Já estamos habituados a mundos de cartão em que toda a família pode jogar – será Pile Up! Box by Box diferente?
Quando vi o trailer de Pile Up! Box by Box fiquei encantada – parecia um jogo que se passava num mundo feito de cartão, colorido, e simplesmente daqueles jogos que nos deixam bem-dispostos.
O facto de ser um co-op multiplayer local (com a hipótese de nos ligarmos remotamente aos nossos amigos via Steam Remote Play) ainda me deixou mais fascinada – gosto de passar umas boas horitas naqueles jogos em que não precisamos de estar 100% focados, porque assim ainda dá para dois dedos de conversa com os amigos enquanto exploramos novos mundos.
E foi assim que começou a minha experiência com o Pile Up!. Juntei dois amigos, liguei o meu headset, convite pelo Remote Play, e siga para bingo!
Devo dizer que o menu principal nos deixou logo meio confusos. A versão que experimentei foi a de PC, logo tinha o meu teclado e rato à mão. Problema: as setas não funcionavam. Tentei o WASD: aí já conseguia navegar no menu principal, mas e selecionar New Game? Nem no Enter, nem no Espaço, nem no E. Ao fim de algum tempo, lá percebi que o O era a tecla de seleção. Desisti e liguei o meu DualShock 4. Agora sim, navegação intuitiva. Os meus amigos fizeram o mesmo, e começámos um jogo a 3.
Neste jogo somos caixas de cartão (chamadas Boxlings), num mundo de cartão que, por algum motivo, de repente ficou desprovido de cor. O nosso objetivo é simples: completar níveis e abrir portais para novos níveis para devolver a cor ao mundo. Para isso, a cooperação é a palavra-chave (também se pode jogar sozinho, mas não tem tanta piada) e pensar fora da caixa (heh) também.
Começamos com um simples tutorial onde aprendemos os básicos para navegarmos neste mundo: movimentar, saltar, apanhar caixas e, mais importante, empilhá-las. Ao jogar com várias pessoas é preciso comunicar para saber quem faz o quê, quem serve de apoio, quem vai para a plataforma. Acaba por ser um jogo giro para resolver uns puzzles, e é simples o suficiente para os mais novos se juntarem à diversão. Depois disso, Pile Up! acaba por pegar na fórmula que já todos vimos em centenas de jogos: Mundo 1, Nível 1. E assim seguimos, passando níveis onde realmente temos de pensar em conjunto enquanto colecionamos dinheiro virtual para arranjar skins novas na loja (há um sushi e uma abelha que são um mimo).
Apesar de nos estarmos a divertir bastante ao início, o jogo tornou-se repetitivo rapidamente. Caixa atrás de caixa empilhada, portal aberto que nos leva a outra chave, objetivo concluído. No caso do primeiro mundo, é repetir isto 4 vezes, já que o Sapo Gigante perdeu os seus 4 Sapinhos e temos de os resgatar.
Não me interpretem mal, o ambiente do jogo é super querido e amigável. Os gráficos são simples, mas deixam-nos bem-dispostos; a música de fundo é adorável, e o mundo realmente é colorido e uma alegria para os olhos. No entanto, já estamos moderadamente habituados a mundos assim (tomem Paper Mario e Little Big Planet como exemplo), mas há uma diferença: estes mundos têm vida. Infelizmente Pile Up! falha um bocado neste aspeto, porque a certa altura parece que nós somos as únicas criaturas naquele mundo, o que o torna muito solitário.
À medida que se completam níveis podem-se desbloquear mini-jogos (mínimo de 2 jogadores) como o Jogo do Galo ou uma partida de futebol, que acaba por dar mais um modo de jogo e variar um bocadinho o gameplay. Mas mesmo assim não é suficiente – na minha opinião, devia estar logo 1 ou 2 desbloqueados de início para que os jogadores pudessem começar logo por aí.
Depois desta sessão, ainda voltei ao jogo sozinha para ver a diferença. Aqui tiro o chapéu aos desenvolvedores da Seed by Seed, que fizeram um ótimo trabalho ao adaptar o mundo ao número de jogadores envolvidos. Consegui passar pelos níveis de maneira fácil com os recursos que eles me deram, mas ainda tive de resolver puzzles que apresentaram o seu grau de desafio. Ainda vou chegar ao fim deste jogo – mas acompanhada, de preferência.
Conclusão:
Pile Up! Box by Box é daqueles jogos engraçados para passar uma a duas horas com amigos a resolver quebra-cabeças simples, com uns mini-jogos pelo meio para alterar um bocado o passo. A parte positiva é que dá para toda a família, mas acaba por se tornar ligeiramente repetitivo.
Pile Up! Box by Box estará disponível para PC a 18 de Março, e para PlayStation 4, Xbox One e Nintendo Switch ainda sem data de lançamento.
Com 5 anos meteu as mãos numa cópia de Tomb Raider II e a partir daí o encanto pelos videojogos só aumentou. Joga maioritariamente RPGs, acção/aventura e terror, tendo um carinho especial por jogos “Choose your own Adventure”. Fangirl da Sony, mas quando ninguém está a ver vai jogando no computador.