prototype

Desfibrilhador – Prototype, da Radical Entertainment

Os dois jogos que hoje trago ao desfibrilhador, foram dos jogos que mais adorei jogar na geração Playstation 3/XBOX 360, onde não descansei até chegar ao fim de ambos. Há por aqui fãs de Prototype?!

Aquando da altura de lançamento do primeiro Prototype, eu queria aumentar a minha coleção de jogos da XBOX 360, e procurava um jogo com muita ação que me fizesse suar para ver o final…, e o jogo protagonizado por Alex Mercer parecia ser tudo aquilo que procurava. 

Estávamos então em Junho de 2009, quando o jogo da Radical Entertainment (um estúdio da Activision) aterrava na Playstation 3, XBOX 360 e PC.  O palco de Prototype era uma Nova Iorque consumida pelo vírus Blacklight, e era no meio deste cenário digno de Apocalipse que vamos encontrar o anti-herói do jogo Alex Mercer, que acorda na morgue dos laboratórios GENTEK, sem se lembrar de absolutamente de nada. 

A ação começa de imediato, com Alex Mercer a fugir dos laboratórios GENTEK, e é durante a fuga que percebe que há algo de estranho com o seu corpo. Ele está mais forte, consegue saltar distâncias enormes e sobrevive a tudo que é bala. É também aqui na fuga dos laboratórios, que ele descobre que pode consumir o corpo de quem bem quiser, pois Alex viu-se obrigado a matar um soldado que estava no seu caminho. 

Este processo permitia curar a barra de vida, bem como ler fragmentos da memória das vítimas instantaneamente. É assim desta forma que o nosso anti-herói descobre como recuperar a sua memória e seguir pistas para saber o que diabos aconteceu. 

alex mercer

Mesmo com estes poderes extraordinários, Alex quer livrar-se da infeção e encontrar aqueles que o usaram como cobaia. Com a ajuda da irmã, Dana, ele teria que enfrentar dois inimigos, os seguranças privados da Blackwatch e os infetados do vírus Blacklight, que variam de pessoas infetadas a aberrações extremamente fortes.  

O jogo é frenético desde o princípio ao fim, e ajudou em muito ser um jogo open world. Tal como se quer num jogo deste tipo, e para fugir um pouco da história principal, a Radical Entertainment colocou no jogo imensas sidequests, em formato de mini-jogos. Há um pouco de tudo, desde matar o maior número de inimigos dentro de um determinado tempo ou saltar pelos prédios mais altos da cidade até um determinado local. Tudo funciona com base em tempo e resultado, dando no final valiosos pontos XP. 

Tal como se quer num “super-herói”, Alex tinha bastantes poderes para dar uso.  Além de correr pelas paredes acima, tínhamos garras dignas de um Wolverine, punhos maciços, braços elásticos, lâminas afiadas, visão térmica e por aí fora. Ele podia também pegar em qualquer coisa e arremessar de livre vontade ou até cair em queda livre e abrir um buraco no chão destruindo tudo em volta (um verdadeiro espetáculo diga-se). 

james heller

Prototype foi para mim um jogo de excelência, com ideias ousadas e acima de tudo repleto de grandes momentos de ação. Poderia ter tido mais visibilidade na altura, e se calhar essa visibilidade que lhe faltou foi muito devido ao jogo protagonizado por Cole MacGrath, Infamous, que também tinha sido lançado poucos meses antes em exclusivo para a Playstation 3, e como sabemos foi um campeão de vendas. 

Contudo a Radical Entertainment não se deixaria intimidar pelo jogo da Sucker Punch (que, entretanto, em 2011 havia lançado Infamous 2) e em 2012 chegava até nós Prototype 2, que tinha uma história intimamente ligada à do primeiro jogo. 

Alex Mercer estava de volta, mas não como o protagonista. Prototype 2 trouxe novamente toda a ação caótica, numa cidade aberta à exploração com o novo anti-herói James Heller, que tinha muita vingança para espalhar numa Nova Iorque completamente devastada pelo vírus Blacklight. 

alex mercer vs heli

Cerca de um ano depois dos acontecimentos do primeiro jogo, o sargento James Heller (que estava no Iraque durante os acontecimentos do primeiro jogo) é notificado que a sua família foi brutalmente assassinada pelos infetados do vírus Blacklight. Ao descobrir que foi Alex Mercer o responsável pela libertação do vírus, o sargento Heller jurou que iria vingar a morte da sua mulher e da sua filha. Num violento confronto com Alex Mercer, Heller acabaria por ser infetado pelo vírus e ganharia também os mesmos poderes que Alex Mercer possuía. 

Os poderes de Heller vão ficando progressivamente mais fortes e dentro de pouco tempo seriamos uma força da natureza imparável. Não havia helicópteros, tanques ou qualquer outra força militar que conseguisse resistir à fúria do nosso novo anti-herói.  

Tal como aconteceu com Alex Mercer, o sargento Heller tornou-se uma máquina de destruição massiva com meios para se adaptar a qualquer situação. Os braços de Heller podiam transformar-se numa questão de segundos em garras, numa lamina gigante, em punhos gigantes, um chicote ou um escudo protetor para contra-atacar inimigos ou refletir todo o tipo de projéteis. 

Tal como no primeiro Prototype, foi um jogo que também não saiu da consola enquanto não vi o seu final, e mesmo após o seu fim ainda andava pela cidade a completar desafios ou simplesmente a aniquilar infetados só pelo gozo. 

james heller 

Apesar de ser um excelente jogo (na minha opinião claro), o segundo Prototype não consegui ter a visibilidade desejada, e teve muito peso no encerramento do estúdio canadiano, que viria a ver o seu staff drasticamente reduzido, para apenas dar suporte a outros jogos da Activison. 

Mas isto não quer dizer que um terceiro jogo Prototype não fosse possível ver a luz do dia, pois a Activision ainda é detentora dos direitos da série. 

E por onde levar a história do terceiro jogo? Uma boa abordagem seria ver o vírus Blacklight (ou uma variante ainda pior) numa outra parte dos Estados Unidos. Era interessante ver por exemplo o vírus a chegar ao Havai e as ilhas virarem um autêntico inferno. 

Contudo, se a história se virasse para o continente europeu, penso que também teríamos um bom palco de ação. Poder ver a história a desenrolar-se em diversos países iria de certeza diversificar a aventura. 

No caso de o protagonista não ser James Heller, poderíamos ter a liberdade de criar o nosso próprio herói, algo que pessoalmente até me agradaria bastante.  

Seria também agradável de ver ainda mais poderes para desbloquear, pois neste campo pode existir sempre muita criatividade. Já me imagino a criar o meu próprio personagem, com uma dentição semelhante ao do Baraka do Mortal Kombat…., daria um bom ataque corpo a corpo por exemplo, arrancar cabeças à dentada…, why not. 

Heller - Prototype 2

Apesar de Prototype ser um jogo que para mim é para ser jogado em single player, a Activision poderia acrescentar uma componente multiplayer (para atrair mais público). Seria interessante ver infetados VS heróis, nem que fosse numa componente mais semelhante a um fighting game (assim de repente, algo semelhante aos combates de Jump Force). 

Existe potencial para um terceiro Prototype, e penso que já estaria na altura da Activision dar descanso (nem que fosse por um ano) aos jogos Call of Duty, porque honestamente já começa a ser mais do mesmo, e o mercado precisa de novas propostas. O mais certo é nunca mais ouvirmos nada acerca de Prototype, mas pelo menos ainda podemos ir às lojas digitais (PS4, Xbox Series e Steam) e encontrar o bundle com os dois jogos (o Prototype Biohazard Bundle), que é sempre uma excelente adição para as vossas coleções.