cá por muitos mais anos, a manter-se fiel ao que é, mas tentando inovar e melhorar um pouco, sempre que for possível.

Conclusão:

Ratchet & Clank: Rift Apart é, até agora, o melhor exclusivo da PlayStation 5 e um dos melhores jogos desta geração. Um estrondo visual e extremamente divertido fazem deste jogo uma obra obrigatório para qualquer apreciador de jogos de plataformas e aventura. Bem, na verdade, é obrigatório para qualquer fã de videojogos.