Se há jogo que está no meu pódio de melhores jogos da PlayStation 4 é o Marvel’s Spider-Man. O Homem-Aranha sempre foi um super-herói que gostei muito, desde que joguei um tal de Spider-Man na PlayStation. Desde aí, e também pelo cinema e séries de animação, tento acompanhar tudo o que diga respeito ao aranhiço. Tendo adquirido uma PS5 no seu dia de lançamento, nada melhor do que Marvel’s Spider-Man: Miles Morales para testar a nova máquina.
Tentei ao máximo não ler críticas e análises do jogo, e ver o menor número de trailers possíveis para ter um maior número de surpresas. Contudo, não escapei ao trailer apresentado no Showcase da PlayStation onde foi mostrado uma belíssima sequência numa ponte, recheada de pancadaria e caos.
Falo desta cena porque é um pouco um reflexo daquilo que achei deste Miles Morales: é um óptimo jogo mas que soube a pouco. Esta missão é, possivelmente, a mais divertida de jogar e tudo o resto é muito repetitivo. É verdade que o mesmo se pode dizer do primeiro jogo mas, nesse caso, tínhamos a excelente história que agarrava-nos ao longo das imensas missões.
Dito isto, Miles Morales tem dois problemas no meio de uma imensidão de pontos positivos. A questão é que são dois problemas que afectam imenso o jogo: a duração e a história.
O primeiro podia não ser um problema, caso jogo não custasse 70€ no dia do seu lançamento. Para um título que tem cerca de 6 a 8 horas de história, exigir este valor é algo disparatado. Claro que podemos apanhar os colecionáveis, derrotar alguns gangues ou executar outras missões secundárias mas estas não são de todos interessantes ou apelativas. E isto, leva-nos ao segundo problema do jogo, a história.
A narrativa é bastante linear e há pouco aprofundamento dos personagens. Em termos de vilões, não há nada que se aproxime do primeiro jogo, e própria premissa tem uma fórmula muito genérica. Dei por a ir de missão em missão apenas porque o combate é das coisas mais divertidas que existem. O Miles é um excelente herói e o seu tio também tem uma papel interessante, mas tudo o resto é muito óbvio e pouco interessante.
Tudo isto cria em mim uma certa desilusão precisamente porque, onde o jogo é bom, é mesmo muito bom. Graficamente é fantástico, andar pela cidade é só por si uma experiência incrível e o combate é viciante e frenético. A quantidade de combos e habilidades que temos ao dispor faz com que cada luta seja diferente e nunca se torna aborrecido ou repetitivo.
Continuo a recomendar este jogo a qualquer apreciador de Homem-Aranha ou aos que procuram uma experiência de aventura e ação recheada de momentos épicos e combates em grande escala. No entanto, não esperem uma história muito interessante nem personagens com muito conteúdo. É pena, pois o universo do aranhiço tem um leque de personagens bastante rico e poderia ter sido mais bem explorado. Ainda assim, só pelo combate, vale a pena, principalmente se o encontrarem a um preço mais reduzido.
Descobriu os videojogos através do Game Boy mas foi com a PlayStation 2 que percebeu a importância desta arte. Enorme fã de RPGs e jogos de plataformas, acha que o Final Fantasy X é a perfeição em formato jogável.