Nova geração – O que realmente importa para mim?

Há cerca de 8 meses que entrei na nova geração de consolas. Qual o balanço e o que realmente importa para mim?

São muitas as vantagens que estas consolas têm sobre a anterior geração. O novo hardware trouxe novas possibilidades e formas de usufruir os videojogos. Mas, nem todos os selling points têm a mesma relevância.

Hardware

Mais teraflop, menos teraflop, a nova geração trouxe-nos tecnologia com poder muito semelhante entre as marcas, permitindo não só usufruir em pleno do que tem sido lançado, como continuar desfrutar da nossa biblioteca de jogos. Embora esta questão não seja novidade para quem jogue na Xbox, foi uma novidade à muito esperada e muito bem recebida por parte de quem joga na PlayStation.

Mas mais do que os títulos novos, por agora, fico muito mais satisfeito por usufruir dos jogos que já tinha na biblioteca, agora com loading times muito mais rápidos. Aqui sim, notei verdadeiramente a nova geração. Jogos que chegavam a demorar 5 minutos (ou mais) a estar prontos a jogar, desde o momento em que a consola era ligada, estão agora prontos em minuto e meio. O jogo estar nesse ponto não é muito importante, agora jogos pesados, que obrigam a grandes loading times sempre que o personagem morre, sim, ganharam outra dimensão e uma grande redução na carga de frustração que me provocavam (sim Control, estou a falar de ti). Só faltava mesmo a Sony permitir-me, através da PS5, ter acesso às compras digitais que fiz na PS3.

E claro que fico satisfeito com os títulos de nova geração, contudo, ainda estão aquém do que estará para vir. Basta lembrar dos primeiros títulos PS4 comparados com o The Last of Us 2, por exemplo.

Refresh Rate

Com o hardware vem também a refresh rate e sim, fluidez pode ajudar a nível visual e cansar menos. Mas convenhamos, a maior parte dos utilizadores têm TV’s de 60Hz e nem ligam assim tanto a esta questão. Eu, pertenço a uma geração em que, se um jogo corresse a 25fps no velhinho PC, já ficava satisfeito.

Obviamente que não estou a afirmar que a fluidez não se nota ou que poderia ficar pelos 25fps, mas, vendo tantas pessoas obcecadas com esta questão apenas pergunto: importa assim tanto?

Serviços

É por este caminho que acredito ser por onde o futuro passará e a Microsoft já percebeu bem isso, basta ver o trabalho que tem sido desenvolvido na melhoria da oferta do Game Pass, que neste momento já nem precisa de hardware dispendioso ou consola, bastando ter um aparelho compatível, uma boa ligação à internet e/ou um Xbox controller.

Obviamente que a PlayStation também tem investido nos seus serviços, mas ainda tem muito a melhorar. Embora no PS Plus ou no PS Now a oferta seja muito boa para o valor que se paga, sinto falta de um serviço mais completo, tendo plena noção que teria de ser mais caro, e que agregue características como acesso a exclusivos day one e uma mais extensa biblioteca de jogos recentes.

O Google Stadia já funciona exclusivamente na cloud, embora, no estado atual, não seja um modelo que me cativa.

Aplicações

As consolas já não são apenas para jogar, tornaram-se em verdadeiros centros multimédia e com acesso a uma boa variedade de aplicações. Neste campo continuo a achar que a PS5 falha mais. O acesso a aplicações é muito limitado e, embora tenha as aplicações das plataformas de streaming, faltam aplicações de operadores móveis (NOS, MEO, etc…), aplicações de teste de velocidade de internet sem ser necessário navegar nos menus, entre outras.

Conectáveis

Ainda não percebi porque não consigo ligar os meus headphones bluetooth à minha Xbox ou PS5. Sendo que os dispositivos chegam a ser detectados, a única explicação que encontro é que não consigo conectar porque a marca não quer. Consigo jogar com headphones com fio, mas caso quisesse jogar totalmente wireless, teria de comprar mais dois headphones, um de cada marca. Na minha opinião, uma má postura da marca. Mais valia preocuparem-se em oferecer produtos de excelência (não estou a dizer que não o fazem) do que a monopolizar os acessórios.

Com cada vez mais novos aparelhos a surgir no mercado, é importante manter abertura a novos sistemas e a não obrigar o utilizador a comprar novos acessórios quando poderia usar os que já possuí.

Para concluir

O paradigma continua a mudar e, com a nova geração e as consolas devem e estão a tornar-se mais versáteis. Os sistemas estão a tornar-se mais abertos e fluídos, esbatendo as linhas entre PC e consolas no que diz respeito aos videojogos. Cada vez mais teremos acesso às nossas bibliotecas de jogos em sistemas que, para jogar títulos mais recentes, teremos de ter hardware à altura ou acesso a serviços de cloud gaming, para onde acredito caminharmos.

Presentemente, fico satisfeito com os novos sistemas e em como não só adaptam o software às novas necessidades dos utilizadores, como permitem jogar os nossos “velhos jogos” de novas formas, mais rápidas e menos frustrantes.

Há algo a fazer a nível de aplicações e conectáveis, o tempo dirá o que irá surgir.