Spirit Oath – O melting pot dos RTS

Spirit Oath é um jogo… peculiar que merece ser estudado como case-study de como bem juntar géneros. Este é um RTS como, pessoalmente, nunca tinha visto.

Em Spirit Oath jogamos como um Guardião, se bem que raramente nos vemos nessa forma. Tudo começa com a narradora a chamar-nos para que possamos cumprir a nossa promessa de proteger a floresta “do mal”. Em termos de história, tudo parece ser bastante direto e clássico. Mas nem tudo é o que parece e a história dá umas voltas interessantes que não quero spoilar.

A mecânica aparentemente simples de Spirit Oath faz lembrar um pouco os jogos mobile, isto pela forma como o jogo se apresenta e nos explica (ou tenta explicar) como o jogar. Isto pode fazer-nos pensar que este é um jogo algo básico, mas a verdade é que esta aparente simplicidade esconde uma profundidade incrível, uma vez que este jogo tem tanto de RTS como de um verdadeiro puzzle game. Em cada nível temos um número limitado de casas onde podemos jogar e temos de colocar as nossas peças de forma altamente estratégica nessas casas. Depois entra em jogo a vertente RTS onde temos  de combater em tempo real com as nossas peças, o que é muitas vezes um tremendo desafio.

Spirit Oath  é um daqueles jogos que não conseguimos cingir a um único género. Tem na sua base uma saudável mistura de RTS com a tão popular mecânica de jogos de cartas, uma pitada de rogue-like e bem mais do que um cheirinho  de jogo de estratégia mais clássico (X-Com e companhias afins). Juntamos-lhe ainda a criação de feitiços e um combate por vezes ultra-frenético e quase que podemos dizer que Spirit Oath é um jogo de ação. E como se isto não fosse suficientemente louco, ainda temos a utilização, colocação e manipulação de unidades de combates estáticas que fazem com que Spirit Oath  se transforme, por vezes, numa espécie de jogo estilo Tower Defense. Uma autêntica maluquice portanto, mas no melhor sentido possível.

Quanto ao som… bem, há som, música e efeitos sonoros. Não distrai e cumpre, mas num jogo tão incrivelmente louco estava à espera de algo pelo menos diferente. Já a voz da narradora, não estando ao nível das produções da Supergiant Games (que nos  habituou muito mal com jogos como Bastion, Transistor ou o fenomenal Hades), está muito bem conseguida e é das melhores interpretações que ouvi nos últimos tempos.

Conclusão:

Spirit Oath é daqueles jogos bem difíceis de definir em apenas algumas palavras e a verdade é que esta review dificilmente lhe consegue  fazer justiça. Sim é uma miscelânea de géneros. Sim, é por vezes  um pouco confuso uma vez que temos de lidar com diversas mecânicas ao mesmo tempo. Mas é um daqueles jogos que vale a pena o esforço. Recomenda-se vivamente.

 

Spirit Oath está disponível para PC