El Shaddai: Ascension of the Metatron – “Os anjos devem estar loucos!”

Dez anos se passaram desde que El Shaddai: Ascension of the Metatron aterrou na Playstation 3 e XBOX 360, mas será que esta versão PC, que agora tem a assinatura do estúdio Crim consegue surpreender em 2021? 

Para quem não conhece este jogo completamente “fora do normal”, vou tentar explicar…, pois a história custa um pouco a perceber. Nos vamos acompanhar a jornada épica de Enoch, que viaja até ao nosso planeta, a fim de caçar sete anjos caídos e manda-los de volta para o céu, onde ficarão presos pela eternidade.  Estes “sete magníficos” estão a alterar a ordem de evolução natural dos humanos, e se não forem aprisionados donde vieram, Deus todo poderoso vai criar enormes cheias, inundando assim todo o nosso planeta azul.

Enoch não está sozinho nesta aventura épica, pois está acompanhado por Lucifel, que pelo que entendi, é um anjo da guarda. Ele também serve de narrador da história, resumindo tudo o que aconteceu no final dos capítulos. (Um pormenor interessante diga-se!)  

Lucifel também é responsável por dar dá a estilosa armadura branca a Enoch, bem como o ensina a usar as três armas sagradas.  Cada arma tem uma vantagem e uma desvantagem, portanto é aconselhável trocá-las regularmente para enfrentarmos os inimigos com mais facilidade  

A Gale, é uma arma que tem um formato similar a um anel, e é acompanhada por dardos flutuantes, é bastante ágil e boa para atacar a longa distância. Já a Veil é capaz de causar danos enormes e de servir como escudo, contudo como será de esperar, é muito lenta nos ataques. Por último, temos a Arch que emite um feixe de luz, é uma arma eficaz para combates a curtas distâncias e ainda nos garante alguma agilidade.  

Enoch in battle

Durante a longa jornada, para além de Lucifel, Enoch também tem a companhia de quatro arcanjos, que o avisam sobre perigos no caminho ou até vão dando dicas sobre a história. Eles também são o motivo pelo qual o jogo não ter game over, pois sempre que Enoch cai em batalha, é só pressionar qualquer botão muito rapidamente para ele voltar à vida (isto é que chamo ajuda divina). 

Achei curioso o Arcanjo Uriel, que pode ser usado como uma espécie de summon. Enoch pode usar a sua ajuda sempre que tem um considerável número de combos acumulados…, and get ready for the Uriel Smash!! Muito bom mesmo! 

Nas batalhas contra os bosses, que são os sete anjos caídos, é onde o combate de El Shaddai brilha. Aqui sim, convém mesmo perceber qual a arma correta a utilizar…, ou então nada feito. 

Por cima do boss se existir um círculo vermelho, significa que a arma equipada não tem qualquer efeito. O ritmo nestas batalhas é crescente, e as coisas vão ficando mais interessantes conforme a luta avança para o seu fim. E como se não bastasse, alguns dos anjos caídos transformam-se em criaturas bem grandes e com ainda mais poder…, por isso haja bastante paciência. 

lucifel

 

É pena que os grandes momentos dos combates estejam limitados às boss fights, pois a variedade de inimigos que aparece ao longo dos níveis não é muita.  

Contudo, os combates não são tudo em El Shaddai, pois visualmente temos um jogo com cenários incríveis, que bem podiam ser obras de arte. Cores vibrantes, com traços leves, aliados a animações elegantes, que honestamente deram-me uma sensação de calma e tranquilidade. Não senti grande necessidade de carregar freneticamente nos botões para aniquilar os inimigos confesso, algo que não poderia dizer se estivesse a jogar qualquer um dos Devil May Cry. 

Tem de se dar crédito (e bastante) também à banda sonora, que bem pode ser descrita como divinal! A qualidade é realmente qualquer coisa e combina a 100% com temática de El Shaddai. A música adequa-se às situações em que nos encontramos, sendo mais calma enquanto avançamos nos níveis, e bem mais rápida quando em confrontos com os bosses. Penso que neste jogo a banda sonora é crucial, pois ajuda realmente a “entrarmos” por completo no território das divindades. 

El Shaddai - Enoch

O jogo também não pede um PC topo de gama para ser jogado, bastando ter no mínimo 4GB de RAM, uma gráfica Intel HD Graphics 4400 e um processador Intel Core i5-4200U. De referir ainda que esta versão para os PC tem suporte 4K, por isso o que estava bom…, ainda ficou melhor!

Um pormenor técnico nesta versão de PC, é que se não tiverem um comando (por exemplo da XBOX), não conseguem sequer passar do ecrã inicial. El Shaddai não pode ser jogado com um simples teclado…, por isso fica desde já o aviso. 

  

Conclusão:

El Shaddai é um jogo muito agradável de se jogar, que apesar de ser um hack and slash de ação, está num mundo à parte dos demais.  O combate pode tornar-se repetitivo a um certo ponto, e o fato de a história ser um pouco complicada de entender pode não ajudar a cativar alguns jogadores. Porém no aspeto sonoro e visual, ninguém pode negar que é simplesmente belo.