Beyond: Two Souls – Escolhas intemporais

Quem não gosta de ter poder sobre uma história e influenciar o seu rumo?

Pois bem, a Quantic Dream já nos habitou a apresentar obras primas deste género e Beyond: Two Souls não é uma exceção.

Com o seu lançamento situado entre o primeiro sucesso do estúdio, Heavy Rain, e a sua maior conquista, Detroit: Become Human, Beyond: Two Souls chega-nos com a premissa base de que não vai desiludir, e não desilude mesmo!

Ao longo de vários capítulos vamos poder acompanhar a história de Jodie (Eliot Page, na altura Ellen Page, Joana Santos na versão portuguesa) e de uma entidade ou amigo imaginário (de forma mais subtil), o Aiden. Entregue à CIA, em missão num país rival, ou perdida entre espíritos no deserto, emoções, revelações e mistério não faltam nesta jornada.

O facto de ser um título de 2013 em nada atrapalha aspetos como os gráficos que, não sendo o “último grito”, também não nos impedem de termos uma experiência positiva. Convém referir que estamos a falar de uma versão remasterizada para PS4 e que melhora um pouco este aspeto visual.

Já a jogabilidade nem sempre é fácil (complica nos chamados quick time events), mas permite-nos ter uma agradável surpresa, num jogo que alterna entre as cenas emocionais e de guerra numa sequência alucinante e que chega a ser… Confortável e equilibrada!

O peso das decisões do jogador, ainda assim, é menor do que nos outros jogos da editora, o que em nada ofusca o caminho que cada um traçará e as escolhas fulcrais que terá de fazer no desenrolar da narrativa.

No fim do jogo, o destino da Jodie é decidido pelo próprio jogador, com base naquilo que sentiu ao longo de todas as etapas que foram passadas. Assim, temos a capacidade de decidir entre a vida e a morte da personagem principal, bem como, caso escolhamos a vida, que personagem queremos visitar e passar o resto da vida.

Após um longo período de seca pessoal em jogos de história, Beyond: Two Souls era sem dúvida aquilo de que precisava. Um jogo leve mas impactante, curto mas duradouro, dramático mas afetuoso. Porque todos os adjetivos me cabiam para encaixar no meio daquelas cenas brutais e reveladoras do melhor que a «rainha dos jogos de decisões» pode fazer, presenteando-nos com mais uma obra-prima.

Conclusão:

Beyond: Two Souls fascina facilmente. Tem uma história interessante, que nos deixa sempre na expectativa e conquista-nos pelo rumo que esta toma. No fim de contas, já nem sequer pensamos nas decisões que temos de tomar, a não ser quando nos vemos diante de uma escolha importante e que pode mudar tudo!